...Eu, tu, nós três... No início, éramos dois. Na verdade, - TopicsExpress



          

...Eu, tu, nós três... No início, éramos dois. Na verdade, éramos um...dois em um. Nos completávamos de uma forma tão exata, tão precisa, tão...tão bonita que de uma forma ridícula éramos comparados com o café com leite, o queijo e a goiabada, o arroz e o feijão...Éramos ímas. Éramos os opostos em atração. Éramos a música e a melodia, o poema e o poeta, a noite e o dia, a lua e o sol... o início sem fim. Juntos formávamos um circuito fechado, um círculo, o símbolo do infinito... Eu era a parte que você não tinha, e tu, era meu todo...meu tudo e mais um pouco. Eu era sua e você era meu. Eu era Julieta e você Romeu. De todos os amores o nosso era o mais gostoso. O mais bobo. O mais sutil e extravagante ao mesmo tempo. O mais bonito. O mais feliz e o mais encantador. Você me chamava de “meu quindim”, “minha flô”... “minha pequena”. Você era “meu xero”, “meu “urso”...”meu pudim”. Nossa intimidade era uma sincronia de carinhos. Encaixávamos de uma forma tão perfeita que era impossível pensar que eu não tinha sido feita sob medida para você... e você para mim. Fomos moldados, criados, inventados e projetados um para o outro. Juntos eu era tu e tu era eu. Éramos únicos...Éramos nós...nós dois. E com o tempo, nós dois...éramos nós três. Nos tornamos três quando encontramos outra “peça” que se encaixava com a nossa. Um outro amor que combinava com o nosso. Um amor semelhante...quase igual. E esse amor era tão parecido com o nosso que nos confundia. Juntos, não sabíamos quem era quem. Não tinha distinção. Era como se nós três não existíssemos mais sendo só um. Fomos somados. Acrescentados. Completados. Dividíamos amor , carinho e atenção. Compartilhávamos afeto, tempo e paixão. Éramos três em um. Éramos insaciáveis.Nos gostávamos tanto que começamos a exigir mais um do outro. Começamos a querer mais um do outro. Cobranças, ciúmes e suspeitas começaram a nos rodear. Desconfianças, desavenças e discussões começaram a nos cercar. Inconscientemente fomos nos desfazendo. Nos desmontando. Nos acabando. Nos tornando insuportáveis. Chatos. Incompreensíveis. Indialogáveis. A dor, o choro e a mágoa passaram a fazer parte da gente. Chegamos ao nosso limite. Chegamos no ponto final. Desfizemos o circulo.Abrimos uma brecha no símbolo do infinito. Nos tornamos um circuito aberto, e por fim, deixamos de ser três ... voltamos a ser eu, tu e...alguém. [Aline de Melo]
Posted on: Sat, 09 Nov 2013 01:09:35 +0000

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