A FILOSOFIA VOLTA PARA A SALA DE AULA - TopicsExpress



          

A FILOSOFIA VOLTA PARA A SALA DE AULA Importante decisão do Governo Federal em reimplantar Filosofia e Sociologia no Ensino Secundário .Um grande passo de valorização do ensino filosófico, pois reestruturar o pensamento da filosofia no conhecimento secundário depois de anos sem ativação pela “ditadura militar”, foi sem dúvida um grande avanço da sociedade . É importante incentivarmos esta geração a pensar, a entender a essência do pensamento e suas premissas na construção da lógica do raciocínio e da fundamentação das idéias. Claro que este pensamento passa a ser revisto de uma forma bem desenhada, reestruturada, fundamentada e por que não definida dentro dos padrões desta nova forma de contemplar o conhecimento através dos meios de comunicação, e, em especial através da internet como grande aliada deste conhecer rápido e objetivo. O conhecimento tomou uma dimensão significativa e sem sombra de dúvida, hoje, selecionamos aquilo que realmente nos interessa por uma questão prática e objetividade. Hoje, o tempo tornou-se algo realmente precioso exatamente pelo acúmulo de atividades que a nova geração vivencia. O pensar tem que ser visto de uma forma muito especial.O incentivo à leitura sem dúvida ajudará e muito os nossos alunos a ter uma fundamentação deste pensar, elaborando suas premissas dentro dos padrões de sua estruturação, da norma, do princípio, da ética, da moral, dos bons costumes. Essa atitude tem conduzido o homem a uma reflexão sobre uma reestruturação do raciocínio,da razão, de uma lógica que se concatena dentro de idéias mais sólidas perante um mundo cada vez mais eclético. Vejamos o que diz Aranha e Martins sobre esta máxima: A intenção primeira do ensino de filosofia, seja no curso médio ou nos cursos básicos universitários, não é de formar filósofos –embora eventualmente algumas vocações possam ser despertadas -, mas provocar a reflexão filosófica, inerente a todo ser humano. Lembrando o filósofo italiano Antonio Gramsci, somos todos de certa forma filósofos, na medida em que nos propomos questões de natureza filosófica. Estamos sempre dando sentido às coisas e, diante dos problemas apresentados pelo existir, tendemos para a reflexão, a não ser quando submetidos a uma formação autoritária e doutrinadora. (1) A relevância da filosofia no currículo escolar é exatamente fazer despertar no aluno o interesse pelo questionar, pelo refletir de forma fundamentada, estimulando este a um refletir onde este pensar possa chegar a um nível de lapidação e de verdadeira peneira de seleção do pensamento ordenado, e pronto para o despertar da tríade do filosofar, que é exatamente o questionar da “natureza, do homem e de Deus”. E o que vem a ser o homem? O que vem a ser o bicho homem? A sua natureza? Quais os seus instintos? Eles são inerentes ou são adquiridos? E como se processa o conhecimento humano? O que vem a ser o conhecimento? Que tipo de conhecimentos são elaborados e adquiridos por nós ? O homem se torna menos mal, mais solidários, menos egoísta ou mais humano quando este detém o conhecimento ou isto não muda sobre a essência do que ele é? O homem é o que é ou este tem a condição de se transformar através do seu meio? O homem pode sofrer ou vir a sofrer a influência deste meio? Este ente que pensa, que raciocina, que é capaz de criar e transformar se deixa influenciar pela natureza ou ele a manipula ? Eis alguns dos questionamentos levantados por filósofos, por pensadores. Trabalhar a filosofia em sala de aula é despertar o aluno para um bem precioso, o despertar do conhecimento, é comungar com uma nova forma de ver o mundo. O senso comum (conhecimento ingênuo) tem uma visão deturpada sobre o pensar filosófico referendando esta forma de pensar muitas vezes às pessoas que vivem apenas no mundo utópico, dos livros, no mundo imaginário, questionando um mundo que deveria ser, como se estes estivessem em busca de um mundo que infelizmente nunca virá. E que mundo seria este? Na realidade, a filosofia não é traduzida ou compreendida apenas a um grupo restrito de doutos. Ela é e faz parte da vida das pessoas, ela está presente no cotidiano de cada um de nós, ela nos faz questionar o porquê das coisas não numa simples forma de perguntar por que disto ou daquilo, mas de reestruturar o indivíduo para uma melhor relação de comunhão para com o outro, respeitando as diferenças, compreendendo as crenças e a bagagem cultural que cada ser carrega sobre a sua história de vida, sobre a sua forma de perceber e compreender o seu meio. Como afirma o filósofo Emmanuel Kant “...não é possível aprender qualquer filosofia; [...] Só é possível aprender a filosofar” . Ora, somo seres essencialmente racionais, temos a primazia da razão e sua definição é traduzida como um elemento indispensável para a análise do que chamamos de cognição. É através da razão que se conduz o princípio teórico a um resultado desta investigação para um determinado fim, a um resultado objetivo que se interessa dentro de uma análise, de uma observação, de uma experimentação. Podemos despertar nos nossos alunos a importância da razão, da racionalização; trabalhando com este aquilo que trazemos como visão do senso comum que por diversas situações nos são postas cotidianamente e, ao pé da letra, falamos de razão. Mas será que entendemos o que vem a ser a razão? Já levantamos um questionamento inicial do conhecer, do que vem a ser o conhecimento e a razão, o que é a razão?Vejamos como exemplo o amor; posso racionalizar o sentimento do amor? Posso controlar as minhas emoções quando sinto ciúmes? E o que somos capazes de fazer quando estamos apaixonados, quando o nosso coração acelera ao vermos aquela pessoa desejada? Como diz o filósofo francês do século XVII, Blaise Pascal, “ O coração tem razões que a razão desconhece”, na realidade, estamos falando de razões distintas. Quando nos deparamos com outras situações em que dizemos para alguém “Que razões os levam a chegar tão tarde? “ Ou seja, quais os motivos ? Na realidade, a razão tem um fim, que é explicar, dentro de uma exigência natural consciente do indivíduo, o ordenamento da idéia. A filosofia é um mecanismo de aplicação do exercício prático da razão. O filósofo questiona, investiga, indaga tudo através de um princípio racional de investigação e de curiosidade à busca deste conhecer, através de um discernimento ordenado do pensamento, através de mecanismo da razão. Sem dúvida, o nosso aluno terá a oportunidade de, trabalhando em sala de aula, entender que o homem, dentro de sua racionalidade, busca a verdade a partir de sua razão explicativa. Como um animal racional que se diferencia dos demais pela capacidade de pensar, de racionalizar o seu pensamento a uma sistematização, a um ordenamento, a um objetivo prático que se propõe. Eis a definição de razão. Na realidade, através da filosofia, nós podemos ter a oportunidade de discutir diversos temas sobre os diversos segmentos do conhecimento, podemos falar de direito questionando o que vem a ser a Lei; podemos falar de educação falando sobre a base da educação que trazemos de casa e a extensão dela que se dá nas escolas, nas universidades; podemos falar de ética e da postura de nossos governantes, de nossos políticos; voltarmos lá para a Grécia e discutirmos sobre a definição do que vem a ser política; podemos falar de população, de povo e discutirmos o que vem a ser o caráter da cidadania e sua origem desde a filosofia grega até a história contemporânea do homem moderno.Portanto, estaremos com isto falando de direitos e deveres, de direitos humanos, de igualdade, de filosofia dentro de sua relevância nas escolas secundárias para uma base maior de um ser mais consciente e sem dúvida imprescindível para a formação de um ser mais crítico. (Filosofando - Introdução à Filosofia) – Maria Lúcia de Arruda Aranha, Maria Helena Pires Martins – Ed. Moderna – 3º Ed. Prof. Júlio di Paula
Posted on: Fri, 20 Sep 2013 12:40:16 +0000

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