247. Os Espíritos sistemáticos são quase sempre - TopicsExpress



          

247. Os Espíritos sistemáticos são quase sempre escrevinhadores. É por isso que procuram os médiuns que escrevem com facilidade, tratando de fazê-los seus instrumentos dóceis e sobretudo entusiastas, por meio da fascinação. Esses Espíritos são geralmente verbosos, muito prolixos, procurando compensar pela quantidade a falta de qualidade. Gostam de ditar aos seus intérpretes volumosos escritos, indigestos e muitas vezes pouco inteligíveis, que trazem felizmente como contraveneno a impossibilidade material de ser lidos pelas massas. Os Espíritos realmente superiores são sóbrios nas palavras, dizem muita coisa em poucas linhas, de maneira que essa fecundidade prodigiosa deve ser sempre considerada suspeita. Nunca será demais a prudência, quando se tratar da publicação de semelhantes escritos. As utopias e as excentricidades, que são neles freqüentemente abundantes e chocam o bom senso, provocam impressão muito desagradável nas pessoas que se iniciam, dando-lhes uma idéia falsa do Espiritismo, sem contar ainda que servem de armas aos adversários para ridicularizá-lo. Entre essas publicações há as que, sem serem más e sem provirem de uma obsessão, podem ser consideradas como imprudentes, intempestivas e inábeis.(8) 248. Acontece com muita freqüência que um médium só pode comunicar-se com um Espírito que se ligou a ele e responde pelos que são evocados. Nem sempre se trata de obsessão, porque isso pode decorrer de uma falta de flexibilidade do médium e de uma afinidade especial de sua parte com este ou aquele Espírito. A obsessão propriamente dita só existe quando o Espírito se impõe e afasta voluntariamente o outro, o que jamais é feito por um Espírito bom. Geralmente, o Espírito que se apossa do médium para dominá-lo não suporta o exame crítico das suas comunicações. Quando vê que elas não são aceitas, mas submetidas à discussão, não deixa o médium mas lhe sugere o pensamento de se afastar, e muitas vezes mesmo lhe ordena que se afaste. Todo médium que se aborrece com as críticas das suas comunicações faz-se eco do Espírito que o domina, e esse Espírito não pode ser bom, desde que lhe inspira o pensamento ilógico de recusar o exame. O isolamento do médium é sempre prejudicial para ele, que fica sem a possibilidade de controle de suas comunicações. Ele deve não somente esclarecer-se através de terceiros, mas também estudar todos os gêneros de comunicações, para aprender a compará-las. Limitando-se às que recebe, por melhores que lhe pareçam, fica exposto a enganar-se quanto ao seu valor, devendo-se ainda considerar que ele não pode conhecer tudo e que elas giram sempre num mesmo círculo de idéias. (Ver no número 192: Médiuns exclusivos) 249. Os meios de combater a obsessão variam, segundo as características de que ela se reveste. Não existe um perigo real para todo médium que esteja bem convencido de lidar com um Espírito mentiroso, como acontece na obsessão simples. Esta não será para ele mais do que um fato desagradável. Mas precisamente por lhe ser desagradável, o Espírito tem mais uma razão para insistir em aborrecê-lo. Duas medidas essenciais devem ser tomadas pelo médium nesse caso: provar ao Espírito que não foi enganado por ele e que será impossível deixar-se enganar; segundo, cansar-lhe a paciência, mostrando-se mais paciente do que ele. Quando se convencer de que perde o seu tempo, acabará por se retirar, como o fazem o importuno a quem não se escuta. Mas isso nem sempre é suficiente e pode demorar bastante, porque existem os teimosos, para os quais os meses e os anos pouco significam. O médium deve, além disso, apelar fervorosamente ao seu bom anjo e aos bons Espíritos que lhe são simpáticos, suplicando-lhes assistência. No tocante ao Espírito obsessor, por mau que ele seja, é necessário tratá-lo com serenidade mas ao mesmo tempo com benevolência, vencendo-o pelo bom procedimento, orando por ele. Se for realmente um Espírito perverso, a princípio se divertirá com isso, mas submetido com perseverança a um processo de moralização, acabará por emendar-se. É uma conversão que se empreende, tarefas muitas vezes penosas, ingratas, mas cujo mérito está na própria dificuldade, e que uma vez bem realizada traz sempre a satisfação de se haver cumprido um dever de caridade, e freqüentemente a de haver reconduzido ao bom caminho uma alma perdida.(9) É também conveniente interromper as comunicações escritas quando se reconhece que procedem de um Espírito mau,que nada quer ouvir, para não se lhe dar o prazer de ser ouvido. Em certos casos, pode mesmo ser útil deixar de escrever por algum tempo, regulando-se isso de acordo com as circunstâncias. Mas se o médium escrevente pode evitar essas conversações abstendo-se de escrever, não se dá o mesmo com o médium audiente, que o Espírito obsessor persegue às vezes a todo instante com seu palavreado grosseiro e obsceno, e que não tem nem mesmo o recurso de fechar os ouvidos. De resto, devemos reconhecer que certas pessoas se divertem com a linguagem trivial dessa espécie de Espíritos, que os encorajam e provocam ao rir das suas tolices, ao invés de lhes impor silêncio e orientá-los moralmente. Nossos conselhos não podem aplicar-se a esses que desejam afogar-se.
Posted on: Tue, 17 Sep 2013 12:57:44 +0000

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