"Se é certo que tendencialmente os brasileiros somos alegres e - TopicsExpress



          

"Se é certo que tendencialmente os brasileiros somos alegres e receptivos, essa imagem convive com seu negativo, de intolerância, preconceito e hipocrisia. O pendor para anular a existência do outro, tornando-o invisível, é a base da construção da nossa civilização. Nascemos sob o signo da violência: dos cerca de quatro milhões de índios que existiam em 1500, restam hoje perto de 600 mil, a maior parte dizimada, enquanto uma pequena parcela foi “assimilada”, conforme eufemismo usado em alguns meios sociais. Uma análise de marcadores autossômicos, em pesquisa encabeçada pela Universidade de Brasília, mostra que, pela linhagem masculina, a população brasileira é predominante européia (90%), mas quando tomada a linhagem feminina, há um equilíbrio entre a contribuição européia (21%), africana (32%) e indígena (47%). Dito em outras palavras, o brasileiro é mestiço, com histórico de cruzamento de homem europeu com mulher indígena e/ou africana, na maioria dos casos por meio da força - a “assimilação” se deu pelo estupro das nativas e africanas pelos colonizadores. (...) Não é diferente a violência entre quatro paredes. O Brasil ocupa o vergonhoso e lamentável sétimo lugar, entre 84 países pesquisados, com maior número de mulheres vítimas de violência doméstica, taxa média de 4,4 assassinatos a cada grupo de 100 mil – foram 243 denúncias de agressão por dia no ano passado, e, na última década, 50 mil mulheres mortas no país. O mesmo ocorre com relação às crianças e adolescentes: em 2012 houve mais de 120 mil denúncias de maus-tratos. (...) Sim, somos a sétima maior economia do mundo. Sim, iremos sediar a Copa do Mundo de Futebol no ano que vem. Sim, somos um povo alegre e simpático. Mas o fato é que, apesar de termos tido uma seqüência de governos que mudaram, de maneira radical, a configuração social do Brasil, ainda somos uma nação refém de um passado construído com violência, discriminação e desigualdade." Em português: https://docs.google/file/d/0B2crgO385cdQRlpOcTZKaVJoc00/edit?usp=sharing&pli=1 nzz.ch/aktuell/feuilleton/literatur-und-kunst/die-geburt-der-freiheit-aus-der-gewalt-1.18161621
Posted on: Mon, 07 Oct 2013 04:03:07 +0000

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