053 – Regra de três Quando fui para o Seminário, Juvenato, - TopicsExpress



          

053 – Regra de três Quando fui para o Seminário, Juvenato, de Congonhas, alguns meses depois, tivemos uma aula de matemática - versava sobre regra de três. Para demonstrá-la na prática, fomos para a frente do Santuário do Senhor do Bom Jesus, para medirmos as alturas das palmeiras lá existentes – quando o Padre Professor nos disse que iríamos medir a altura das palmeiras, não acreditei. Medimos o comprimento da sombra de um metro. Medimos o comprimento da sombra da palmeira. Descobrimos então as duas medidas das sombras, mais o metro, e com essas três medidas montávamos uma regra de três: o resultado era a altura da palmeira. Achei interessantíssimo! Nessa ocasião conheci as sessenta e quatro imagens dos Passos, em cedro, pintadas pelo Athayde, e os doze Profetas, em pedra sabão - todas as peças esculpidas pelo Aleijadinho. Vários colegas riscavam seus nomes nas estátuas de pedra sabão – nunca o fiz, embora sentisse que se dava pouca importância para aquela arte barroca. Dois ou três anos depois, demoliram o antigo convento para construir o atual situado atrás do Santuário, conservando somente a admirável entrada esculpida em pedra sabão – hoje isso não aconteceria. Ainda bem que, logo a seguir, começaram os estudos pra valer das imensas e maravilhosas obras do Aleijadinho. Infelizmente as estátuas de pedra sabão continuam no tempo e suas intempéries. Nos países adiantados, as obras de arte, que ficariam ao relento, são guardadas e colocadas réplicas em seu lugar de origem. Outro dia fui a Congonhas e vi os Profetas. Decepcionei-me, lembrando-me de quando admirei a obra prima do Aleijadinho pela primeira vez. Até o Profeta Daniel, a mais espetacular escultura do Aleijadinho, sofre as conseqüências da burrice congonhense, ou governamental, em não querer proteger obra tão importante, não só para nós brasileiros – é um patrimônio da humanidade. Na década de 60 o MAM do Rio desejava levar as estátuas dos Passos para uma exposição. O povo de Congonhas se uniu e proibiu que as retirassem. Foram substituídas por obras do maior artista uruguaio e dos maiores das Américas. Com a responsabilidade característica de nossos dirigentes, o MAM pegou fogo e o povo uruguaio perdeu seu tesouro e a humanidade um de seus patrimônios – colocaram a culpa no Abreu... Mais uma vez o povo de Congonhas se una para proteger o seu – o nosso! - patrimônio!... E que o Senhor Bom Jesus nos proteja de nossos dirigentes... e nos abençoe! Benedito
Posted on: Sun, 04 Aug 2013 10:00:53 +0000

Trending Topics



Recently Viewed Topics




© 2015