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A REALIDADE NO BRASIL É ESSA ,POBRE VIVE BEM MELHOR NOS DIAS ATUAIS E RICOS QUEBRAM . Celebridades de negócios construíram fortunas e naufragaram com trapalhadas Mestres em expandir rapidamente o patrimônio e ostentar o luxo, eles viram seus empreendimentos naufragarem em atrapalhadas nada glamourosas Correio Braziliense Publicação: 10/11/2013 11:25 Atualização: Há três décadas, o Brasil assiste impassível a uma série de ruínas de impérios empresariais e financeiros, criados e nutridos pela especial capacidade do seus líderes de fascinar o público. O sucesso desses conhecidos personagens e, por tabela, de suas empresas avança fácil no imaginário popular, graças às suas exibições de riqueza e influência. Os seus questionáveis negócios, por sua vez, prosperam com vigor graças a investidores de todos os portes na bolsa de valores, incluindo fundos de pensão de estatais, também atraídos pela exuberância irracional dos protagonistas e pela promessa de ganhos sem limites. Os desfechos dessas histórias são quase sempre as mesmas tragédias — com pesados prejuízos distribuídos a acionistas, fornecedores e administrações públicas. Apesar de não ser genuinamente brasileiro, foi no país que o fenômeno parece ter atingido o seu auge. Os episódios envolvem empresários de ramos diversos — como marcas varejistas, bancos, construtoras e até gigantescas plantações de soja e uma petroleira — e contaram com a reação tardia dos órgãos de regulação e controle de suas respectivas áreas e do mercado financeiro. O caso mais recente é também o mais emblemático. O colapso do Império X, do empresário Eike Batista, 57 anos, não afetou só milhares de acionistas, de pequenos poupadores aos maiores fundos de investimento do mundo. A meteórica ascensão e a desastrosa queda do homem mais rico do Brasil e o sétimo do mundo ajudou a arranhar a imagem externa do país e a derrubar as apostas em seu sucesso. A história remete a outros casos famosos, como os lances ousados de um executivo acostumado a comprar empresas em dificuldades e que levaram ao desaparecimento das marcas Mappin e Mesbla. Com grave crise financeira e vendas em baixa, as duas redes varejistas, do empresário Ricardo Mansur, 65, decretaram falência, em junho de 1999. No início dos anos 1980, Naji Nahas, 66, era dono da elegante casa noturna Regine’s, em São Paulo, frequentada pelos nomes de destaque do poder e das artes, incluindo os internacionais. Lá, seu amigo Omar Shariff, astro de Hollywood, dançou com a primeira dama Dulce Figueiredo. Os prósperos e pouco ortodoxos negócios do empresário foram expulsos da Bolsa de Valores de São Paulo (BM&FBovespa). Em 1989, ele foi acusado de quebrar a Bolsa do Rio. Há cinco anos, reapareceu no noticiário, ao ser preso na operação Satiagraha, da Polícia Federal, acusado de lavagem de dinheiro. Ouro de tolo Enquanto cresciam e apareciam, as investidas dos mestres desse “capitalismo de camarote” eram mascaradas pelo caráter de celebridade conferido e explorado por alguns dos nomes mostrados nessa reportagem. O ouro de tolo que vendiam ao mundo dos negócios se confundia com o luxo e a ousadia exibidos em colunas sociais, festas e eventos corporativos. “O capitalismo precisa, de tempos em tempos, de criar bolhas de prosperidade e os seus heróis do momento”, resume o consultor Renê Garcia Júnior, ex-diretor da Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Na sua avaliação, a desmontagem desses “alvos de rentabilização excessiva” se inicia tão logo acabam as condições gerais favoráveis ao exagero. Para quem sofre a desilusão de ter apostado alto em pessoas e companhias insustentáveis economicamente, resta a reflexão e a cobrança por mais rigor das autoridades. Para piorar, depois do colapso bilionário de cada um deles, muitos desses símbolos destronados ainda mantêm o caviar do cardápio, mesmo com os pés descalços. “A legislação do país é boa e dá instrumentos para proteger o investidor. O que falta é ter a informação correta”, observa o consultor e executivo Leonardo Brunet. Nos tempos de glória, os empresários derrubados pelo tempo desfilavam com amigos ilustres e poderosos, de artistas a políticos, e faziam questão de tornar público detalhes glamourosos da vida privada, como carros de grife e namoradas “modelo de capa”. Ao longo prazo, a explícita autoconfiança não conseguia, contudo, se repetir no desempenho dos seus empreendimentos. Mas o êxito que representavam contava com uma característica local: a sanha rentista. O brasileiro sonha com lucros repentinos, sem muito esforço e, de quebra, acompanhado de uma existência faustosa. Os bilionários da vez traduzem e incentivam o desejo pelo ganho fácil. “É por isso que a merecida desconfiança dá lugar ao encantamento”, explica o publicitário Dudu Godoy. Uma prova dessa cultura da doce vida de homem de negócios foi a estrondosa repercussão nas redes sociais da notícia sobre empresários paulistanos que torram “fortunas” nas baladas, representados pelo “rei do camarote” Alexander de Almeida. As voltas que a vida dá A inteligência social tem papel decisivo para o avanço dos projetos desses magnatas. A trajetória do empresário Mário Garnero, 76, por exemplo, foi construída a partir do relacionamento com personalidades, entre as quais o ex-chanceler norte-americano Henry Kissinger. Tornou-se diretor de grandes empresas até abrir o banco de investimentos Brasilinvest, liquidado em 1985. Deu a volta por cima e segue com uma ilustre rede de contatos, sobretudo dos Estados Unidos. As reviravoltas são mesmo uma marca desses símbolos. A mais expressiva deu, há quase meio século, o empresário Olacyr de Moraes, 82, que trocou uma construtora em São Paulo por uma agropecuária em Mato Grosso, aproveitando incentivos de governo. Duas décadas depois, foi coroado rei da soja, maior produtor mundial do grão. Seu perfil comedido, contudo, caiu por terra nos anos 1990. Divorciado, passou a desfilar com belas jovens em festas e eventos oficiais em Brasília. Sua queda, na virada do milênio, veio com a venda da endividada fazenda Itamarati , entregue a trabalhadores sem-terra. As derrocadas também deram o que falar no sistema financeiro brasileiro nas últimas décadas. Na edição de amanhã, o Correio mostrará a ascensão e a queda — ambas repentinas — de banqueiros ilustres do cenário nacional. A falência dos bancos Santos, Econômico, Nacional e de outros que viram os cofres esvaziarem tem como pano de fundo a história de grandes empresários cujo poder ruiu com investimentos de pessoas físicas e fundos de pensão. Muitos deles vivem tentando manter a pose, ao mesmo tempo em que respondem a infindáveis processos na Justiça e buscam, igualmente nos tribunais, recuperar parte do rombo em ações contra, principalmente, o Banco Central.
Posted on: Sun, 10 Nov 2013 19:38:51 +0000

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