07/06/2013 Moradores devem resolver juntos decoração da área comum Receber as chaves, fazer a mudança e comemorar a conquista e o conforto da casa própria proporcionam uma sensação de missão cumprida. Mas, para quem adquire um imóvel em um condomínio, é possível existir mais uma tarefa: a de mobiliar as áreas comuns. Para montar o “enxoval do prédio” é preciso os moradores se reunirem em assembleia para escolher a decoração do hall social e, nos que possuem salão de festas, academia e piscina, os equipamentos e aparelhos desses espaços. É nesse ponto que pode haver o início de um grande desgaste. “Reunir todos os inquilinos em um só pensamento é muito difícil, por isso acredito que é melhor receber o imóvel com as áreas comuns já montadas”, declara o economista Guilherme Ramos. Seu comentário é baseado em experiência própria. Ele conta que sua esposa teve a missão de fazer a cotação dos objetos necessários. Mas que, durante meses, as áreas comuns não estavam adequadamente compostas porque as opiniões entre os condôminos divergiam. “Para montar a sala de ginástica, havia quem desejasse bicicleta, outros não; uns queriam televisão no local, outros não. Isso gerou a maior confusão. Até hoje não temos o tapete do hall porque as pessoas não foram na loja para decidir qual seria”. De acordo com o consultor imobiliário da Rio Ave, Miguel Eguren, foi constatada pela empresa a demora na mobília das áreas comuns depois da entrega. “Isto não era legal porque os visitantes viam um edifício bonito, mas quando entravam no local o visual não era atrativo. E, de certa forma, o nome da construtora ficava associado”. Aliando esta ideia ao conforto que poderiam proporcionar aos clientes, resolveram entregar em 2008 o edifício Rio dos Navegantes já com os espaços comuns equipados. Houve o cuidado de utilizarem móveis de qualidade de hotelaria. A aceitação foi boa entre os clientes, e agora a empresa mantém a prática com outros empreendimentos. Para Eguren, a decoração dos ambientes e a entrega de equipamentos agregam valor ao imóvel a um custo relativamente baixo. O consultor diz que não há como mensurar uma porcentagem de quanto se torna o acréscimo nas parcelas de pagamento, pois o cálculo é muito peculiar a cada empreendimento. Dependendo da quantidade de mobílias e do número de apartamentos. Mas, salienta que não é uma quantia representativa. “Compramos tudo em empresas que já temos um relacionamento e como pessoas jurídicas cotamos em todo Brasil. Acaba que temos maior poder de negociação do que uma pessoa individual”, explica. Comprador deve observar contrato A arquiteta Leila Barbosa lembra que a aproximadamente seis anos não era tão fácil encontrar condomínios que já viessem com o tal “enxoval” e o diferencial a atraiu na hora da compra de seu imóvel. Ela ainda conta que o hall, a academia e área da piscina foram entregues ambientados pela construtora e depois fizeram algumas melhorias adequando as ideias do condomínio, mas que até hoje muita coisa não foi modificada. “É bom porque o prédio já vem pronto, não dá uma sensação de vazio. Me lembro que nas propagandas do empreendimento eles já mostravam como seria, mas não recordo se estava detalhado no contrato de compra”, pontua a arquiteta. Normalmente, nos portfólios e folders das empresas imobiliárias é feita uma simulação do empreendimento com uma decoração, mas isto não significa que a organização é obrigada a montar os espaços, pois geralmente são imagens meramente ilustrativas. Mas se em materiais de divulgação do empreendimento existir a promessa que as áreas comuns serão equipadas é preciso que se cumpra mesmo que isto não esteja detalhado no contrato. O advogado imobiliário Márcio Miranda afirma que isto é uma exigência do código do consumidor. “Por isso é importante guardar os folders. Mas o ideal é que as construtoras discriminem no documento o que será entregue”, resume. Saiba Mais O comprador deve questionar a imobiliária e a construtora se as áreas comuns já serão entregues decoradas ou equipadas, assim como a qualidade dos materiais, para não ser surpreendido após a negociação. Fonte: Folha de Pernambuco (Imóveis).
Posted on: Wed, 19 Jun 2013 23:05:52 +0000
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