“Não existe nenhum país com a perspectiva de futuro que o - TopicsExpress



          

“Não existe nenhum país com a perspectiva de futuro que o Brasil tem”, diz Lula a empresários franceses Lula participou na noite desta quinta-feira (21) de um jantar realizado pelo Consulado da França em São Paulo para empresários franceses que atuam no Brasil e parlamentares da França interessados na política aeroespacial do país. O ex-presidente falou do avanço das relações entre França e Brasil nos últimos anos, da necessidade de superação da crise internacional por meio do crescimento e das boas perspectivas que o Brasil tem pela frente. Para baixar imagens em alta resolução, visite o Picasa do Instituto Lula. “Não existe nenhum país no mundo com a perspectiva de futuro que o Brasil tem”, afirmou Lula lembrando a consolidação da democracia, a ascensão social e a criação de empregos no país. Ele falou que o Brasil ainda tem problemas, mas que muitos deles são decorrentes do crescimento e não da estagnação. “Hoje esse país tem o que ofertar a quem aqui quiser investir”, declarou. Ele lembrou também o Fórum para o Progresso Social realizado pelo Instituto Lula e pela Fundação Jean-Jaurès, em dezembro de 2012, em Paris, e convidou todos para a segunda edição do seminário, que acontecerá nos dias 11 e 12 de julho, em São Paulo. O principal tema debatido no encontro do ano passado foi a necessidade de colocar o crescimento como saída para a crise. Sobre as relações entre Brasil e França, Lula ressaltou que a força dos laços que unem os dois países e os avanços das relações nos últimos anos. A balança comercial entre os países, que era de 3,4 bilhões de dólares em 2003 chegou a 10 bilhões em 2012, citou Lula. Ele afirmou ainda considerar “um salto de qualidade” na relação entre os dois países a declaração assinada em dezembro do ano passado pela presidenta Dilma e pelo presidente François Hollande intitulada “Por uma nova etapa da parceria estratégica Brasil-França”. Um dos anfitriões, o embaixador da França no Brasil, Bruno Delaye, disse estar honrado em receber o ex-presidente e afirmou que “Lula é a pessoa fora da Europa mais adorada pelos franceses”. Ele lembrou que Lula e Mandela são os grande nomes internacionais reconhecidos pelas diversas tendências políticas da França. “Admiramos ele porque ele mudou as coisas, mudou a vida de milhares de pessoas”, explicou. O outro anfitrião foi o cônsul da França em São Paulo, Damien Loras. Também falou no evento o empresário brasileiro André Esteves. Fala de Lula Em seu discurso, Lula lembrou que “o patamar atual de nossas relações e as perspectivas favoráveis que temos não caíram do céu. Refletem um esforço conjunto de muitos anos”. Ouça abaixo a fala completa ou veja o discurso lido do presidente (o texto não inclui os improvisos): Querido embaixador Bruno Delaye, querido cônsul Damien Loras, demais diplomatas franceses que atuam no Brasil. É com satisfação que participo desse encontro com dirigentes de empresas francesas que investem no Brasil, com os parlamentares que nos visitam e demais convidados desta noite. Agradeço o convite para estar aqui hoje com vocês. Cumprimento o caro amigo André Esteves. Acredito que esta reunião acontece em um momento particularmente positivo e auspicioso da relação França-Brasil. No Fórum pelo Progresso Social que o Instituto Lula e a Fundação Jean Jaurès realizaram juntos em dezembro passado, em Paris, com a presença dos Presidentes Dilma Rousseff e François Hollande, ficou muito evidente a força dos laços que nos unem. Estiveram conosco, ali, importantes lideranças públicas e privadas dos dois países e os principais ministros dos respectivos governos, além de dirigentes de organismos multilaterais. A opinião geral é de que a cooperação Brasil-França, que já é muito boa, pode e deve ser ainda mais forte e abrangente. O patamar atual de nossas relações e as perspectivas favoráveis que temos não caíram do céu. Refletem um esforço conjunto de muitos anos, tanto na esfera pública quanto na privada, que de modo consciente e determinado intensificamos na última década. Para que vocês tenham uma ideia, a partir de 2003 houve 23 encontros entre os Presidentes brasileiro e francês e nada menos que 13 visitas de Presidentes franceses ao Brasil ou brasileiros à França. E nenhuma dessas atividades foi meramente protocolar. Todas elas se debruçaram sobre uma densa agenda de trabalho, discutindo e tomando decisões operativas sobre temas bilaterais e globais. Desse modo, quando lançamos – o então Presidente Chirac e eu – em 25 de maio de 2006, a Parceira Estratégica França-Brasil, não se tratava de uma mera proclamação de intenções ou de retórica política. A parceria estratégica consolidou os esforços já realizados, nas mais diversas áreas, e estabeleceu objetivos ousados – mas concretos e palpáveis – para os anos seguintes. Agora, quando li a declaração conjunta dos Presidentes François Hollande e Dilma Rousseff, de 11 de Dezembro último, a minha alegria foi grande. Porque neste documento está registrado um compromisso efetivo, que tem tudo para dar um novo salto de qualidade nas relações políticas, econômicas, sociais, cientificas e culturais entre os nossos países. Não é mais um abstrato e vazio “protocolo de intenções”. Sinceramente, ninguém pode deixar de considerar atentamente esse documento. O seu título é muito pertinente: Por uma nova etapa da parceria estratégica Brasil-França. Os dois Presidentes decidiram “aprofundar” a parceira estratégica bilateral e dotá-la “de novas ambições” – e essa é uma atitude corretíssima porque já fizemos muito – mas podemos e devemos fazer muito mais. O que foi feito não é apenas para ser celebrado, mas para ser potencializado – ou fortalecido – e sobretudo ampliado. Ali se afirma, de modo inequívoco, que os dois países vão incrementar suas iniciativas conjuntas tanto no que diz respeito às relações bilaterais quanto ao enfrentamento da crise internacional. É nesse contexto que se situa a nossa relação. E é sobre essas duas dimensões que quero compartilhar com vocês algumas reflexões. Primeiro sobre a crise global, depois sobre as nossas relações bilaterais. Concordo inteiramente com a decisão dos dois presidentes de “promover sua visão como de uma ordem internacional mais próxima e mais justa e de um sistema multilateral mais eficaz e representativo”. E mais ainda quando afirma a necessidade de superar a crise internacional pela via de crescimento, da solidariedade e de uma cooperação global fortalecida. E que “a responsabilidade orçamentária deve ser acompanhada pela adoção de medidas de retomada do crescimento econômico que permitam aumentar o nível de emprego e preservar as conquistas sociais”. O crescimento é a saída para a crise. Foi esse o espírito que nos moveu no Brasil em 2008, quando a crise se evidenciou. O incentivo à produção, ao investimento, que foi atendido por empresários brasileiros, franceses e de vários países do mundo possibilitou um salto significativo no nosso mercado interno de consumo. Combinado com uma ação efetiva do Estado, através do Programa de Aceleração do Crescimento, o PAC, e articulado com uma série de programas sociais de combate à pobreza, o resultado foi claro: desenvolvimento econômico com redução significativa das desigualdades sociais. Sempre com a manutenção permanente e consolidada de todas as instituições democráticas. Uma combinação que poucos países do mundo hoje podem compartilhar. A chave do sucesso brasileiro foi transformar os pobres, que eram vistos como um problema, em parte fundamental da solução. Tornaram-se trabalhadores, consumidores, cidadãos, e fizeram a roda da economia girar. É esse quadro, consolidado e seguro que o Brasil ofereceu até aqui para os investidores e empreendedores de todo o mundo e que nossos amigos franceses tiveram a oportunidade de conhecer para lhes dar segurança para atuar em nosso país. Esse quadro se mantém intacto até aqui e suas perspectivas para os próximos anos são todas promissoras. Apesar de alguns problemas e dificuldades que ainda persistem e são do conhecimento de todos vocês que estão no Brasil há anos, temos todos os motivos para manter o otimismo. A taxa de desemprego no Brasil é a menor da nossa história. A inflação está sob controle. Não tivemos, não temos e não teremos crise na área energética, por mais que uns poucos torçam por isso. Nosso ambiente de negócios é tranquilo, transparente e do conhecimento de vocês. Fizemos muito até aqui juntos e temos muito ainda para fazer juntos. Nosso intercâmbio comercial que era de US$ 3,48 bilhões em 2003 passou para US$ 10 bi em 2012, mas isso ainda é pouco para duas das maiores economias do mundo. Somos parceiros históricos, com laços inseparáveis entre nossos povos. Em dezembro passado, em Paris, nossos presidentes deixaram claro o rumo do crescimento como saída para crise. Hoje, tenho a oportunidade de reforçar junto a vocês essa convicção. Desde já, trabalhamos juntos para organizar a segunda sessão do nosso Fórum pelo Progresso Social. Desta vez, aqui em São Paulo, nos próximos dias 11 e 12 de julho. Agora pretendemos reunir os representantes dos principais bancos de desenvolvimento do mundo. Desde já, eu convido vocês a participar deste esforço. Obrigado pelo encontro de hoje e considero que o nosso próximo encontro já está marcado. Agência Inter Press: Modelo econômico do Brasil oferece um raio de esperança PARIS, 13 de dezembro de 2012 (IPS) – Enquanto os governos lutam para encontrar formas de driblar a persistente crise financeira global, o modelo de desenvolvimento do Brasil oferece um caminho alternativo de recuperação e crescimento, de acordo com alguns economistas e políticos. “O Brasil oferece esperança para nações africanas e europeias, pois mostrou que você pode obter êxito com a globalização succeed at globalisation, optando não apenas pelo crescimento, mas também por uma melhor distribuição de riqueza”, afirma o economista do Togo Kako Nubukpo à IPS. O ex-diretor de análise econômica e pesquisa da West African Economic and Monetary Union (WAEMU, União Econômica e Monetária dos Países da África Ocidental) esteve em Paris para participar, durante dois dias, do Fórum para o Progresso Social Forum for Social Progress que ocorreu esta semana, liderado pelo ex-presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, pela atual presidente, Dilma Roussef, e pelo presidente da França, François Hollande. Concentrado em como “optar pelo crescimento” e “sair da crise”, o fórum também foi um espaço para especialistas progressistas chamarem a atenção para um novo tipo de administração pública que “coloca as pessoas como prioridade” e garante a sustentabilidade ambiental. “O Brasil nos mostrou que o desafio é ter o máximo de consideração às aspirações das pessoas, pois com uma liderança esclarecida podemos vencer no processo de desenvolvimento”, afirmou Nubukpo. “Hoje, na África, temos a impressão de que nossos líderes estão mais preocupados com o Fundo Monetário Internacional e com o Banco Mundial que com nosso próprio povo”. Nubukpo e outros participantes enaltecerem a “utilidade” do fórum, mas o próprio Lula disse que estava cansado de encontros que simplesmente discutiam a crise. Em um discurso inflamado, ele convocou os governantes a encontrar a coragem para adotar soluções “óbvias”, especialmente com relação à pobreza. “Se um governante não pode oferecer democracia, dignidade e esperança ao seu povo, para que servem os governos?”, ele questionou. Descrevendo como ele se dedicou aos planos para tornar o Brasil um ator respeitado no cenário mundial, Lula falou sobre políticas que foram elogiadas e criticadas lauded and criticised. Sua administração instituiu notavelmente o programa Bolsa Família, um sistema nacional de transferência em dinheiro para auxiliar famílias pobres a manter seus filhos na escola. O governo também criou o programa ProUni, pelo qual estudantes de baixa renda low-income students recebem bolsas escolares para frequentar a universidade, com a meta de formar trabalhadores mais capacitados para o país. Alguns críticos dizem que as medidas tiveram consequências não previstas, como famílias que enviam crianças para a escola apenas para obter o auxílio, mas Lula defendeu as políticas. “Eu tinha a convicção de que era necessário fazer algo diferente do que já tinha sido feito no Brasil”, ele disse no fórum, que foi organizado também pela fundação francesa Jean-Jaurès e pelo Instituto Lula, uma organização fundada por Lula depois que ele saiu da presidência, em 2011. “Decidimos pagar a bolsa família por agências bancárias, com o uso de cartões magnéticos que eram entregues às mulheres de cada lar (e não aos homens, que podiam gastar o dinheiro em cerveja), e isso representou uma revolução para a criação de contas bancárias para correntistas de baixa renda”, ele acrescentou. Uma das metas do Instituto Lula é “aproximar o Brasil e a África” e “melhorar a integração do Brasil com a América Latina”, dois objetivos que o ex-presidente considera que mudarão o status quo global. “É necessário construir novos paradigmas para que possamos discutir problemas de comércio e não fiquemos presos à visão tradicional, que nos faz recorrer aos Estados Unidos ou à União Europeia para resolver nossos problemas”, ele defendeu. De acordo com Lula, se os países industrializados fizessem mais pela África, eles também poderiam se beneficiar disso no futuro. “Por que o mundo desenvolvido, que está enfrentando um problema de consumo, não amplia o financiamento a longo prazo para países africanos a taxas de juros mais baixas, de forma que eles possam desenvolver as próprias indústrias e agricultura?”, ele perguntou. Lula afirmou que o oceano entre a América Latina e a África deve ser visto como um condutor para o comércio, e não uma barreira para ele. O africano Bruno Ondo Mintsa, ativista contra a pobreza anti-poverty activist e presidente da Association Printemps du Quart-Monde, contou à IPS que o “milagre brasileiro” foi uma fonte de motivação para africanos. Para a África, que tem uma imensa riqueza natural, mas continua a ser atingida pela pobreza miserável, o “Brasil mostra que o problema é de democracia, de administração pública e distribuição de riquezas”, afirma Mintsa. “É um escândalo que um continente rico como a África tenha pessoas vivendo em tal pobreza”. Para alguns socialistas europeus, o Brasil é exemplo de um meio termo entre o que o presidente francês Hollande chamou de “rejeição absoluta à globalização e aceitação ingênua até de suas consequências (mais) extremas”. “Embora estejamos em busca de crescimento, sabemos bem que o tipo de crescimento que tivemos antes da crise não é mais sustentável”, afirmou Hollande para os participantes do fórum. A solução não será encontrada no passado, ele acrescentou. Em vez disso, “Temos que criar uma nova era”. De acordo com Hollande, as prioridades devem ser o crescimento, empregos para os jovens, transição de energia e luta contra desigualdades. Ele conhece bem os perigos de ignorar essas áreas fundamentais: o desemprego cresceu na França para 10,3 por cento no terceiro trimestre deste ano, o índice mais alto em 13 anos, e entre os jovens essa taxa se aproxima de 25 por cento. Na terça-feira, quando o Fórum para o Progresso Social começava, a National Conference for the Fight Against Poverty do próprio governo francês chegou ao fim com o anúncio de um ambicioso plano de dois milhões de euros para a recuperação. Esse plano inclui o aumento de apoios de receita, extensão da saúde nacional gratuita, criação de lares de emergência e alocação de fundos para jovens desempregados entre 18 e 25 anos. Alguns políticos da oposição criticaram o plano como esmola, mas ativistas afirmaram que já era hora de os pobres receberem uma verdadeira atenção política. “A França pode aprender muito com o Brasil”, ressaltou o médico e professor francês, Dr. Alain Goguel para a IPS. “Nós amparamos os bancos com trilhões, mas relançar a economia ajudando o pobre é uma ideia original. Se ela funciona, deve ser imitada”. O artigo original, em inglês pode ser lido no link: ipsnews.net/2012/12/brazils-economic-model-offers-ray-of-hope Políticas de austeridade de hoje condenam a uma recessão perpétua, diz líder da esquerda grega em encontro com Lula O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva se encontrou na manhã desta terça-feira (18) com Alexis Tsipras, líder do partido de esquerda grego Syriza. Tsipras, junto com sua delegação, visitou a sede do Instituto Lula, em São Paulo, num encontro que durou cerca de uma hora e meia. Para baixar fotos em alta resolução, visite o Picasa do Instituto Lula. A conversa girou em torno da crise internacional, que castiga duramente a Europa e a Grécia em especial. “Viemos de um país que foi eleito como cobaia da crise europeia”, disse Tsipras logo no início do encontro. Lula, que na semana passada esteve em Paris no “Fórum pelo progresso social”, concordou com Tsipiras que as políticas de austeridade estão castigando ainda mais os trabalhadores europeus e é necessário retomar o caminho do crescimento para sair da crise e evitar que ela se espalhe por outras regiões do globo. Crítico das políticas de austeridade que têm onerado os trabalhadores, em especial a juventude, Tsipras disse que resolveu iniciar sua viagem internacional pelo Brasil porque considera que aqui o governo de Lula provou para o mundo que é possível ter sucesso enfrentando a crise com caminhos alternativos. Lula perguntou se o povo grego acredita que a crise está terminando e Tsaris foi taxativo ao dizer que não. “Nos últimos três anos, recebemos 140 bilhões de euros em empréstimos. Desse valor, só 19 bilhões foram para a economia real. Esses empréstimos estão nos condenando a uma recessão perpétua, porque não temos a menor possibilidade de pagar essa dívida”. E ele lembrou ainda que há um problema político, porque este é um ano eleitoral na Alemanha e Angela Merkel, a chanceler alemã e líder europeia nas políticas de austeridade, não quer aceitar que o problema fracassou. Tsaris disse a Lula que o remédio da austeridade não está funcionando na Europa e, mesmo assim, os governos só fazem aumentar a dose desse remédio. O grego propôs uma Conferência Internacional para debater esses problemas, como a conferência feita em 1953 e que perdoou quase 65% da dívida alemã no pós-guerra. “A Europa tem que trilhar o crescimento para superar a crise, precisamos de um plano Marshall de investimentos, uma mudança na política de impostos, que recaem fortemente sobre os trabalhadores e a classe média, e um programa de investimento na infraestrutura do país”. “O povo está sendo barbaramente atingido por esta crise. A renda média sofreu uma redução de aproximadamente 40%, o PIB caiu 25 pontos nos últimos quatro anos e a taxa oficial de desemprego já é de 26%. Entre os jovens, passa de 50%.” Tsipras ainda citou estatísticas europeias de que, neste momento, um terço da população grega vive abaixo da linha de pobreza. “Não seria exagero dizer que a Grécia, um país no coração da Europa, em desenvolvimento, com renda per capita de país desenvolvido, neste momento enfrenta uma crise humanitária”, lamentou. Lula lembrou que no seminário “Fórum pelo progresso social” organizado em conjunto em Paris pela Fundação Jean-Jaurès e pelo Instituto Lula, o mesmo assunto foi debatido. “Segundo discussões de economistas aqui no Brasil e no seminário que fizemos em Paris, o problema da Grécia teria sido resolvido com 40 bilhões de dólares no ano de 2009. E agora necessitamos muitas vezes esse valor”. E concordou com a visão de Tsaris de que, resolvido o problema político, fica mais fácil resolver o problema econômico desta crise. “Eu fui candidato a presidente em 89 aqui no Brasil e, naquela época, a dívida da Itália ja era de 120% do PIB. Isso nunca foi problema, porque a Itália tinha dívida cara, mas os títulos eram de longo prazo. A dívida dos EUA é maior que o PIB americano, mais de 17 trilhões de dólares, e isso não traz nenhuma preocupação? Por que de repente a dívida dos países mais pobres da Europa ficou problemática? Essa dívida estava na mão de quem? De bancos franceses — a grega especialmente — e de bancos alemães. Se eles tivessem pensado politicamente, teriam resolvido essa crise no seu nascimento. De 2008 até agora já foram colocados 9,5 trilhões de dólares para salvar o sistema e o problema não esta resolvido. Quando, na verdade, parte desse dinheiro poderia ser gasto para retomar produção e crescimento econômico”. E finalizou retomando uma frase que já havia dito em Paris: “A impressão que eu tenho, muito cuidadosa, é que o atual conjunto de lideranças da Europa são todos filhos do Estado de Bem-Estar social e que não estavam habituados a viver essa tempestade. Falta algum tipo de governança global que possa regular o sistema financeiro”. Para Lula, a capacidade do FMI e do Banco Mundial de ajudar a Europa nesta crise é pequena, porque são instituições que foram criadas para atuar em crises de países pobres, não nos ricos. E terminou com uma mensagem de otimismo para os gregos, recordando o que aconteceu aqui no Brasil. “Eu lembro que no dia 22 de dezembro de 2008 eu entrei em rede nacional para fazer um pronunciamento à nação brasileira. Havia um clima de terror, dizendo que o povo não ia comprar porque estava com medo de perder o emprego. Fui para a TV e fiz um pronunciamento dizendo que era verdade que tinha o início de uma crise, e que essa crise no Brasil seria uma marolinha. Mas que, se o povo não fosse às compras, aí sim a crise ia chegar no Brasil. O que aconteceu naquele momento? Pela primeira vez na história do Brasil, as classes C, D e E consumiram mais que as classes A e B.’ Lula lembrou ainda que, mesmo na crise atual, neste ano foram gerados mais de um milhão de empregos formais no Brasil e a massa salarial cresceu 4,8%. Modelo econômico do Brasil oferece “raio de esperança”, diz imprensa internacional após fórum na França O primeiro grande seminário internacional organizado pelo Instituto Lula repercutiu bastante na imprensa internacional. O “Fórum pelo progresso social – O Crescimento como saída para a crise”, organizado em conjunto com a Fundação Jean-Jaurès, em Paris, reuniu os presidentes François Hollande, da França, e Dilma Rousseff, do Brasil, intelectuais e também o ex-primeiro ministro francês Lionel Jospin e o ex-presidente Lula em torno do debate de alternativas à política de austeridade como saída para a crise internacional. O modelo brasileiro de combate à crise, focado em estímulos ao crescimento e na manutenção do emprego, foi constantemente citado como um exemplo que pode ser transferido à realidade da crise européia. “Se alguém pode ensinar alguma coisa aos europeus sobre como lidar com crises e superá-las, este é o homem”, destacou o jornal alemão Frankfurter Rundschau, no dia 7 de dezembro. O jornal francês Le Figaro, destacou em manchete “Paris estende tapete vermelho para o Brasil” no dia 10. O espanhol El Mundo deu destaque também para as críticas que Lula fez à estrutura anacrônica de órgãos da ONU, como o Conselho de Segurança, que mantém uma composição fechada desde o fim Segunda Guerra Mundial, ignorando as mudanças geopolíticas que aconteceram desde então. “Hoje a ONU não está à altura do que o mundo necessita”, repetiu o jornal. A agência internacional Inter Press Service (IPS), tradicionalmente engajada em causas sociais resumiu em uma manchete sua avaliação do fórum: “Modelo econômico do Brasil oferece raio de esperança”. A carta conjunta, divulgada ao final do evento, foi publicada na íntegra pelo jornal francês Libération e pode ser lida (em português) aqui. Durante o fórum, além dos temas diretamente ligados à Europa, muitos debatedores lembraram que a saída para esta crise passa também pelo estímulo ao crescimento dos países pobres, que ainda não desenvolveram seus próprios mercados internos. Foi nesse contexto que o analista político Hartosh Singh Bal publicou uma coluna no New York Times comparando o sucesso do Bolsa Família com um programa que o governo indiano pretende implementar no país, inspirado nas transformações ocorridas no Brasil. Abaixo, o Instituto Lula separou uma coleção de notícias publicadas dentro e fora do Brasil entre os dias sete e 16 de dezembro, com foco no “Fórum pelo progresso social – O Crescimento como saída para a crise” e seus desdobramentos. Vídeos do Fórum pelo progresso social (com áudio em português) Mesa de abertura – Terça, 11 de dezembro Dilma Rousseff, presidenta da República Federativa do Brasil François Hollande, presidente da República Francesa Mesa “Crescimento sustentável: um desafio mundial” – Terça, 11 de dezembro Boas-vindas: Pierre Mauroy (França), presidente da Fundação Jean-Jaurès, ex-primeiro-Ministro da República Francesas Mesa-redonda: Daniel Cohen (França), vice-presidente da École d’Économie de Paris e presidente do Conselho de Orientação Científica da Fundação Jean-Jaurès Gilles Finchelstein, diretor-geral da Fundação Jean-Jaurès Relator: Nicholas Stern (Reino Unido), professor da London School of Economics “Por uma governança mundial justa e eficaz” – Quarta, 12 de dezembro Relator: Kemal Dervis (Turquia), vice-presidente d Brookings Institution Mesa: “Que justiça social numa economia globalizada?” – Quarta, 12 de dezembro Relator: Wellington Chibebe, secretário-geral adjunto da Confederação Internacional de Sindicatos Inclui diálogo: Guido Mantega, ministro da Fazenda do Brasil Pierre Moscovici, ministro da Economia e Finanças da França Mesa de encerramento, com Lionel Jospin e Lula – Quarta, 12 de dezembro* * O discurso de Lula começa aos 41 minutos de vídeo. Relação de matérias publicadas no Brasil e no exterior: 6 DE DEZEMBRO: Alemanha “Wir sind abhängig davon, was auf der Welt passiert” (Nós dependemos do que acontece no planeta) - DeutschlandRadio 7 DE DEZEMBRO: Brasil “Eu sou ingênuo, mas acredito na política”, diz Lula em debate na Alemanha — Instituto Lula (com áudio) Na Alemanha, Lula aponta emprego e desenvolvimento como saídas para a crise — Instituto Lula Lula defende prazo maior para que Espanha e Grécia equilibrem as contas – Agência Estado Lula exige prazo maior para Espanha e Grécia – Portal Exame Na Alemanha, Lula critica ONU e defende mudanças em conselho – Terra – Notícias Em Berlim, Lula critica política de austeridade europeia – Terra – Notícias Alemanha Em Berlim, Lula critica política de austeridade europeia – DeutscheWelle Lula: “Hay políticos enemigos de la paz” – DeutscheWelle, Eva Usi Wirtschaft geht auch gerecht – (A economia também pode ser justa) Frankfurter Rundschau, Von Markus Sievers Estados Unidos Will Vote for Rupees (Vota-se em troca de rúpias) – New York Times Itália Sel: Vendola Incontra Lula Al Congresso Ig Metall A Berlino – Agenzia Parlamentare, Roma 9 DE DEZEMBRO: Brasil Dilma viaja à França para tratar de crise econômica e defesa – Valor Notícias Dilma viaja hoje à França para conversar sobre crise econômica, defesa e ciência e tecnologia – Agência Brasil Dilma embarca para viagem à França e à Rússia – Terra – Notícias Dilma viaja à França para discutir crise, defesa e ciência e tecnologia – iG, Último Segundo Lula recebe Prêmio Internacional Catalunha na próxima 5ª – Terra – Notícias Lula receberá Prêmio Internacional Catalunha na quinta-feir
Posted on: Fri, 07 Jun 2013 01:13:25 +0000

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