A HIPÓTESE E A INVENÇÃO. É possível construir-se um discurso - TopicsExpress



          

A HIPÓTESE E A INVENÇÃO. É possível construir-se um discurso poético? De que alma presidencial urdirá o aconchego temido entre a metáfora e a ideia. Entre a verdade e a possibilidade do erro escondido, sempre, num propósito sem flor, sem alma, sem emoção? Pablo Neruda, candidato, que nem precisaria, entregara-se ao ilimitado desespero dos discursos. Lavadeiras, carvoeiros, mineiros, pescadores, prostitutas laceradas, esperanças para o povo de sua terra, cruzavam sua rouca voz de sinceridade cheia de ilhas, de cordilheiras, de humanas manhãs, de perdições eternas. Como se faz um poema presidencial? Que palavras palmilham as mãos de quem o escreve na escrivaninha fria? Que invenções de contraditórias emoções podem sobreviver na ponta de um lápis dentro de um gabinete impessoal e cheio de artimanhas nem mundanas? Que vida haverá de ser sincera apenas num discurso? E que pobreza sairá dali para juntar-se, pobre, à pobreza de um povo enganado por ele mesmo? De que maneira poderemos alcunhar um banho em nossa alma, jorrada de fronteiras pra dentro? Somos palavras, emoções, ações, atos, verdades? Ou somente encenações do que já fomos outrora? O que somos? O que diremos? Quem serão os nossos netos? O que serviremos como sonho?
Posted on: Tue, 23 Jul 2013 00:24:06 +0000

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