“Há uma série de fatores, que a lei não substitui, e esses - TopicsExpress



          

“Há uma série de fatores, que a lei não substitui, e esses são o estado mental da nação, os seus costumes, a sua infância constitucional”. Machado de Assis Costumo pensar que cada nação ou momento da historia, tem consigo uma estrutura de lógica social que justifica sua existência, ou nascimento, ou morte. Logo é possível identificar em determinadas nações do passado o que as tornaram possíveis. Explicar a razão da existência de um Hitler, Mussolini, Vargas ou Médici torna-se tarefa possível quando tomamos contato com as formas de pensamento e desejos das devidas sociedades. Já faz tempo que a sociedade adormecida com o encantamento do desenvolvimento possível, pensado, sob a gestão de um ex- metalúrgico, que na arte de fazer política, como diria o homem simples do interior, “dava nó em pingo d água”. Essa sociedade não notou a grande mudança estrutural que viria como inevitável. Só repetiam a palavra “crise” para tentar sua indignação e repúdio. Primeiro quando pessoas mais simples começaram a encher os aeroportos, com muitas malas, e famílias para a despedida de uma só pessoa. Imagina que as pessoas mais simples sempre tem a mania de ser uma família que vibra as conquistas juntas. Começaram logo a apontar falhas no sistema dos aeroportos. Ficou ainda a dúvida: seria a culpa do governo? Esse tipo de transporte não existe para todos? Existem privilegiados? Muitas são a duvidas. Antes somente a classe A e B podiam usufruir de alguns serviços, muito embora a lei nos coloque como iguais. Segundo e particularmente o mais importante, ampliação de escolas técnicas, universidades e outros tipos de oportunidades sendo levadas ao interior, ajudando muitas vezes a desafogar a vida nas cidades grandes, já que “o homem simples do interior” não vai precisar se distanciar do seu filho, se este quiser cursar uma escola superior. Outra saída, já pensada em períodos anteriores, seria assumir a fraqueza social e entregar as instituições de ensino a setores particulares e deixa-los comandar tudo. Perceba quão absurdo é essa ultima alternativa. Se por um lado à mobilidade social foi tornando a classe B maior ainda, essa mesma camada social foi-se rebelando contra ela própria, por que passou a ter mais gente com possibilidades de estudo de qualidade, com possibilidades de ir aos aeroportos, a ter possibilidades de compras, aproveitar um dinheirinho no início do mês agradando familiares, amigos ou outros “chegados” (lembrem que de onde esses “novos moradores das cidades” vêm a família é grande, se conhece muita gente e se valorizam os fatores sociais; os rituais e outras festividades possíveis). Isso realmente provoca indignações. A crise, nova no entendimento de alguns, foi causada por que a chamada classe média foi aumentando em seu numero e foi tornando-se muito mais complexa, devido ao fato de terem novas formas de pensar, interiorizadas por conta do que os sociólogos chamariam de mobilidade social ascendente, novos comportamentos, e manifestações. É essa a sociedade que se encontra em choque, com suas ideias, suas praticas, suas leis. Esse sistema de regras que foi racional, até certo ponto, para a sociedade anterior Chega ao seu limite. Se tanta coisa muda o tempo todo, e certas vezes de forma indevida, porque não mudarmos a estrutura social. O conjunto de poderes, o corpo de regras importantes a uma sociedade são o conjunto de fatores que impulsionam uma transformação, ao invés de ficarmos pondo a culpa em um governante A ou B (ou D, se é que me entendem). A estrutura da sociedade mudou então, porque não repensarmos a sua estrutura de leis, ao invés de reemendarmos algo que necessita de uma mudança de todo o seu conjunto. por Pedro Wilson Porto.Professor de história e especialista em ciências políticas.
Posted on: Tue, 09 Jul 2013 06:20:17 +0000

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