A INDIGNAÇÃO DE UM PROFISSIONAL MÉDICO NA CASA DOS NOVENTA ANOS - TopicsExpress



          

A INDIGNAÇÃO DE UM PROFISSIONAL MÉDICO NA CASA DOS NOVENTA ANOS de Osmard Andrade Senhora Greenhalgh: Tenho 92 anos de idade, sou formado em medicina desde o ano de 1945, exerci-a seguidamente durante 50 anos, conheço em profundidade a verdadeira situação de descalabro em que se encontra a prática médica no interior do país. O que não é o seu caso. Por isso não consigo esconder o espanto, quase estupefação, com que terminei de ler o seu artigo de hoje, 31, no "Estado", caderno 2. Não entendo o que tem a ver a fabulosa figura do "Doutor Preto" com os médicos cubanos. Não há nenhum sentimento xenofóbico ou preconceituoso dos colegas brasileiros contra os vindos do exterior, senão uma profunda indignação sobre a manobra política que foi mantida em torno dessa prática indecente de colaboração da quadrilheira que dirige os nossos destinos com seu "camarada" e mestre Fidel Castro, no sentido de encher-lhe as burras com a compra da mão-de-obra prostituída dos pobres médicos daquela ilha. Há mais de um ano os acordos vêm sendo mantidos entre nossos governos à sorrelfa. A vinda desses pobres diabos agride as leis brasileiras, contraria tudo que está estabelecido sobre o ingresso de médicos formados fora do Brasil no tocante aos exames de revalidação, Passa por fora das leis trabalhistas em vigor no Brasil, Terceiriza a compra de mão-de-obra, remunerando não aos prestadores de serviço mas a seu empresário bolchevista que absorve a maior parte dos proventos, além de manter reféns em Cuba os familiares dos mesmos. E agora, e principalmente, aquilo que a distinta colunista ignora. Imagine-se vivendo numa dessas cidades desprovidas de tudo no interior do país. Procure um desses profissionais que, de material de trabalho, dispõe apenas de um aparelho de pressão e dos dedos. Pede um exame de sangue: não tem laboratório. Pede um exame radiográfico: não tem aparelhos de Raios X. Precisa de realizar uma pequena intervenção: não tem luvas nem agulhas nem fios de sutura. Precisa internar um paciente para observá-lo: não tem onde nem como. Pensa, finalmente em removê-lo para uma cidade vizinha: não conta com ambulância. O problema, como vê, senhora, não é de falta de médicos nacionais; é de gestão, de infra-estrutura, de construção de pequenos ambulatórios onde possamos nós, médicos brasileiros, trabalhar com um mínimo de dignidade e possibilidades de boa prática profissional. Não era, portanto, às pessoas físicas dos médicos cubanos que os colegas do norte estavam vaiando; protestava-se, sim, contra a cubanização do Brasil, que tanto interessa aos "camaradas",bolchevistas e petistas que tomaram de assalto este país. Contando com o lamentável beneplácito da imprensa brasileira. Queira receber, senhora Greenhalgh, as afetuosas saudações deste velho e decepcionado médico patrício. Osmard Andrade Faria
Posted on: Wed, 04 Sep 2013 10:23:57 +0000

Trending Topics



Recently Viewed Topics




© 2015