2. Métodos e Técnicas de Investigação - TopicsExpress



          

2. Métodos e Técnicas de Investigação sociológica 2.1.Métodos Sociológicos 2.1.1 Método Histórico De acordo com Celso (2000), diz que a sociologia possue sete métodos fundamentais que são método histórico, comparativo, estatístico, tipológico, funcionalista, estruturalista, e por último o método monográfico Assim sendo, o método Histórico, consiste investigar acontecimentos, processos e instituições do passado para verificar a sua influência na Sociedade de hoje, pois as instituições alcançaram sua forma actual através de alterações de suas partes componentes, ao longo do tempo, influenciadas pelo contexto cultural particular de cada época. Seu estudo para uma melhor compreensão do papel que actualmente desempenha a Sociedade, deve remontar aos períodos de sua formação e de suas modificações. Exemplo: Para compreender a noção actual de família e parentesco, pesquisa-se no passado os diferentes elementos constitutivos dos vários tipos de família e as frases de sua evolução Social; Para descobrir as causas da decadência da estocracia-cafeeira, investigam-se os factores sócio-ecônomico do passado. Portanto, colocando-se o fenómenos, como por exemplo, as instituições, no ambiente social em que nascemos entre as suas condições " concumitantes" , torna-se mais fácil a sua análise e compreensão, no que diz respeito a génese (formação do ser) e ao desenvolvimento assim como as sucessivas alterações permitindo a comparação de sociedades diferentes: O método histórico preenche os vazios dos factos e acontecimentos, apoiando-se em um tempo, mesmo que artificialmente reconstruída, que assegura a percepção da continuidade e do entrelaçamento dos fenómenos. 2.1.2 Método Comparativo Empregado por Tylor. Considerando que o estudo das semelhanças e diferenças entre diversos tipos de grupos, Sociedades ou Povos, contribui para uma melhor compreensão do comportamento humano, este Método realiza comparações com a finalidade de verificar similitudes e explicar divergências. O método comparativo é usado tanto para comparações de grupos no presente, no passado, ou entre os existentes e os do passado, quanto entre sociedades de iguais ou de diferentes estágios de desenvolvimento. Exemplos: * Modo de vida rural e urbano no estado de Angola * Características Sociais da colonização Portuguesa e Inglesa na Africa Austral; * Organização de Empresas Norte Americanas e Japonesas; * A Educação entre os Povos agrafos e os tecnologicamente desenvolvidos. (Povos que não tem escrita) Ocupando-se da explicação dos fenómenos, o método comparativo permite análisar o dado concreto deduzindo do mesmo os elementos constantes, abstractos e gerais. Constitui uma verdadeira (Experimentação Indirecta). É empregado em estudos de largo alcance (Desenvolvimento da Sociedade Capitalista) e de sectores concretos (Comparação de Tipos Específicos de Eleições), assim como para estudos qualitativos (Diferentes formas de Governo) quantitativos (Taxa de Escolarização de Países desenvolvidos e subdesenvolvidos). Pode-se utilizar em todas as fases e níveis de investigação: Em um estudo descritivo pode averiguar a analogia entre ou analisar os elementos de uma estrutura (Regido Presidencialista Americano e Francês); Nas classificações, permite a construção de tipologias (é o estudo dos traços característicos); finalmente a nível de explicação, pode, até certo ponto, apontar vínculos causais entre os presentes e os ausentes. Celso (2000) 2.1.3- Método Estatístico Planejado por Quetelet. Os processos estatísticos permitem obter de conjuntos complexos, representações simples e constatar se essas verificações simplificadas têm relações entre si. Assim, o método estatístico significa redução de fenómenos sociológicos, Políticos, Económicos etc. Atemos quantitativos é manipulação estatística que permite comprovar as relações dos fenómenos entre si, e obter generalizações sob sua natureza, ocorrência ou significado. O papel do método estatístico é autor de tudo, fornecer uma descrição quantitativa da sociedade, considerada como um todo organizado. Por exemplo: definem-se e delimitam-se as classes sociais, especificando as características dos membros dessas classes, e após, mede-se a sua importância ou a variação, ou qualquer outro atributo quantificável que contribua para o seu melhor entendimento. Mas a estatística pode ser considerada mais do que apenas um meio de descrição racional; É, também, um método de experimentação e prova, pois é método de análise. 2.1.4. Método Tipológico Habilmente aplicado por Max weber, apresenta certas semelhanças com o método comparativo. Ao comparar fenómenos sociais complexos, o pesquisador cria títulos ou modelos ideais. Construí-los a partir da análise de aspectos essenciais do fenómeno. A característica principal do tipo ideal e não existir na realidade, mas servir de modelo para a análise e compreensão de casos concretos, realmente existentes. Weber, através da classificação e comparação de diversos tipos de cidades, determinou as características essenciais de Cidade; Da mesma maneira, pesquisou as diferentes formas de capitalismo para estabelecer a caracterização ideal do capitalismo moderno; E, partindo do exame dos tipos de organização, apresentou o tipo ideal de organização burocrática. Exemplo: Estudo de todos os tipos de Governo Democrático, do presente e do passado para estabelecer as características típicas ideais da Democracia. Para Weber a vocação prateitária do cientista, e separar os Juízos da realidade – o quê é – Juízos de valores – o que deve ser – da análise cientifica, como a finalidade de perseguir o conhecimento pelo conhecimento. Assim, o tipo ideal não é uma hipótese, pois se configuram como uma proposição e corresponde a uma realidade concreta; Portanto, e ali esta; Não é uma discrição da realidade pois só retém, através de um processo de comparação e Selecção de sinivitudes (semelhança) certos aspectos dela; Também não pode ser considerado como um "Termo médio" pois seu significado não emerge da noção quantitativa da realidade. O tipo ideal não expressa a totalidade da realidade, mas seus aspectos significativos, os caracteres margiais, os que se encontram regulamente no fenómeno estudado. O Tipo ideal, segundo Weber, diferencia-se do conceito, porque não se contenta com seleccionar a realidade, mais também a enriquece. O papel do cientista consiste em ampliar certas qualidades e fases ressaltar certos aspectos dos fenómenos que se pretende analisar. Entretanto, só podem ser objecta de estudo do método tipológicos os fenómenos que se prestam a uma divisão, a um Dicotomia (divisão de dois) "de tipo" e "não tipo". Os próprios estudos por Weber demonstram estas características: "Cidade"! – Outros tipos de Povoamento o "Capitalismo" – outros tipos de estrutura sócio económico. o "Organização burocrática" – organização não burocrática. 2.1.5. Método Funcionalista Utilizado por Malinowski. É a rigor, mais um método de interpretação do que de investigação, levando-se em consideração que a sociedade é formada por partes componentes, diferenciadas, inter-relacionadas, e inter-independentes, satisfazendo cada um das funções essenciais da vida social, e que as parte são mais bem intendidas compreendendo-se as funções e desempenho no todo, o método funcionalista, estuda a sociedade do ponto de vista da função de suas unidades, isto é, com um sistema organizado de actividades, Diz Morris (2000). Exemplo: Análise das principais diferenciações de funções que devem existir num pequeno grupo isolado, para que o mesmo sobreviva; averiguação da função dos usos e costumes no sentido de assegurar a identidade cultural de um grupo. O método funcionalista, considera de um lado, a sociedade como uma estrutura complexa de grupos ou indivíduos numa trama de acções e reacções sociais; De outro lado, com um sistema instituições correlacionadas entre si, agindo e reagindo umas em relação as outras. Qualquer seja o enfoque, fica claro que o conceito de sociedade é visto como um todo em funcionamento, um sistema em operação. É o papel das partes nesse todo é compreendido com funções no complexo de estrutura e organização. Surgindo com Spencer, na sua analogia da sociedade, um organismo biológico, a função de uma instituição social toma com Durkain a característica de uma correspondência entre ela e as necessidades do organismo social. Mas é o Malinowsk que análise funcionalista envolve à afirmação dogmática da integração funcional de toda sociedade onde cada parte tem uma função específica a desempenhar no todo. 2.1.6. Método Estruturalista Desenvolvido por Levi-strauss – O método parte da investigação de um fenómeno concreto eleva-se a seguir, ao nível abstracto, por intermédio da Constituição de um modelo que represente o objecto de estudo, retornando por fim ao concreto, dessa vez como uma realidade estruturada e relacionada com a experiência do sujeito social. Considera que uma linguagem abstracta deve ser indispensável para assegurar a possibilidade de comparar experiências a 1ª vista irredutíveis, que, se assim permanecesse nada poderiam ensinar: em outras palavras, não poderiam ser estudadas. Dessa forma, o método estruturalista caminha do concreto para o abstracto e vice-versa, dispondo na 2ª etapa, de um modelo para análise a realidade concreta dos diversos fenómenos. Exemplos: Estudos das relações sociais e a posição que estas determinam para os indivíduos e os grupos, com a finalidade de construir um modelo que passa a retratarem a estrutura social onde ocorre tais relações; verificação das Leis que rege o casamento e o sistema de parentesco das sociedades primitivas ou modernas, através da construção de modelos que representem os diferentes indivíduos e suas relações, no âmbito do matrimónio e parentesco (no 1º caso, basta um modelo mecânico, pois os indivíduos são pouco numerosos; no 2º caso, será necessário um modelo estatístico). Para penetrar na realidade concreta, a mente constrói modelos, que não são directamente observáveis na própria realidade, mas a retratam fidedignamente, em virtude de a razão simplificante do modelo corresponder a razão explicantidamente, isto é, por baixo de todos os fenómenos existe 1ª estrutura invariante e é por este motivo que ela é objectiva; Assim toda análise deve levar a um modelo, cuja característica é a possibilidade de explicar a totalidade do fenómeno, assim com a sua variabilidade aparente. Isto porque, por intermédio da simplificação (representação simplificada) o modelo atinge o nível inconsciente e invariante: Resume o fenómeno e propicia sua inteligibilidade. Utilizando o método estruturalista não se analisa mais os fenómenos em si, mais as reacções que entre lhes ocorrem, pois somente estas são constantes, ao passo que os elementos podem variar; Dessa forma, não existem fatos isolados passíveis de conhecimento, pois a verdadeira significação resulta da relação entre eles. 2.1.7.Método Monográfico Criado por Le play, que o empregou ao estudar família operárias na Europa. Partindo do princípio de que qualquer caso que se estude em profundidade, pode ser considerado representativo de muitos outros ou até de todos os casos semelhantes, o método Monográfico consiste no estudo de determinados indivíduos, profissões, condições, instituições, grupos ou comunidades, com a finalidade de obter generalizações. A investigação deve examinar o tema escolhido, observando todos os factores que o influenciaram e analisando-o em todos os seus aspectos. Em seu início o método consistia no exame de aspectos particulares com por exemplo, o orçamento familiar, as características de profissões ou de industrias domiciliares, custo de vida etc. Entretanto, o estudo monográfico pode, também, em vez de se concentrar em um aspecto, abranger o conjunto das actividades de um grupo social particular, como no exemplo das cooperativas de um grupo indígenas. A vantagem do método consiste em respeitar a "totalidade solidária" dos grupos, ao estudar, em 1º lugar a vida do grupo na sua Unidade concreta, evitando, portanto a prematura dissociação de seus elementos. São exemplos desse tipo de estudo as Monografias Regionais, Rurais, as de Aldeia, e até, as Urbanas. 3. Técnicas De Pesquisa Da Sociologia. Sociometria: Descrição Quantitativa das Relações interpessoais, visando descobrir principalmente, os padrões de liderança. Lida com a estrutura interna dos Grupos Sociais e estuda as formas complexas que emergem das forças de atracção e repulsão entre os membros do grupo. História de vida: Consiste em obter todos os dados referentes a determinada pessoa em todas as fases de sua vida. Entrevista: É o contacto directo entre o pesquisador e o informante para, através da conversação, obter informações pertinentes. Pode ser: * Dirigida, quando segue um roteiro; * Não Dirigida ou Livre, quando leva o entrevistador a manifestar espontaneamente suas ideias. Questionário: Visa levantar dados através de uma série organizada de perguntas escritas, cujas às respostas serão fornecidas pelo pesquisador sem contacto directo com o investigador. Formulário: É uma técnica semelhante a anterior, só que é o investigador quem faz as perguntas e anota as respostas, podendo ampliar os dados com observações complementares. Obs: Pode ser: * Sistemática: quando o pesquisador, durante determinado período de tempo, observa sistematicamente os fenômenos de seu interesse no grupo que escolheu para pesquisa. Pode ser Directo, quando observa os fatos pessoalmente no local de trabalho; Indirecto, feita através de outras pessoas. * Participante: quando o especialista procura incorporar-se ao grupo que estuda, ganhando sua confiança e participando de suas formas de vida, podendo ou não revelar sua condição de observador. * Cartográfica: quando o pesquisador usa Mapas; Desenhos; Gráficos; Tabelas e outros, para tornar expressivos dados complexos. Cada método implica o emprego de várias técnicas. Conclusão No decorrer do nosso trabalho de sociologia, nos percebemos que distinguem-se sete métodos fundamentais na sociologia o que torna o estudo da sociologia mais objectiva e mais clara. E vimos que cada um dos métodos tem a sua própria tarefa específica. Vimos que o método Histórico ocupa-se do estudo dos acontecimentos processos e instituições das civilizações passadas para proceder à identificação e explicação das origens da vida social contemporânea. E por outro lado vimos que o método funcional estuda os fenómenos sociais do ponto de vista de suas funções. O sistema social total de uma comunidade seria integrado por diversas partes interrelacionadas e interdependentes e cada uma deles desempenharia uma função necessária à vida do conjunto. Nessa abordagem são evidentes as analogias entre a sociedade e um organismo, o que levou seus partidários a tentativa de diferenciar o funcionamento normal das instituições e sistemas sociais de seu funcionamento patológico. E o método sistemático, tem como objectivo primordial analisar as relações sociais existentes entre os indivíduos, sobretudo no que diz respeito às diversas formas que essas relações podem assumir independentemente de seu conteúdo. O método compreensivo: atribui uma importância fundamental ao significado e os motivos das acções sociais, isto é, a seu conteúdo.Já o método estatístico enfatiza a medição matemática dos fenómenos sociais.No entanto, como a maior parte dos dados sociológicos é do tipo qualitativo, não se pode adoptar tratamento estatístico regido. Por último, o método monográfico centraliza-se no estudo aprofundado de casos particulares: um grupo, uma comunidade, uma instituição ou um individuo.Cada um dos objectivos de estudo deve necessariamente representar vários outros para que seja possível estabelecer generalizações. E Por fim vimos as técnicas de pesquisa sociológicas, e vimos que as técnicas constituem níveis de etapas práticas de operação limitada, ligada a elementos concretos e adaptados a uma finalidade determinada. Entre as principais técnicas utilizadas na investigação sociológica figuram as entrevistas, as experiências de grupo, as histórias de vida ou de caso e os formulários ou questionários que podem ser de tipo fechado, que oferecem alternativas prévias de resposta, ou aberto, que permitem ao entrevistado uma liberdade maior de expressão.Tais técnicas não são necessariamente excludentes, pois permitem a utilização simultânea e complementar. Bibliografia Ginsgerg, M. Introdução à Sociologia, ed Oxford University Press, Publicações Europa-America, Portugal. Pinheiro, C. Sociologia Geral (2000) ed. Atlas São Paulo (Brasil).
Posted on: Thu, 15 Aug 2013 19:15:25 +0000

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