13/07/2013 - 03h44 Manifestantes ocupam órgãos públicos de 9 cidades do Brasil DE SÃO PAULO COLABORAÇÃO PARA A FOLHA Das ruas para a ocupação do poder: a redução das manifestações massivas pelo país trouxe à tona um formato distinto de protesto, as invasões a sedes de órgãos públicos. Ao menos nove cidades tinham prédios da Câmara Municipal, Assembleia Legislativa ou prefeituras ocupados até ontem por manifestantes. Pelo menos outras dez cidades já tiveram invasões semelhantes --algumas ocorreram anteontem, durante o "Dia Nacional de Lutas". Em uma delas, Vitória, cerca de cem manifestantes ocupam a Assembleia Legislativa há dez dias em protesto pelo fim do pedágio em ponte entre Vitória e Vila Velha. O grupo considerou "uma grande vitória" a redução do bilhete de R$ 1,90 para R$ 0,80 anunciada ontem pelo Estado. Mas informou que vai continuar no local até que ocorra o fim da cobrança. Os manifestantes usam um ramal do local para falar do movimento. "Ocupa Ales [Assembleia Legislativa do ES], boa tarde", disse uma integrante do grupo ao atender ligação da Folha. Por causa do acampamento, nenhum projeto está sendo votado na Assembleia. Situação semelhante ocorreu em Porto Alegre, onde o expediente na Câmara foi encerrado devido à invasão. Cerca de cem pessoas ocupam o prédio para pedir a votação do passe livre. Sem acesso ao interior da Assembleia Legislativa do Amazonas, cerca de 30 pessoas acampam em frente ao edifício em Manaus. Uma das reivindicações do grupo, o fim do voto secreto dos parlamentares, foi aprovada nesta semana. Para Maria do Socorro Sousa Braga, cientista política da Ufscar, as ocupações podem ser uma forma de pressão mais efetiva que protestos nas ruas. "Nas ruas, é um fluxo de demandas. Ali, se está presente, é por algo mais específico, por algo a ser votado. Pressiona as autoridades e leva a classe política a repensar as suas práticas". Também há protestos em São José do Rio Preto (SP), Divinópolis (MG), Mariana (MG), Passo Fundo (RS), Dourados (MS) e Aracruz (ES). OUTRAS CIDADES Em ao menos outras dez cidades os prédios já foram desocupados. Em Belo Horizonte, ativistas de movimentos sociais e estudantes ocuparam a Câmara por oito dias até conseguirem a redução de R$ 0,15 na tarifa de ônibus. Eles instalaram um piano no jardim externo e montaram comissão para buscar consenso entre "a turma do rock [como os mineiros se referem à balada] e os que querem dormir" para evitar reclamações pelas cantorias. Anteontem, no dia de paralisações organizados por centrais sindicais, cerca de 300 manifestantes invadiram a Prefeitura de Bauru (a 329 km de SP). Mochileiro e conhecido pela militância ambiental na juventude, o prefeito Rodrigo Agostinho (PMDB), 35, permaneceu no prédio durante parte do ato. (NATÁLIA CANCIAN, JEFERSON BERTOLINI E RAYANNE AZEVEDO) www1.folha.uol.br/cotidiano/2013/07/1310580-manifestantes-ocupam-orgaos-publicos-de-9-cidades-do-brasil.shtml
Posted on: Sat, 13 Jul 2013 09:55:14 +0000
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