Pensando em contribuir para o modelo vigente de Fazendas de - TopicsExpress



          

Pensando em contribuir para o modelo vigente de Fazendas de Recuperação no qual é um tema muito delicado, Vou trazer este enfoque direcionado as comunidades terapêuticas que trabalham em sistema de internamento, sob abstinência total. Entendendo que muito mais do que críticas, o que viso é a contribuir para a construção de uma nova forma de pensar o tratamento para toxicômanos e alcoolistas, é que ouso prosseguir. Para isso, será necessário retomar alguns pontos, Iniciarei falando sobre a importância das relações objetais para o sujeito. Quando essas pessoas chegam a uma dessas instituições, geralmente já se conscientizaram que necessitam de ajuda para vencer a dependência, bem como explicitaram o desejo de se submeterem ao tratamento. Não raramente estão com suas relações sócio-familiares prejudicadas, quando não destruídas, e com seus projetos educativo e profissional interrompidos. Na verdade estão experenciando um processo de exclusão social decorrente do consumo de álcool ou de outras drogas de forma reincidente e dependente. Considerando a importância da possibilidade de cumprimento do Ideal do Eu, a expressão da subjetividade poderia se dar por intermédio de atividades criativas, nas quais o sujeito se expressaria e, também, possibilitaria o “incremento do autoconceito” apontado por Freud. Além de favorecer uma real vinculação às atividades, elas poderiam exercer funções elaborativas para as vivências angustiantes dos sujeitos. Mas, por outro lado, esse processo de exclusão já é instaurado antes da dependência química, pois na maioria da vezes, essas instituições recebem em seus quadros, pessoas oriundas de segmentos sociais já excluídos social e economicamente. Em decorrência, ao término do tratamento, o que geralmente dura de 6 a 10 meses, o sujeito recuperado se vê diante de outro desafio: o retorno ao meio sócio-familiar. Trata-se do reinicio das relações no âmbito da família, do trabalho, da escola... o que é decisivo para o seu retorno ou não ao uso de drogas. Dependerá de como essa reinserção é trabalhada, enfrentada e assumida por todos os envolvidos nesse processo: profissionais, egressos e familiares. Nesse sentido, o processo de reinserção social do egresso consubstanciou-se como nosso objeto de estudo, estamos buscando conhecer a dinâmica do processo de exclusão/inclusão do egresso daquela instituição ao meio sócio-familiar novamente . O que está em jogo Pessoal na situação do toxicômano é, a própria lógica do apoio. Diante desse quadro, entende-se que o que é necessário, ao toxicômano ou alcoolista, não é um esquema rígido ao qual ele deva se adequar, eternamente tentando se moldar ao que dele é pedido. Primeiramente, porque não se vê aí uma conduta de respeito, de tentativa de possibilitar-lhe um surgimento como sujeito; e, quando falamos sujeito, comungamos que a sua dimensão é a da implicação, da liberdade e da responsabilidade sobre o lugar do amor nas Fazendas de Recuperação Fizemos esse caminho porque observamos que muitas instituições de internação de toxicômanos impõem grandes restrições às relações que o interno possuía antes do tratamento e durante o mesmo. Não só o isolamento físico, mas a impossibilidade de comunicação por chamadas telefônicas; o inculcamento da ideia de que o toxicômano deveria se afastar especialmente de pessoas e ambientes festivos, etc; ; Considerando o exposto, a importância das relações objetais, é custoso entender que estas sejam dificultadas de alguma maneira, em um lugar onde, supostamente, busca-se tratar o toxicômano, e, logo, reabilitá-lo a exercer suas funções sociais. Quando tudo o que se tenta nestas instituições é afastar o pensamento da droga, na verdade, está-se impedindo que o a libido se distribua! Tanto quando falamos do tipo de trabalho oferecido ao toxicômano, como quando nos referimos às relações que lhe são permitidas, o que queremos apontar é a importância de vivências significativas na tentativa de que ao sujeito toxicômano sejam permitido prazeres conforme o Ideal de Ego do mesmo. Quanto a este ponto, faremos algumas breves explanações no tópico a seguir. Observa-se que essas pessoas, ao iniciarem o tratamento, encontravam-se excluídas não só de empregos, mas também dos bancos escolares. Embora o grau de escolaridade não seja tão inferior, não possuem profissões definidas e deixaram os estudos há muitos anos, provavelmente influenciados pelas conseqüências do uso de drogas e álcool. Durante o processo de tratamento, o resgate da necessidade de estudar acontece naturalmente, principalmente entre os mais jovens. Se oportunizarmos nas Instituições, enquanto estiveram internados A preocupação com o emprego prevaleça, principalmente no período final do internamento, o retorno à Escola faz parte do processo de reinserção social, apesar de não se tornar uma possibilidade imediata para todos. o estudo é o melhor caminho para quem quer ter um futuro promissor e bem sucedido O retorno aos estudos está diretamente relacionado à questão econômica que, por sua vez, associa-se ao emprego. A opção pelo trabalho é mais urgente e necessária do que o retorno aos estudos, por uma questão de sobrevivência. O acesso à escolaridade faz parte do processo de reinserção social e, quando o egresso do tratamento da dependência química, o mesmo (a) não retorna aos estudos, por causa de condições financeiras por exemplo, continuara igual a tantos outros brasileiros: excluído educacionalmente. E ISSO NÃO É BOM......... Conforme abordamos no primeiro item desse, a pessoa quando decide pelo tratamento, geralmente já está muito fragilizada física e emocionalmente, e suas relações sócio-familiares também. Ao chegar à comunidade terapêutica, a primeira reação é de “reserva”, por estar adentrando em um espaço novo e desconhecido. O sucesso ou não do tratamento dependerá, em grande parte, dos novos relacionamento que irá estabelecer no processo que se inicia e a forma como será apoiado para enfrentar os desafios que se farão presentes. POR EXEMPLO : Como o atendido recebera o apoio da instituição, deste primeiro contato ? Muito importante, Pois o que eles querem é somente a recuperação fazer amizades e receber carinho !!! Pessoal isso é serio, Uma impressão negativa no primeiro momento, este sofrera modificações no decorrer do tratamento. E, aqueles que tiveram “boa impressão” permaneceram com a mesma opinião até o fim. Outro ponto de fundamental importância é, as informações que chegam até os familiares são muito generalizadas, não fornecendo dados concretos. Isso não contribui para o tratamento!!!! Deixo uma dica, é fato, é perceptível na fala deles sobre suas experiências durante o tempo de internamento, fiquem atentos!!! O importante papel que a família ocupa durante todo o ciclo do tratamento. Para o interno, manter o vínculo com aqueles com quem tem referência afetiva, por mais tênue que seja, é de vital importância para sentir-se seguro e alimentar-se da certeza de que tem “para quem” e “para onde” voltar. E quando falamos em família, nos referimos a “...um núcleo de pessoas que convivem em determinado lugar, durante um lapso de tempo mais ou menos longo e que se acham unidas (ou não) por laços consangüíneos.” Para o interno e/ou egresso de uma comunidade terapêutica, a família pode estar representada pelo vínculo com ambos os pais e irmãos, somente com um dos genitores, com irmãos, tios ou... simplesmente pessoas com quem têm vínculos de amizade e que os visitam e os acompanham no momento de entrar e do desligamento da instituição. Por outro lado Para aqueles que não têm essa referência, a proximidade da época de desligamento institucional pode tornar-se extremamente angustiante, pois ao completarem o ciclo de tratamento, não tendo para onde ir, onde permaneceram ? Temos que pensar nestes também!!!! No entanto, esse retorno ao convívio familiar, muitas vezes, não acontece com a tranqüilidade necessária ao equilíbrio emocional do egresso ao iniciar essa nova etapa de sua vida. Sempre há uma expectativa de ambos os lados. E é evidente a importância desse momento de reinserção familiar ocorrer da forma mais satisfatória possível. Para alguns, conforme vimos será um processo quase que natural, para outros porém, é mais difícil. Isso nos leva a pensar no importante papel que a Instituição ocupa, intermediando as relações familiares, desde o momento do internamento, permeando todo o ciclo do tratamento e acompanhando o desligamento e a volta ao convívio familiar. Destaco aqui um importante espaço de atuação profissional da equipe técnica, principalmente na pessoa do assistente social e psicólogo que, através de contatos e entrevistas, atendimento grupal e individual, e de visitas domiciliares, Irão atuar no sentido do restabelecimento e/ou fortalecimento desse vínculo. Mas isso tem que ocorrer durante todo o período do internamento, e após o mesmo, dando o acompanhamento e o suporte terapêutico e assistencial necessários. Sem dúvida, o retorno ao convívio familiar representa importante etapa no processo de reinserção social do egresso do tratamento da dependência química, devendo, na medida do possível ocorrer da forma mais natural e tranqüila possível. E, quando não há família para onde retornar? O atendimento psicossocial, durante o internamento, deve enfocar esse aspecto também, levantando alternativas, capacitando pessoal e profissionalmente o interno, preparando-o para a sua reinserção ao meio social. O meio sócio-familiar não é harmonioso e sem problemas; traz contradições inerentes à realidade social, econômica, cultural e política mais ampla. O egresso necessita desligar-se da Instituição fortalecido para vivenciar essas contradições e, consciente de sua cidadania, fazer valer seus direitos e saber utilizar-se dos recursos necessários ao atendimento de suas necessidades. Nesse aspecto, entra a questão da sua reinserção educacional e ao processo produtivo. Amigos(as) do Bem Meu interesse por esse tema originou-se de uma preocupação em buscar indicadores sobre a eficácia do tratamento realizado, tendo como critérios de análise a dimensão sócio-familiar, com enfoque na área educacional, profissional e espiritual. que abrangesse também o pós-internamento. Meu grande desafio, nesta contribuição centrou-se na busca de uma compreensão mais exata sobre o processo de reinserção sócio-familiar do egresso. E uma profunda reflexão sobre a importância das instituições da sociedade civil, pelas quais as mesmas tem que ter o compromisso voltados para ações de interesse público. O acesso ao tratamento à saúde é direito de cidadania, preconizado pela Constituição Federal (1988). A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem a redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualdade às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação. (art.196) e pela Lei Orgânica de Saúde (1990) A saúde é um direito fundamental do ser humano, devendo o Estado prover as condições indispensáveis ao seu pleno exercício. (art.2º) Portanto, o acesso ao tratamento da dependência química é direito de cidadania, DEVENDO estes serviços disponibilizados, o atendimento adequado, inclusive, para aqueles que não possuem recursos financeiros para tal. O atendimento a esse direito é de interesse público. A instituição que trabalha na perspectiva de fazer valer esse direito e de garantir a cidadania está cumprindo uma finalidade pública. Para com a sociedade e os excluído ( pela e da família, trabalho, escola...sociedade) e destituído ( de auto-estima, motivação para a vida, esperança e sonhos). Para cidadãos como esses, o tratamento em comunidades terapêuticas pode se configurar em experiências positivas, trazendo-lhes novas possibilidades e oportunidades de reinserção sócio-familiar, resgatando-lhes a auto-estima e a capacidade de investir na vida, em sonhos e em esperanças. É o resgate da cidadania! Pense nisso!!! Agradecemos a disponibilidade e a atenção de você cidadão(a) do BEM, Abraço Fraterno a todos(as) esperamos que você possa nos compreender e contamos com seu apoio e solidariedade! Participe você também! Helbert Imbuzeiro ADICTO EM RECUPERAÇÃO - MILITANTE DO MOVIMENTO EM DEFESA DA POPULAÇÃO USUÁRIA DE ÁLCOOL E OUTRAS DROGAS MORADORES DE RUA OU NÃO E SEUS FAMILIAREShttps://facebook/groups/146719532195438/
Posted on: Wed, 04 Sep 2013 22:51:17 +0000

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