#SeductiveHell E Então, Escureceu (Primeira Parte) «Cego! É como eu me sinto. Pelo menos, até ter a certeza.» Pensava Victor enquanto rebolava na cama, no seu quarto negro, obsuleto de luz. Uma sombra ocupava a sua mente, de uma forma presente, que o atormentava diariamente. Fizesse ele o que fizesse, esta sombra perseguia- o constantemente. «Não há nada pior que a ignorância» raciocinava ele. Desde os seus dezoito anos que ele procurava uma resposta, e ainda hoje, já com os seus vinte e oito anos, ele não descobrira a resposta para a sua questão. Existem ou não seres místicos. Vampiros, ou loubisomens. Tomos e tomos, livros bolorentos, papirus velhos, quadros e esculturas, muitas eram as informações, muitos eram os sinais, mas nunca ele tinha estado em contacto com nenhum. Provas vivas nunca ele tinha visto. «Cego.» Enquanto os seus olhos ardiam, e a sua mente flamejava, um grito vindo da rua tiniu nos seus ouvidos. Calmamente, ele dirigiu-se à única janela que existia no seu quarto, e viu bem na frente da porta do seu prédio, um homem grande e robusto. Em sua posse estava uma mulher elegante, nitidamente leve, a quem ele erguia do chão sem dificuldade. Ela gritava, mas ninguém acudia. As ruas estavam desertas, e a noite ia avançada. O homem agarrou-a com uma mão, encostou-a contra a parede, e preparava-se para a violar. Muita ela esperniava, mas em vão. Abanou a cabeça e afastou-se da janela. Calçou as botas de pele, vestiu uma camisola preta sobre o seu corpo definido, e enfiou um casaco de cabedal que o cobria até aos pés. Desceu calmamente as escadas do prédio. Abriu a porta do prédio calmamente. O homem olhou na sua direcção, agarrando a mulher com uma mão. Saiu do prédio com as mãos nos bolsos. -Hey!!! – E foi tudo o que o homem disse. Foi tudo tão rápido que o homem nem teve tempo de reagir. Um pé pousou imediatamente no seu peito encostando-o à parede com violência. Inclinando o seu corpo, Victor ficou a menos de um palmo de distância do homem, que se encontrava coberto de espanto. Um movimento rápido, eficaz e mortífero, fez o sangue e a vida jorrar do pescoço do homem. A t-shirt branca suja que o homem usava, ensopava o sangue que lhe escorria sobre o peito. A mulher não estava nem aliviada, nem assustada. Ela estava empedrecida de horror. Os gritos soluçavam- lhe na garganta e os seus movimentos eram incompreensíveis. Olhou-a com um ar gélido, e agarrando no corpo do homem, já sem vida, virou- lhe as costas e foi-se embora.
Posted on: Sun, 01 Dec 2013 04:05:26 +0000
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