A extrema arrogância do Império: a espionagem universal FREI - TopicsExpress



          

A extrema arrogância do Império: a espionagem universal FREI LEONARDO BOFF 18/08/2013 A revelação da espionagem universal por parte dos órgãos de informação e controle do governo norte americano nos levam a refletir sobre um tema cultural de graves consequências: a arrogância. Os fatos mostram a que nível chegou, sendo somente superada pela arrogância pessoal de Hitler e do nazismo. A arrogância é um tema central da reflexão grega de onde viemos. O imperativo da Grécia antiga era nada de excesso: amamos o belo, mas com frugalidade; usamos a riqueza para empreendimentos ativos, mas sem ostentações; a pobreza não é vergonhosa, mas é vergonhoso não fazer o possível para superá-la. Em tudo buscavam a justa medida e autocontenção. A ética oriental budista já pregava a imposição de limites ao desejo. O Tao Te King sentenciava: não há desgraça maior do que não saber se contentar. A arrogância é o vício maior do poder, seja pessoal, de um grupo, ou ideologia de um Império. Hoje essa arrogância ilimitada de um poder imperial que controla todas as pessoas, violando os direitos de soberania de um país e o direito inalienável à privacidade pessoal, é um sinal de fraqueza e de medo, pois o Império não consegue mais convencer com argumentos e atrair por seus ideais. Então precisa usar a violência direta, a mentira, o desrespeito aos direitos consagrados internacionalmente. As desculpas pífias e nada convincentes do Secretário de Estado norte americano quando visitou há dias o Brasil, são os sinais inequívocos da decadência irrefreável dos Impérios. Nada do que se funda sobre a injustiça, a mentira, e a violação de direitos se sustenta. Chega o dia da verdade e de sua ruína. Todo este excesso reside no sonho do crescimento ilimitado pela exploração desapiedada dos bens e serviços naturais. O Ocidente criou e exportou para todo mundo este tipo de crescimento, medido pela quantidade de bens materiais (PIB). Ele rompe com a lógica da natureza que sempre se autorregula mantendo a interdependência de todos. O ser humano conhece seus limites físicos e psíquicos. Mas esse projeto fez com que o ser humano impusesse à natureza a sua regulação arrogante que não quer reconhecer limites e assim consome até adoecer. Esta ultrapassagem de todos os limites é agravada pela ausência da razão sensível e cordial. A aceitação dos limites nos torna humildes e conectados a todos os seres. O Império norte americano, por uma lógica própria da arrogância dominadora, se distancia de todos, cria desconfianças, mas jamais amizade e admiração. Para serem admirados os EUA não precisariam mais do que seu próprio território e seu próprio povo. Não precisariam desconfiar de todos e bisbilhotar a vida de todo mundo.
Posted on: Mon, 19 Aug 2013 21:11:21 +0000

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