A Ana Lucia Keunecke me informou sobre o IV Ciclo de Conferências - TopicsExpress



          

A Ana Lucia Keunecke me informou sobre o IV Ciclo de Conferências da Defensória Pública do Estado de São Paulo que ocorreu ontem, 17.08 e que seria uma ótima oportunidade de apresentarmos uma proposta sobre a VIOLÊNCIA OBSTETRICA. Essa proposta, se aceita, seria encaminhada para a Conferência final de São Paulo, nos dias 06 e 07 de dezembro, e lá seria novamente votada e começaríamos a ter a oportunidade de discutir, no âmbito do Estado, através da Defensoria, sobre essa violência que várias mulheres passam nos hospitais, com educação social e ações judiciais, fazendo chegar aos tribunais. Eu fiquei um pouco preocupada, porque apesar de advogada e de ter sofrido violência obstetrica no meu primeiro parto, eu nunca havia participado desse tipo de evento. Mas a super amiga e profissional Ana Lucia K me enviou alguns materiais para estudar e me orientou. Eu convidei a doula Lucia Caldeyro Stajano, dentre outras pessoas. e lá fomos nós para a conferência. Conhecemos pessoas muito especiais, que estavam discutindo sobre diversos assuntos de interesse da sociedade. Nós fomos para o grupo de discussão dos direitos da mulher e eu comecei a expor o problema da violência obstêtrica. Nesse momento o meu coração estava inquieto, porque esse tema era desconhecido e nunca fez parte das diversas propostas já existentes. E quando eu comecei a falar, uma das pessoas do grupo logo perguntou: mas existe violência obstétrica? Naquele momento eu tive certeza de que alguma coisa iria mudar! As pessoas ficaram muito interessadas, vários olhares indignados!!! Era isso: a informação, a intenção, como sempre diz o Max, Maximilian Köberle nos seus cursos de contadores de histórias, que vem de dentro para fora, da alma, do coração, que fez com que eu e a Lucía, juntamente com a energia das pessoas que lutam contra a violência obstétrica, e as pessoas do nosso grupo de Direitos da Mulher, apresentássemos uma proposta. Confesso que foi difícil concluir o texto final, porque várias ações sociais podem ser feitas, mas concluímos da melhor maneira possível naquele momento... e para a nossa alegria a proposta foi uma das ESCOLHIDAS. Mas isso não foi tudo: a Lucía foi escolhida como candidata a Delegada e, assim, defender a proposta que foi apresentada. E ela arrasou (segue no final do texto a nossa proposta e o discurso da Lucía). Todos os presentes olhavam com esperança e, então, a Lucía foi escolhida para ser Delegada e representar Campinas na plenária da conferência final de São Paulo e defender a proposta apresentada para combater a violência obstétrica!!!! Muitas pessoas podem achar que essa conquista é pequena, mas depois dessa experiência eu tenho certeza de que não podemos desistir de sermos ouvidos, de lutar pelos nossos direitos e de que as organizações que ali estavam começarão a falar sobre esse tipo de violência, até então desconhecida por eles. Então, participem das próximas conferências que ocorrerão em várias cidades do Estado de São Paulo, conforme o cronograma abaixo, e apresentem as suas propostas sobre a erradicação da violência obstétrica, ajudando a mudar efetivamente o tratamento que as gestantes recebem, os seus familiares e o bebê que está chegando e, assim, contribuindo para diminuir muitos outros tipos de violência existentes na sociedade. Adoraria poder contribuir mais e estou super a disposição para ajudar quem precisar nas próximas conferências com a experiência que vivemos aqui em Campinas! Ana K., amiga querida, muito obrigada novamente por acreditar em mim. PROPOSTA APRESENTADA: PREVENIR E ERRADICAR A VIOLENCIA OBSTETRICA, GARANTINDO A IMPLEMENTAÇAO DA POLITICA NACIONAL DE HUMANIZAÇAO - PNH -, APLICANDO-SE A LEI 11.108/2005, QUE DISPOE SOBRE O DIREITO A ACOMPANHANTE DE ESCOLHA DA MULHER DURANTE O TRABALHO DE PARTO, PARTO E POS PARTO, AS DIRETRIZES DA REDE CEGONHA/MINISTERIO DA SAUDE E AS RECOMENDAÇOES DA ORGANIZAÇAO MUNDIAL DA SAUDE - OMS - PARA ASSISTENCIA AO PARTO (não consegui acentuar as palavras aqui). DISCURSO DA LUCIA: "É minha primeira participação no âmbito da DEFENSORIA PÚBLICA mas sou militante na defesa dos DIREITOS da MULHER com foco na humanização do parto e nascimento faz mais de 30 anos. Estamos trazendo aqui uma temática nova e de grande importância. Todos os dias centenas de mulheres brasileiras dão a luz seus filhos. Para algumas é um momento de encontro, gratificação e felicidade profunda, um momento empoderador e fortalecedor dos vínculos mãe-bebê, mãe-pai, pai-bebê e assim fortalecedor das pessoas, das famílias e dos alicerces da sociedade. Mas para muitas e muitas mulheres o parto é um momento marcado pela desinformação, insegurança, medo, solidão, desamor, coisificação, agressão e violência verbal, emocional, física de todas as ordens, sendo até recortadas no seus ventres e períneos sem necessidade..... sendo afastadas dos seus familiares e bebês, ficando elas e os seus bebê com seqüelas de depressão, inadequação, dificuldade de levar a vida e os relacionamentos na família e na sociedade. Sou doula e educadora perinatal. Tenho participado em mais de 60 capacitações de doulas, algumas em parceria com o Ministério da Saúde, que considera as doulas voluntarias no SUS, uma estratégia importante para a humanização do parto e do nascimento, pois a presença da doula contribui na qualidade desse momento vital na vida das mulheres, dos bebês, das famílias e conseqüentemente de toda a sociedade. A marca da violência no nascimento contribui com a inadequação, violência social e criminalidade."
Posted on: Sun, 18 Aug 2013 23:45:00 +0000

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