A HIPERMODERNIDADE Juliano Aarão Internet, Twiter, Fabool, - TopicsExpress



          

A HIPERMODERNIDADE Juliano Aarão Internet, Twiter, Fabool, Instagran, Layar, E-Book, YouTube… Já paramos para pensar onde tudo isso começou ?! Dois milhões de anos a.C. os primeiros humanos nomeados “Homens das Cavernas” se organizaram em grupos, formando as primeiras “Redes Sociais”... Em 550 a.C. surgiram os primeiros serviços postais que permitiram pela primeira vez que o homem se comunicasse à longas distâncias através de pombos correios e mensageiros que percorriam enormes distâncias rapidamente... No ano de 1890 o telefone foi o grande “upgrade” nas comunicações de longa distância, “Nunca a voz de uma pessoa poderia ser ouvida de tão longe.”... Em 1891 surge o rádio, tido como o primeiro veículo de comunicação em massa... No início de 1971 teve início uma verdadeira “aceleração” de novidades tecnológicas quando é enviado o primeiro e-mail, seguido em 1978 pela criação do primeiro sistema on-line, chamado de Black Board Sistem. Em 1988 pela primeira vez os usuários puderam compartilhar arquivos e links diretamente com outros usuários, o que foi intensificado em 1994 quando surgiram as possibilidades e os conceitos dos usuários criarem seus próprios websites. A história seguiu com o surgimento das primeiras “redes sociais modernas”, quando os usuários puderam escolher seus amigos e permitir que estes tivessem acesso à suas informações pessoais. Conhecer o passado para compreender o presente... Conceito clássico e extremamente verdadeiro... As Redes Socias são apenas um minúsculo exemplo da rapidez com que o homem tem desenvolvido suas invenções tecnológicas e é facilmente percebível o quanto tudo isso tem facilitado e até complementado nossas vidas. Em 1970 o filósofo, pesquisador e professor francês Gilles Lipovetsky criou o termo chamado “Hipermodernidade” para delinear e de certa forma prever o momento atual da sociedade. O termo busca internalizar novos valores criados pela sociedade moderna, conceitos estes elevados à extrema exacerbação de suas importâncias, pela cultura do excesso, do sempre mais. A Globalização tornou-se uma grande fonte de disseminação de saberes, conhecimentos, modelos, marcas, variedade de produtos, lugares, culturas, experiências, referências, propiciando uma superabundância e um consumo bulímico destas informações. Tudo se torna imensamente intenso e urgente. “Não sofremos mais pela raridade do saber, mas pela abundância das informações.” Abundância de informações que traz consigo a ruptura e muitas vezes o fim de fronteiras simbólicas da cultura, colaborando para o surgimento do “todo-cultural”. Esta generalização de informações impressas de forma superficial desencadeia uma conseqüente infantilização dos consumidores desta cultura. Um empobrecimento intelectual da sociedade. Estamos sendo empurrados para uma cultura individualista, uma perda das referências sociais e da depreciação de valores, a individualização de nossa existência. Individualismo que possui sérios reflexos sociais, pois valoriza o egoísmo, a cobiça, em um “fechar-se em si” que se opõe à solidariedade e a fraternidade. O mundo social verdadeiro responde com explosões do terrorismo, banalização da vida, mal estar cultural e ético pela perda do vetor de qualidade, direitos humanos perdem a cada dia seu valor, democracias demonstram ausências de fervor e amor à pátria por parte dos cidadãos, apatia por acontecimentos outrora inaceitáveis. As famílias perdem sua identidade e as relações familiares se tornam cada dia mais frias. Transtornos como a psicopatia, a depressão, a esquizofrenia, o transtorno do pânico, o TOC, se tornam cada vez mais freqüentes. A incerteza tornou-se a coisa mais bem partilhada do mundo. Não conhecemos mais nossas histórias, nossos heróis de verdade. Não existem mais “O meu país.”, “O meu Brasil.”, existe “O mundo.”. Não falamos mais “Pesquisei na Barsa !” ou “Pesquisei na biblioteca !”, dizemos “Achei na Wikipedia !” ou “Dei um Google !”. Não convidamos mais uma pessoa para sair, dizemos “Te mando um Face !” ou “Te Twito !”. Por incrível que pareça a super diversidade de informações acabou por criar uma unificação de sígnos socias. Tem surgido uma necessidade pelo antigo, pelo retro, pela estabilidade de relações. Chagamos em uma época em que o espaço e o tempo se globalizaram. Nossa noção de tempo, assim como a utilização deste tempo foi alterada. “Os dias parecem mais curtos, não tenho tempo para nada !”. Julgo que não devemos fugir da modernidade ou tentar ignorá-la, até porque isso é impossível. Existe sim, a extrema necessidade de entendê-la, discutí-la e saber utilizá-la em sua vida conscientemente. Fazer uso racionalmente e pelo menos tentar não deixar que a Hipermodernidade tome conta da sua vida, do seu tempo, dos seus conceitos, dos seus amigos, dos seus amores, da sua vida. Nada extingue ou substitui o valor de um presente customizado com carinho... Uma carta escrita à mão... O cheirinho das páginas de um novo livro... Um CD gravado especialmente para você... Um telefonema surpresa... Um convite inesperado para jantar... Uma conversa sobre os tempos que se passaram com a avó... Uma serenata te acordando de madrugada... Ou pelo menos parar inesperadamente tudo o que está fazendo, no meio do dia, sem motivo algum... E olhar sem pressa e com toda a tranqüilidade, reverência e respeito do mundo... A incomparável sincronia e mistura de cores que formam... O azul do céu. Fonte de pesquisa : A Cultura Mundo – Gilles Lipovetsky & Jean Serroy – Editora Companhia das Letras – 2011. A Sociedade Individualizada – Zygmunt Bauman – Editora Zahar – 2008. Faróis no Caos – Ademir Assunção – Edições SESC-SP – 2012. Vidas Desperdiçadas – Zygmunt Bauman – Editora Zahar – 2007. Globalização e as Consequências Humanas – Zygmunt Bauman – Editora Zahar – 2011.
Posted on: Sat, 19 Oct 2013 19:19:20 +0000

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