A Existência. Acordei de madrugada, vindo de um sonho distante, tão distante que já nem me lembro com o que estava sonhando. Janelas e portas fechadas, fiquei na dúvida: "O que me espera se eu abrir a janela? Sol ou Lua?". Escolhi a dúvida. Com ela eu posso imaginar metade do céu iluminado e a outra metade tomada pela noite. Assim é bem melhor. Ainda cheio de duvidas, perguntei-me: "O que me espera se eu acender as luzes?" Escolhi a dúvida. Com ela eu posso imaginar um Mundo totalmente perfeito ao meu redor, apenas tomado pela escuridão, não posso vê-lo, mas existe. Qualquer perfeição não pode ser desvendada, ela só existe em nossas mentes, prefiro ficar imaginando. Assim é bem melhor. Tomado por tantas duvidas, pensei: "E esse silêncio? Por que existe? Nenhum barulho de carro lá fora, nenhum pássaro ou galo cantando. Só existe eu, embriagado de dúvidas e pensando: Por que?" Escolhi a dúvida. É fascinante a busca pela resposta quando ela não nos deixa nenhuma evidência. A resposta até então, só existe em minha mente. Talvez o Mundo lá fora, fora dessas paredes e janelas tenha evaporado. Só existe eu, sentado sobre a cama com o meu quarto flutuando e vagando pelo universo. Assim é bem melhor. Mais dúvidas ainda estavam por vir: "E eu? Por que estou aqui?" Sou apenas fruto de uma relação amorosa entre meus Pais? Acho que não. É fútil demais, é pouco demais para ser apenas isso. Talvez meus Pais sejam apenas aqueles Hoteleiros que esperavam chegar de onde nem eles mesmos sabem, até que de repente eu chegue, e de repente eu vá embora, deixando apenas a minha ficha de hospedagem nos arquivos do Hotel. Apenas isso. É um universo tão grande com possibilidades tão infinitas, que fica difícil encontrar o inicio e o fim de tudo. A nossa existência não explica nada, ela é apenas a fonte de todas as dúvidas. Somos apenas aqueles ovos de peixe presos a margem do rio, que por ventura nascemos e somos guiados pela correnteza, sem saber para onde estamos indo, apenas seguindo. Até que o rio nos jogue num mar de água salgada para morremos. A parte física morre, mas e aquela imaginária? Aquela que vive em nossas mentes, que vira e mexe nos dá a resposta de tudo. Pra onde ela vai? Morre no oceano também?... Seria fútil demais, é pouco demais, para ser apenas isso. O pensamento é a única fonte inesgotável de vida. Ele pode até se abalar com o gosto salgado do mar, mas morrer é demais, jamais. O amor só é considerado eterno quando ele nasce nas profundezas de um breve pensamento, assim como nós, assim como tudo ao nosso redor, tudo é fruto da nossa imaginação, e é tudo eterno. Ninguém poderá nos dizer tudo sobre nada, por isso a vida é inexplicável. É um rio que corre milhares de quilômetros parado. É a certeza de que tudo é nada, e que nada faz sentido, tudo é uma certeza imaginária. Ninguém morre cedo, eles apenas são mais apressados que nós, nadam rápido demais, enquanto que nós, apenas nos deixamos levar pela correnteza. Existem também aqueles que vivem 90, 100, 110 anos... Nadam contra a correnteza ou que ficam presos na margem do rio, com medo de encontrar um fim já premeditado." Entre uma certeza e outra, sem pressa, eu apenas deixo a correnteza me levar. O galo cantou, agora já sei que faz Sol. Não vou abrir a janela, prefiro acreditar que ainda existe uma Lua lá fora. Assim é bem melhor. Curte Ler? Like~> Anderson Beowulf.
Posted on: Fri, 30 Aug 2013 02:31:28 +0000
Trending Topics
Recently Viewed Topics
© 2015