A amarga verdade sobre o açúcar (Dra. Karen - TopicsExpress



          

A amarga verdade sobre o açúcar (Dra. Karen Câmara) sugardanger Volto hoje a falar sobre o açúcar. Ah, esse nosso querido e doce açúcar. Não pensem vocês que eu não consumo açúcar. Consumo sim e amo de paixão. Adoro doces, sobremesas, sorvetes. O açúcar é um dos meus maiores e mais arraigados vícios. A duras penas, já consegui ficar alguns períodos da minha vida sem consumir açúcar. Sempre com muito sacrifício. Na minha época de faculdade – lá se vão mais de trinta anos – líamos o livro Sugar Blues (Sugar Blues: o Gosto Amargo do Açúcar, autor: William Dufty, editora: Ground) e comentávamos sobre os malefícios do açúcar. Lembro-me que um colega de classe me emprestou o livro e disse que havia feito uma constatação interessante. Abandonou o consumo de açúcar e verificou que, a partir de então, passou a não ter dificuldade em se manter acordado até tarde para estudar para as provas. Antes, recorria a grandes quantidades de café, adoçado com açúcar, e Coca-Cola, que também continha açúcar. Naquele tempo não existia Coca diet, só havia a original mesmo. O livro Sugar Blues expõe algumas verdades sobre o açúcar. Em geral, quem lê Sugar Blues fica tão estarrecido que deixa de consumir açúcar por algum tempo. Lembro-me também de, logo depois de formada, ter começado a me aventurar em áreas do conhecimento oriental como Do-In, Shiatsu e Acupuntura. Em um curso de Do-In do Juracy Cançado, ele disse “O açúcar é uma droga erroneamente classificada como alimento”. Achei a frase muito inteligente e imaginei um diálogo fictício entre duas pessoas. Esse diálogo é presenciado por uma terceira pessoa, que desconhece o assunto. “É um pó, é branco. São pequenos cristais.” “Além disso, é fácil de se obter, é muito gostoso e dá barato”. “O problema é que o barato passa logo e o consumidor passa a querer mais e mais. Portanto, esse pó vicia.” “E esse vício faz com que a pessoa se alimente de forma cada vez menos saudável, além de trazer outras consequências nefastas para o organismo. Existem crianças que já estão viciadas.” A terceira pessoa, então, cheia de curiosidade, pergunta: “Sobre que droga vocês estão falando? Cocaína, heroína, crack?” “Não”, responde um deles, “Estamos falando sobre o açúcar!” Vemos então que a frase do Juracy Cançado faz muito sentido. A revista Nature, uma renomada publicação científica, trouxe um estudo sobre o açúcar intitulado A verdade tóxica sobre o açúcar (The toxic truth about sugar, publicado em 01/02/2012). Eis um resumo do artigo: O consumo mundial de açúcar triplicou nos últimos 50 anos. Existe uma relação entre o consumo de açúcar e as doenças que constituem a síndrome metabólica: hipertensão arterial, diabetes ou resistência à insulina, taxas elevadas de triglicérides, gordura aumentada no fígado (esteatose hepática) e obesidade. Essas são doenças crônicas que diminuem a qualidade e a expectativa de vida, além de consumirem a maior parte dos recursos públicos destinados à saúde. O açúcar pode levar à dependência. De forma semelhante ao tabaco e ao álcool, o açúcar age no cérebro humano de modo a estimular um consumo cada vez maior. O açúcar interfere com os hormônios grelina e leptina que regulam a fome e a saciedade. Interfere também com a dopamina, um neurotransmissor que atua no centro de gratificação do cérebro. Por outro lado, o açúcar é barato, é gostoso e vende bem. Portanto está presente, em grandes quantidades, em alimentos e bebidas industrializadas e a indústria alimentícia tem pouco incentivo para mudar esse quadro. A venda e distribuição do açúcar poderiam ser regulamentadas como a do tabaco e do álcool, outras duas drogas lícitas. Isso pode ser feito através de impostos sobre o produto, estabelecimento de idade mínima para compra e regulamentação de locais de venda.
Posted on: Tue, 03 Sep 2013 02:41:53 +0000

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