"Então, o coronel voltou à conversa... - Bom, estamos acertados - TopicsExpress



          

"Então, o coronel voltou à conversa... - Bom, estamos acertados sobre a escola, hoje mesmo enviarei alguns memorandos para o prefeito, para a câmara e para a Assembléia. Não acredito que qualquer um deles vá criar caso! E sorriu! Olhando para o seu Zé e família, continuou: - É cumpadre, acho que o doutor aqui vai fazer vocês "sofrerem"! Rsrsrsrsrs... pra quem nunca se interessou nos conhecimentos de escola agora terá que frequentar! E continuou sorrindo. Seu Zé, que até aquele momento parecia mergulhado em pensamentos, nem imagino quais, resolveu se manifestar. - Ara sô coroné, craro que eu e minha famia sempre quis instudá! Nóis só num concordava com as cundição que os professô impunha...e óia, o sinhô tumém num quiria que nóis instudava, sempre diz que nóis num pricisava, que nóis tava na roça e roça num pricisa de instudá! Seu Zé realmente estava muito nervoso. Não sabia se era pelo fato de "ter" que encarar o lápis e o caderno ou pelo coronel dizer que sempre foi à favor do funcionamento da escola. Agora ele via muito próximo o funcionamento do "cemitério fantasma" e isso o fazia estremecer de medo! Mas não era só ele, quando voltei a observar o ambiente, vi dona Antonieta roendo uma unha e com os pensamentos bem longe. Quanto aos rapazes.... não imagino onde estavam! Simplesmente sumiram dali. Então eu disse: - Coronel, vamos continuar com nosso projeto? O Coronel que parecia se divertir com tudo aquilo falou: - Só se for pra já doutor! Por onde começamos? Então eu peguei minhas coisas na bolsa, chamei o seu Zé e juntamente com o coronel nos dirigimos novamente para a nascente do riacho com a diferença de que agora, além de nós três, estavam em nossa companhia não dois, mas quatro marmanjos que pareciam sair de dentro de caixões! Eram seguranças do coronel! Não diziam, não mudavam a expressão e se mantinham sempre atentos, vez ou outra tentavam orientar ao coronel de por onde passar e mantinham sempre as armas preparadas para qualquer eventualidade! Eles tinham o cuidado de manter as armas escondidas, mas nós sabíamos que estavam armados. Olhei mais atentamente para o coronel e percebi que ele estava mais ereto, então foi que percebi que ele utilizava um colete à prova de balas. Confesso que estremeci pensando: "Estou correndo risco de morte", mas continuei meu caminho, sempre orando à Deus e pedindo a proteção de minha mãe e do meu pai! Sabia que eles estavam me acompanhando...!" Pedro Francisco Armendariz - Educador e filósofo.
Posted on: Thu, 18 Jul 2013 14:24:17 +0000

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