35 - Para ser usado por Deus é preciso morrer para - TopicsExpress



          

35 - Para ser usado por Deus é preciso morrer para si cezarazevedo.br Então, disse Moisés a Deus: Eis que quando vier aos filhos de Israel e lhes disser: O Deus de vossos pais me enviou a vós; e eles me disserem: Qual é o seu nome? Que lhes direi? (Ex 3.13) Ao criar os céus e a terra, Deus comissionou o homem responsável por este planeta (Sl 115.16). Esta responsabilidade pressupõe o governo divino sobre os negócios humanos. Com o passar dos milênios este governo foi sendo contestado e, em certos casos, considerado como uma projeção do indivíduo oprimido por forças que lhes eram superiores e incompreensíveis. Esta proposição não é nova, pois Caim já estabelecera as bases da sociedade atual, com a proposição de gerar progresso negando categoricamente a influência de Deus sobre os negócios humanos (Gn 4.16,17). Se nós recuarmos ainda mais a história, veremos que a queda do homem no Éden representou uma ruptura completa com a divindade, tanto é verdade que o próprio Deus expulsou o primeiro casal do jardim do Éden (Gn 3.24). O reflexo daquela história gerou a mentalidade ateísta na humanidade. Por ateísmo entende-se a negação categórica da existência de Deus. O salmista, fazendo menção deste tipo de mentalidade, a traduziu nos seguintes termos: “Por causa do seu orgulho, o ímpio não investiga; todas as suas cogitações são: Não há Deus” (Sl 10.4). E o apóstolo Paulo, tratando das implicações que a queda do homem acarretou em sua psique, aprofundou ainda mais esta percepção ao declarar que “Não há um justo, nem um sequer. Não há ninguém que entenda; não há ninguém que busque a Deus” (Rm 3.10,11). Obviamente alguém poderia declarar que esta declaração radical não corresponde com a verdade dos fatos, porquanto praticamente todas as culturas antigas e a maioria dos povos de hoje adotam algum tipo de religião, demonstram possuir fé de alguma natureza. A dificuldade de compreender esta questão está no seguinte aspecto: a Bíblia declarava haver um único Deus criador dos céus e da terra (Dt 6.4). O Deus da Bíblia é incognoscível, que habita em luz inacessível (I Tm 6.6) e nunca foi visto por um ser humano (Jo 1.18). Mesmo sendo incognoscível não muda o fato dEle ter criado os céus e a terra, em especial o ser humano. Ocorre que, ao formar o homem, implantou dentro dele o anseio pela eternidade (Ec 3.11). Assim, este indivíduo, que anela pela vida eterna, contudo não conhece o Deus verdadeiro, traduz seu mais íntimo anseio em “em semelhança da imagem de homem corruptível, e de aves, e de quadrúpedes, e de répteis” (Rm 1.23), criando com isso deuses que traduzam a sua fé, razão porque temos no mundo incontáveis formas de manifestação religiosa. Por conclusão alguém pode declarar crer em Deus, dar a Ele a designação que for, traduzir apreço a Ele, inclusive citando características que são próprias do Deus verdadeiro, contudo, por mais que tente ser preciso para traduzir este conhecimento de Deus, ainda assim não está adorando ao Deus verdadeiro, mas uma concepção de sua própria imaginação. É por esta razão que encontramos nas Escrituras uma pergunta inquiridora: “Tu crês que há um só Deus? Fazes bem; também os demônios o crêem e estremecem” (Tg 2.19). Observe que os demônios são seres espirituais, Deus é Espíritos, eles sabem perfeitamente quem Deus é e qual a consequência desobedecer-Lhe. Eles sabem que Deus sentenciou o diabo e seus anjos ao fogo eterno (Mt 25.41), contudo mesmo com todo este conhecimento, sua natureza continua a mesma, eles não são afetados pelo que sabem. O que equivale a dizer que os demônios não creem em Deus no sentido que isso produza mudança de conduta neles. Não se sujeitar à autoridade divina é o mesmo que declarar Sua inexistência, típico de quem cultiva o orgulho dentro de si. Assim é com os demônios, também com os anjos caídos, o mesmo com a humanidade afetada pela queda. A suma do que temos dito é que Deus governa o universo, em que pese o fato das nações não reconhecerem esta verdade e agirem como se não tivesse de prestar contas. Nos dias de Moisés, o Senhor Deus estava administrando, no mínimo, três situações distintas: em Canaã, com Israel e com o Egito. Em relação aos povos que habitavam em Canaã, sua medida de iniquidade se aproximava rapidamente do limite máximo aceitável para a economia divina. Desde que Deus falara com Abraão acerca deste fato, já se passaram quatrocentos anos (Gn 15.16), razão porque o Senhor estava promovendo a libertação dos hebreus do Egito afim de ser Seu instrumento de juízo para com os povos daquela região. Por outro lado o Senhor também estava se preparando para Ele próprio executar juízos sobre o Egito por causa da escravidão que impusera sobre os hebreus (Gn 15.14). Ao mesmo tempo Deus estava libertando Seu povo do cativeiro em cumprimento à promessa dada a Abraão, para leva-los para Canaã (Gn 15.18). Não temos condição de saber como Deus estava tratando com os outros povos que não estes, todavia nosso desconhecimento não implica Sua passividade, antes, pelo contrário, “Ele é o que está assentado sobre o globo da terra, cujos moradores são para ele como gafanhotos...” (Is 40.22), pois “eis que as nações são consideradas por ele como a gota de um balde e como o pó miúdo das balanças; eis que lança por aí as ilhas como a uma coisa pequeníssima” (Is 40.15). Nada foge aos olhos daquele com quem temos de tratar (Hb 4.13). É neste contexto que o Deus Altíssimo, o Deus dos céus, o Deus Criador se revela a Moisés para declarar-lhe que Ele estava atento a tudo quanto acontecida com os hebreus no Egito. O Senhor dissera a Moisés: “Tenho visto atentamente a aflição do meu povo, que está no Egito, e tenho ouvido o seu clamor por causa dos seus exatores, porque conheci as suas dores” (Ex 3.7). Muitas vezes nos perguntamos porque o Senhor Deus apenas observa o sofrimento, não intervém antes. Consideremos por um instante a parábola de um homem miserável, o mendigo Lázaro. Sua condição era tão tenebrosa que ele era descrito como alguém cheio de chagas a cata de esmolas na porta da casa de um homem riquíssimo. Este sujeito não tinha falta de nada, antes “... vivia todos os dias regalada e esplendidamente” (Lc 16.19). Não há situação mais injusta que esta, dois extremos da escala social. Qualquer que olhasse para Lázaro haveria de questionar a justiça divina, todavia mortos ambos, com o detalhe que Lázaro perdeu sua vida antes, do outro lado da existência o quadro mudou radicalmente. Agora temos o rico no tormento e Lázaro no seio de Abraão. O rico clamava e Abraão respondia, declarando que a situação em que ambos se encontravam era irreversível, como podemos ler: “E, clamando, disse: Abraão, meu pai, tem misericórdia de mim e manda a Lázaro que molhe na água a ponta do seu dedo e me refresque a língua, porque estou atormentado nesta chama. Disse, porém, Abraão: Filho, lembra-te de que recebeste os teus bens em tua vida, e Lázaro, somente males; e, agora, este é consolado, e tu, atormentado. E, além disso, está posto um grande abismo entre nós e vós, de sorte que os que quisessem passar daqui para vós não poderiam, nem tampouco os de lá, passar para cá” (Lc 16.24-26) O Deus Justo (Is 45.21) pode esperar consumar todas as coisas para exercer Seu juízo, pode intervir antes, como bem lhe aprouver. No caso dos hebreus no Egito, em Sua bendita misericórdia, optou por agir em favor de Seu povo, porquanto aquela situação de extremo sofrimento haveria não só de trazer glória ao Seu nome, como também Lhe permitira se revelar, criado condições para que nós O conhecêssemos. E, naquele momento, o próprio Deus estava constituindo Moisés como executor de Sua bendita vontade na terra como podemos ler: “Vem agora, pois, e eu te enviarei a Faraó, para que tires o meu povo, os filhos de Israel, do Egito” (Ex 3.10). Se Moisés tivesse o pleno conhecimento acerca de quem estava lhe transmitindo esta ordem, bastava esta palavra e toda dúvida cairia por terra. Tudo que ele precisava fazer era caminhar até o Egito e executar a ordem recebida. Certa feita o arcanjo Miguel recebeu a incumbência de resgatar o corpo de Moisés, após sua morte. Indo em direção ao local determinado para cumprir sua missão, foi tolhido por Satanás, que se opôs a ele. Miguel tinha conhecimento que Satanás ou Lúcifer, fora o primeiro anjo criado, portanto isso faz dele o ser mais poderoso do universo, abaixo tão somente de Jesus Cristo, o Senhor. Miguel sabia que, em uma disputa em armas, ele não seria capaz de vencer Satanás, contudo, como ele fora sob ordens, a única coisa que disse em defesa de sua missão fora: “... O Senhor te repreenda” (Jd 1.9). Então ele se dirigiu ao local onde estava o corpo de Moisés, o tomou para si e o levou para o lugar determinado por Deus. Ele sabia quem era Satanás, contudo conhecia também a Deus, portanto cumpriu sua missão de forma resoluta. Moisés ainda não tinha semelhante fé, ele precisava de mais para sentir-se comissionado, ao que perguntou a Deus: “Quem sou eu, que vá a Faraó e tire do Egito os filhos de Israel?” (Ex 3.11). Moisés trazia ainda os resquícios de sua formação militar. Para ele, ao soldado comissionado por seu general, ele próprio, no uso de sua força natural, é quem executa a tarefa. Com oitentas anos de idade, não tinha mais força para batalhar. Este é o antigo erro de Adão, tentar cobrir sua própria vergonha com vestes feita por ele mesmo, o resultado é inócuo diante de Deus. O Senhor Deus fez Moisés perceber que era preciso mudar de perspectiva. Deus não estava contando com a força natural daquele idoso, mas queria tão somente sua obediência, por isso o Senhor disse: “Certamente eu serei contigo; e isto te será por sinal de que eu te enviei: quando houveres tirado este povo do Egito, servireis a Deus neste monte” (Ex 3.12). Moisés dissera: – quem sou eu? Deus contrapôs: – a questão não é acerca de quem é você Moises, mas quem sou Eu. A luz da verdade começava a raiar no coração de Moises, levando-o a perguntar: “Eis que quando vier aos filhos de Israel e lhes disser: O Deus de vossos pais me enviou a vós; e eles me disserem: Qual é o seu nome? Que lhes direi?” (Ex 3.13). Moisés já tinha compreendido que ele executaria a missão sob a autoridade divina. A questão era: como provar aos hebreus e, depois às autoridades egípcias quem era o Deus que o comissionava. Este é o cerne do problema da humanidade caída: não conhece mais a Deus e serve a tantos deuses, sob os mais diferentes nomes, com os mais variados poderes, que já não sabem quem é o Deus verdadeiro. Passando por Atenas, uma cidade idólatra, Paulo fez a seguinte observação àquele povo: “Varões atenienses, em tudo vos vejo um tanto supersticiosos; porque, passando eu e vendo os vossos santuários, achei também um altar em que estava escrito: AO DEUS DESCONHECIDO. Esse, pois, que vós honrais não o conhecendo é o que eu vos anuncio.” (At 17.22,23) Mesmo para Moisés, Deus ainda lhe era desconhecido, razão porque perguntou por Seu nome. A resposta que seria dada a Moisés talvez seja uma das mais esperada em todo o universo por todos os anos, desde a criação dos céus e da terra, quinze bilhões de anos atrás. O nome que lhe seria revelado mudaria completamente a historia de seu povo, não só deles, como também de todos os que tiveram oportunidade de receberem esta mesma revelação.
Posted on: Thu, 04 Jul 2013 21:38:06 +0000

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