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“se tivéssemos que escolher uma única lei para definir as sociedades, seria: onde há dominação, há resistência. É assim que as sociedades cresceram”. No vídeo, Castells propõe: o que os movimentos sociais têm em comum são certas tendências. Eles se revoltaram por razões econômicas e sociais, rejeitando a arrogância política de seus líderes – em alguns casos de ditaduras. Os resultados e os desenvolvimentos dos movimentos diferem bastante, mas todos possuem um elemento fundamental em comum: “são movimentos pela dignidade. O pedido por dignidade vem de uma explosão emocional em uma situação intolerável.” Em grande parte, defende o intelectual, os movimentos sociais são movimentos emocionais, que surgem da opressão, da miséria, da exploração, mas que, em algum momento, veem este sofrimento expresso em alguns eventos que fazem as pessoas, em maioria, não se controlarem mais. Segundo Castells, para compreender um movimento social é preciso identificar o tipo de evento que dispara esses elementos emocionais. O sentimento mais importante, nesse sentido, é a raiva - raiva expressa sob a forma de indignação. “Raiva é o sentimento que dispara a habilidade de superar o medo. Medo é um comportamento opressor, raiva é um comportamento catalisador. E medo é a emoção humana mais potente. Na realidade, a maior parte da ordem social é embasada no medo. A forma de superar o medo é dupla: primeiro, o disparo por meio da incontrolável raiva; segundo, a construção de um espaço protetor onde você não está mais só com seu medo. Este é o sentimento de união. E é aqui que entra o poder da comunicação.” A partir disso, o sociólogo analisa a importância das mídias e das relações comunicacionais enquanto força maior, pois são capazes de moldar as ideias, sendo o poder por meio da intimidação ou da violência relativamente fraco, de acordo com o sociólogo. Os grandes poderes são inevitavelmente baseados não na coerção, mas na persuasão. Portanto, não há uma sociedade unilateral em que o poder seja ditado aos cidadãos, sendo sociedades constantes relações de poder e de contrapoder: “se tivéssemos que escolher uma única lei para definir as sociedades, seria: onde há dominação, há resistência. É assim que as sociedades cresceram”. A transformação da comunicação em rede, organizacional ou tecnologicamente falando, é, assim, a grande questão contemporânea, pois dá luz a uma modificação crítica na concepção da esfera pública, essencialmente comunicacional. São as redes que abrem uma oportunidade para a criação de novos movimentos sociais que desafiam o poder tanto coercitivo quanto persuasivo. Locais e globais simultaneamente, os movimentos sociais irrompem em certos locais e se comportam de forma viral, como na internet, se espalhando aos arredores e rompendo as barreiras geográficas do mundo. Independente de suas razões, formatos ou processos, movimentos sociais nascem destinados à morte, argumenta Castells. “Ora são esmagados pelo poder externo ora conquistam seus objetivos e se institucionalizam; reformam a sociedade e são integrados, tornando-se parte de um novo sistema”. O que importa, defende o sociólogo, não é como estes movimentos terminarão suas histórias, mas sim o impacto que geram nas mentes dos indivíduos. Sua atuação política é inegável ao canalizar o descontentamento da população, que não teria expressão no sistema, e acaba gerando não apenas novas ideias, mas também novos adeptos a novas formas de representação política, modificando estrutura social como um todo.
Posted on: Mon, 24 Jun 2013 23:17:10 +0000

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