"Um novo 9 de Julho" Norival Marques de Barros Comemoramos hoje, 9 de julho, os oitenta e um anos da Revolução Constitucionalista de 32. Esse movimento já existia desde 1930, com o golpe militar de Getúlio Vargas, esmagando a democracia, rasgando a constituição e desmerecendo o povo paulista, com a nomeação de um interventor ao Estado de São Paulo que não era paulista. A insatisfação já existia e precisava apenas de um motivo para ser declarada de forma a ser ouvida e respeitada. Após muitas manifestações e protestos, o estopim do movimento hoje conhecido como "MMDC", ocorreu com a morte de quatro jovens no centro de São Paulo, Martins, Miragaia, Dráusio e Camargo foram mortos em 23 de maio de 1932. Pouco tempo se passou para o povo paulista e o Estado de São Paulo se organizar e lutar contra o governo tirano e ditador de Getúlio Vargas. Em 09 de Julho de 1932, São Paulo declara guerra contra a ditadura e a tirania de Getúlio Vargas. O exército paulista era formado por estudantes da USP, da formandos da Politécnica, policiais da antiga Força Pública (atual Polícia Militar do Estado de São Paulo), de militares do próprio exército brasileiro, que estavam atuando dentro do Estado de São Paulo, de voluntários civis da capital e do interior. As mulheres e crianças doavam a sua mão de obra na confecção de capacetes e fardamento para os combatentes. Os materiais bélicos eram muito escassos e improvisar era uma questão de sobrevivência. E assim, "no peito e na raça", o Estado de São Paulo avançou contra o Governo Federal de Getúlio Vargas e tudo aquilo que acreditava ser errado. Pedia uma nova constituição, novas eleições, um País que vivesse uma democracia com igualdade. Poucos meses depois, em 02 de outubro de 1932, sem condições de continuar na batalha, o Estado de São Paulo se rende, e encerra a revolução. Perdemos no campo de batalha, mas fomos vencedores no campo da moral. Em 1934 promulga-se a nova constituição brasileira. As mulheres ganham o direito ao voto, entre outras melhorias que perduram até hoje. A justiça e a democracia venceu. O que percebo, é que os mesmos ideais de 1932, estão vivos e latentes nos protestos de 2013. As cenas que assistimos recentemente, com o povo nas ruas, todos juntos por um mesmo propósito, mantém nossa democracia viva e atuante. Queremos e exigimos mudanças. As manifestações e protestos, na sua grande maioria, ocorreram de forma pacífica e ordeira, os criminosos e baderneiros são poucos e não podem ser confundidos com a voz das ruas. Chega de exceções, chega de favorecimento das minorias em detrimento das maiorias. Onde atitudes e comportamentos imorais e anti-éticos, por não serem tipificados como crime e ilegais, são socialmente aceitos por uma minoria classista. Precisamos de um Brasil mais justo e sem distinções legais, baseadas em condições financeiras ou sociais. Em 1932 houve um clamor tão forte e tão unido que levou toda uma sociedade a declarar guerra contra um estado de coisas que eram impostas e que não podiam ser aceitas. A injustiça foi a gota d´água que faltava para chamar o povo às ruas e às armas. E a história nos ensina, chegamos em um estado de clamor público tão elevado que as mudanças estão por surgir, novamente, através da força do povo e das pessoas. Virão por bem ou por mal. Governantes, essa é a voz das ruas. O pedido de igualdade, de justiça e de respeito às leis. Governantes, o povo brasileiro espera o melhor de todos vocês, mas não ficaremos em "berço esplêndido" assistindo o País se afundar em mais denúncias de corrupção, desvio de dinheiro público, má gestão de recursos públicos, injustiças e ilegalidades. O "gigante" voltará às ruas novamente e talvez, não é esse meu desejo, poderá ser aos moldes da Revolução Constitucionalista de 1932. Para tudo existe um limite, e o povo brasileiro já está no seu limite. Viva os Ideais Paulistas de 1932, e o Povo Brasileiro de 2013!!! Tenente Norival Marques de Barros norivalmbarros@hotmail
Posted on: Wed, 10 Jul 2013 11:46:40 +0000
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