A RAZÃO DA DOR Uma das coisas mais difíceis para o homem é a - TopicsExpress



          

A RAZÃO DA DOR Uma das coisas mais difíceis para o homem é a percepção de Deus. Existem aqueles que negam sua existência apesar de não conseguirem explicar como é possível existir toda a natureza. Kardec inicia O Livro dos Espíritos, perguntando aos mentores espirituais "O que é Deus?". Não houve de sua parte a preocupação em tentar associar Deus à imagem e semelhança dos homens. Como não sabia explicar a existência do Criador perguntou o que Ele era. Os Espíritos responderam, de maneira simples, que Deus é a Inteligência Suprema, a causa primária de todas as coisas. Isso significa, em última instância, que Deus é o Criador, o Gerador, a Fonte de todas as coisas. Deus é a causa, todo resto é conseqüência. Deus não seria, portanto, aquele velhinho bondoso, de barba muito branca e olhos serenos, sentado no trono do reino dos céus a julgar todos os homens ou a lhes fazer concessões. Essa é uma idéia deformada cuja origem está na necessidade de o homem pensar que foi criado à sua imagem e semelhança. De fato, fomos criados à sua imagem e semelhança, mas no tocante ao espírito e não ao corpo material. Somos, por conseguinte, inteligência que evolui e aprende a participar da criação. Buscando compreender melhor o que é Deus, o homem em sua pequenez busca explicar os fenômenos de sua vida a partir dos atributos que O coloca como Pai amoroso. Deus é infinito, onipresente, onipotente, soberanamente justo e bom. Deus é misericórdia, é paz, é amor. Estes atributos são premissas sobre as quais baseamos toda a nossa crença, todos os nossos valores, toda a nossa fé. Existe, porém, uma interpretação equivocada quando, ao tentarmos perceber Deus, achamos injusto que possa haver dor e sofrimento na vida humana e que seja possível afirmar que a felicidade não seja desse mundo. Os mais precipitados questionam: sendo Deus soberanamente bom, por que não criou os homens para a felicidade, afastando de suas vidas toda vicissitude, tornado-os, todos, anjos de bondade e misericórdia desde o início dos tempos? Isso, em suas maneiras de pensar, constitui-se um contra-senso. Na realidade, Deus é soberanamente bom e justo e criou o homem para a felicidade. Cabe porém a este, dotado de inteligência evolutiva e de livre-arbítrio, aprender a construí-la em seu caminho. A rota está bem definida, e o critério de justiça está determinado desde o início dos tempos. O fiel da balança é o amor em todas as suas formas, devendo o homem aprendê-las e incorporá-las a si, iluminando sua vida, elevando seu espírito em pureza e compreensão. A dor é sempre a conseqüência do desequilíbrio causado pelo descumprimento da lei natural. A dor é a indicação do desvio, facultando ao homem a retomada do caminho. O sofrimento é a conseqüência da postura assumida diante da dor. A felicidade, portanto, está diretamente ligada ao bem ou ao mal sofrer. Para ilustrar este tema, selecionamos no livro Jesus no Lar, do Espírito de Néio Lúcio, uma história que se passa nas reuniões do Evangelho na casa de Simão Pedro e que se intitula "A Razão da Dor". Conta-nos assim Néio Lúcio: Raquel, antiga servidora da residência de Cusa, ergueu a voz para indagar do Mestre por que motivo a dor se convertia em aflição nos caminhos do mundo. Não era o homem criação de Deus? Não dispõe a criatura do abençoado concurso dos anjos? Não vela o céu sobre os destinos da Humanidade? Jesus fitou na interlocutora o olhar firme e considerou: - A razão da dor humana procede da proteção divina. Os povos são famílias de Deus que, à maneira de grandes rebanhos, são chamados ao aprisco do alto. A terra é o caminho. A luta que ensina e edifica é a marcha. O sofrimento é sempre o aguilhão que desperta as ovelhas distraídas à margem da senda verdadeira. Alguns instantes se escoaram mudos e o Mestre voltou a ponderar: - O excesso de poder favorece o abuso, a demasia de conforto, não raro, traz o relaxamento, e o pão que se amontoa, de sobra, costuma servir de pasto aos vermes que se alegram no mofo... Reparando, porém, que a assembléia de amigos lhe reclamava explicação mais ampla, elucidou fraternalmente: - Um anjo, por ordem do Eterno Pai, tomou a própria conta um homem comum, desde o nascimento. Ensinou-lhe a alimentar-se, a mover os membros e os músculos, a sorrir, a repousar e a asilar-se nos braços maternos. Sem afastar-se do protegido, dia e noite, deu-lhe as primeiras lições da palavra e, em seguida, orientou-lhe os impulsos novos, favorecendo-lhe o ensejo de aprender a raciocinar, a ler, escrever e a contar. Afastava-o, hora a hora, de influências perniciosas ou mortíferas de Espíritos infelizes que o arrebatariam, por certo, para o sorvedouro da morte. Soprando-lhe ao pensamento idéias iluminadas aos clarões do Infinito Bem, através de mil modos de socorro imperceptível, garantiu-lhe a saúde e o equilíbrio do corpo. Dava-lhe medicamentos invisíveis, por intermédio do ar e da água, da vestimenta e das plantas. Vezes sem conta, salvou-o do erro, do crime e dos males sem remédio que atormentam os pecadores. Ao amanhecer, o Pajem Celestial acorria, atento, preparando-lhe dia calmo e proveitoso, defendendo-lhe a respiração, a alimentação e os pensamentos, vigiando-lhe os passos, com amor, para melhor preservar-lhe os dons; ao anoitecer, postava-se-lhe à cabeceira, amparando-lhe o corpo contra o ataque de gênios infernais, aguardando-o, com maternal cuidado, para as doces instruções espirituais nos momentos de sono. No transcurso da vida, guiou-lhe os ideais, auxiliou-o a selecionar as emoções e a situar-se em trabalho digno e responsável; clareou-lhe o cérebro jovem, insuflou-lhe entusiasmo santo, rumo à vida superior, e estimulou-o a formar um reino de santificação e serviço, progresso e aperfeiçoamento, num lar... O homem, todavia, que nunca se lembrara de agradecer as bênçãos que o cercavam, fez-se orgulhoso e cruel, diante dos interesses alheios. Ele, que retinha tamanhas graças do Céu, jamais se animou a estendê-las na Terra e passou simplesmente a humilhar os outros com a glória de que fora revestido por seu devotado e invisível benfeitor. Quando experimentou o primeiro desgosto, que ele mesmo provocou menosprezando a lei do amor universal, que determina a fraternidade e o respeito aos semelhantes, gesticulou, revoltado, contra o Céu, acusando o Supremo Senhor de injusto e indiferente. Aflito, o Anjo Guardião procurava levantar-lhe o ideal de bondade, quando um Anjo Maior se aproximou dele e ordenou que o primeiro dissabor do tutelado endurecido por excesso de regalias se convertesse em aflição. Rolando, mentalmente, de aflição em aflição, o homem começou a recolher os valores da paciência, da humildade, do amor e da paz com todos, fazendo-se, então, precioso colaborador do Pai, na Criação. Finda a historieta, esperou Jesus que Raquel expusesse alguma dúvida, mas emudecendo a servidora, dominada pela meditação que os ensinamentos da noite lhe sugeriram, o culto da Boa Nova foi encerrado com ardente oração de júbilo indefinível. Os recursos da Criação sempre nos serão dados, mas necessário se torna que nos habilitemos a recebê-los. A intervenção do plano espiritual na vida do homem encarnado é contínua, mas a sintonia com que nos ligamos aos valores do amor é que diferencia a influência que estamos dispostos a receber. Aquele que teima em manter-se ligado, através do pensamento, das palavras e das obras, aos níveis vibratórios mais baixos, relacionados com os valores do instinto e das paixões materiais, recebe a cooperação daqueles que sintonizam com sua faixa vibratória, fechando os canais de recepção da Luz Divina. Pensamento negativo, influência negativa e consciência carregada pela dor e pelo sofrimento. Pensamento positivo, sintonia com o amor de Deus, disposição para o trabalho útil, influência positiva que reforça o espírito com a fé e com a esperança, tornando-o pleno de luz e de compreensão. Para estes a dor não será vista como sofrimento, mas como escola de aprendizado, de crescimento e de iluminação interior. Assim, caro companheiro de fé espírita, se hoje te sentes triste, movido pela dor da ingratidão ou da incompreensão; se hoje te sentes abandonado pela vida; pensa que junto de ti existem muitos amigos amorosos, que desejam ajudar-te a vencer tuas provas e transmitir-te ânimo e entusiasmo para a luta. Não esmoreças, pois. Crê na justiça de Deus, e aceita que todas as coisas estão certas em tua vida. Eleva teu pensamento e afasta de ti a amargura, a queixa, o azedume que faz com que te tornes brigado com a vida. Olha a tua volta e sente a presença de Deus em todas as coisas. Deixa que Sua misericórdia penetre em teu espírito enchendo-te de paz e equilíbrio. Coloca o sorriso em teus lábios e agradece a oportunidade da vida a lhe proporcionar as experiências que necessitas para tua iluminação interior. Não te lastimes, sê resignado e busca sair da inércia em que te encontras e agir no mundo em que vives. Busca ser útil a teu próximo e pede ao Pai a oportunidade de participar de sua obra de amor. Verás como a paz instalar-se-á em teu espírito, e sentirás a presença dos Espíritos fraternos guiando-te no caminho da luz. Abre teu canal de comunicação com as forças sublimes da natureza. Junto a ti existe um anjo que vela por tua sorte em todos os instantes e que deseja que compreendas os valores do bem e da verdade. Enxuga toda lágrima originada na dor e no sofrimento e deixa fluir as lágrimas do amor e do agradecimento ao Pai pela tua vida e pelas tuas experiências. Enfrenta as dores do mundo como lições de aprendizado que forjam, continuamente, tua luz e tua sabedoria. Ressuscita a caridade e verás a misericórdia de Deus a acompanhar-te em todos os momentos de tua vida.
Posted on: Mon, 23 Sep 2013 19:03:38 +0000

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