A Sociologia escreve por linhas sobrepostas... É muito difícil - TopicsExpress



          

A Sociologia escreve por linhas sobrepostas... É muito difícil para as pessoas que fazem parte de uma organização social, compreender o valor real que uma expressão pública desse porte represente, do ponto de vista da síntese de uma visão crítica, porque de uma forma ou de outra, todos estamos comprometidos com níveis de tolerância no jogo de conveniências que um sistema social exige, sem poder fugir aos referenciais mais fortes com os quais nos identificamos, como forma de representação da visão de mundo. E o pior de tudo é que nosso entendimento acaba por procurar fórmulas naturais de simplificação sobre as coisas que nos cercam, porque é assim que funciona o complexo da cultura (Linguagem-Conceito-Pensamento), e acabamos por ancorar o entendimento e nossas manifestações, em fórmulas reducionistas, que menos terão consistência isolada, quanto mais amplitude filosófica pretenderem. Essa fobia desse grande exemplo de Homem que foi Leonel Brizola, em sintetizar na Globo o arquétipo da organização que interfere na condução do comportamento social de nossa sociedade, através de artifícios simbólicos, lúdicos, propagandísticos e de caráter ideológico, justamente por ser absolutamente correto, pioneiro e da ordem epistemológica e semiológica profunda, acaba por engrossar uma tendência, com o progressivo senso-comum em escala, a que "fixemos" o sentido de todo o "mal", numa perspectiva de crença religiosa e não científica, nos afastando da compreensão de que esse mecanismo "deformador" que a Globo acaba por bem representar na relação social de poder, é apenas uma pequena fração daquilo que o capital empresarial pode produzir na ordem da dominação do corpo social pelos centros irradiadores da saúde do poder, ampliada por seu caráter objetivo de "representação social", que é aquilo que todos nós buscamos no universo da comunicação, a partir do Século XX exponenciada pela tecnologia. Mas essa fórmula complexa, que faz com que cada um de nós, sem o brilhantismo do Brizola, perceba, gradativa e tardiamente, esse poder de irradiação da dominação da Globo, é a mesma que nos distancia das origens do problema, cuja principal raiz está no fato ainda não digerido, de que essa mania de "rotular" o Bem e o Mal, sempre esteve sob o poder dominador da "mídia" de seu tempo, provavelmente localizada entre os Séculos VI a III a.C., quando o processo de Conhecimento Científico, numa quase imapeável convulsão de tropeços, modela a busca da compreensão do universo, não na trilha matemática e astronômica de Pitágoras de Samos, seguida em resistência sofrida e perseguida, por gênios como Filolao, Heraclides e Aristarco, e que se desvia para sistemas filosóficos com pretensão de explicar aquilo que não é possível explicar. É aí que nasce a maior de todas as energias conceitualizadoras, da qual a Globo é apenas um pequeno reflexo, pela serialização midiática de um pseudo saber que pacificaria todos nossos medos, mas cujo custo seria o de uma eterna dependência à regência organizada do "Poder" sobre a ordem social. O resultado dramático dessa tensão entre o fato e a representação, que depende de um complexo, interativo e quase insaciável sistema de informação e reconceitualização, esbarra numa outra contingência, não menos séria, que é essa incompreendida necessidade que todos nós temos, embora não reconheçamos cientificamente, de balançar nossos "rabinhos" com frequência reguladora, em oposição à massacrante atividade racionalizadora a que nos obrigamos, também por natureza. Ave Brizola!
Posted on: Thu, 10 Oct 2013 11:54:21 +0000

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