"Não se vive inteira e honestamente ignorando o passado. Já havia anoitecido, a casa inteira estava devorada pela escuridão. Juliano ergueu-se da cadeira, caminhando às cegas pela sala, procurando ver com as mãos e os pés, tropeçando. Acendeu a luz, reconheceu os móveis e a si mesmo, refletido no espelho. Mas havia algo mais em seus olhos. Tinham a luz, mas eles não brilhavam pela fluorescência. No peito febril, um coração que aos poucos ia seguindo um ritmo turbulento. Vítor estava cada vez mais perto, emergindo agora tão rápido quanto seu ritmo cardíaco em contraste com os minutos do relógio que ele não tinha na parede. Vítor, Vítor, Vítor dentro do carro, dobrando ruas, parando no trânsito- e cuidado com os trombadinhas, meu Deus!-, Vítor passando a marcha e vindo a oitenta, talvez cem por hora. Vítor estava chegando, mas Juliano não sabia o qual perto ou longe, apesar da proximidade iminente, de sua vinda secreta apesar de já revelada." Estou acabando, Gargoule Punkeka!!!
Posted on: Sun, 23 Jun 2013 19:02:46 +0000
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