A falta de oposição causa mais estrago que a seca. Fábio - TopicsExpress



          

A falta de oposição causa mais estrago que a seca. Fábio Campos Diante da seca, o silêncio que estoura os tímpanos. Diante da violência, os surdos e mudos que fazem de conta que o escândalo não lhes diz respeito. É assim na Assembleia Legislativa. Não há oposição com o tamanho que a democracia pede. Está assim no Ceará, em Fortaleza, em todas as capitais e em todos os estados. A mesmíssima situação se reproduz no âmbito do Governo Federal. Muito poucos não apoiam o presidente. Quase todos apoiam o governador. Quase todos apoiam o prefeito. Sejam eles quem forem. Para que oposição? Sim, a maioria parlamentar é necessária a um Governo. Mas, hoje, as oposições costumam se resumir a 20% das bancadas. No nosso caso, uns 10% na Assembleia e uns 15% na Câmara de Fortaleza. Um massacre que põe em risco a própria ideia de democracia. O ato de se opor é fundamental para a política. O ato de opor não deixa que o gestor público se deleite na zona de conforto e se embrenhe na teia palaciana sempre tão disponível para elogiar e criar bolhas em torno do chefe. Uma boa oposição serve de antídoto contra a mania de cometer bobagens. Uma mania tão comuns aos gestores. Um gestor ensimesmado tem na oposição um obstáculo contra seu orgulho. A oposição é a melhor aliada do gestor honesto que é enganado pelo auxiliar corrupto. Desconfiemos de quem não tolera oposição. Desconfiemos de quem usa o poder da caneta para cooptar opositores e eliminar o pensamento crítico. A falta da oposição causa mais estragos que uma seca. Sem opositores, prevalece a pasmaceira e o silêncio medroso. No fim das contas, a inoperância e a falta de respostas se estabelecem. E quem mais perde? Ora, quem mais perde são os de sempre, os mais pobres, os sem ongs, os sem voz, os sem partido. A imensa maioria. LUCRO CRESCENTE O secretário Francisco Bezerra (Segurança) gerou perplexidade quando responsabilizou a ex-prefeita Luizianne Lins (PT) pelos escandalosos índices de criminalidade de Fortaleza. Porém, na mesma entrevista, Bezerra causou constrangimentos políticos entre aliados do governador Cid Gomes ao apontar que muitos ganham com o clima de insegurança reinante na Capital, numa referência às empresas que prestam serviços nesse setor. Uma das maiores e mais conhecidas empresas que atuam nesse delicado ramo pertence ao senador Eunício Oliveira e ao vice-prefeito Gaudêncio Lucena. Calados estavam, calados ficaram. BANCADA DA BALA Quem também lucra com a insegurança são as emissoras de rádio e televisão com seus programas que exploram a violência e a tragédia dos familiares de vítimas. Todos os dias, em horário nobre, as telas das TVs são invadidas por corpos perfurados de bala, estendidos no chão, com sangue escorrendo no asfalto. A audiência principal vem das camadas populares, justamente as mais potenciais vítimas da violência que assola Fortaleza. Parte dos apresentadores desses programas entra na política e se elege para o parlamento. Todos são governistas de carteirinha e, claro, não fazem críticas à política de segurança. POLÊMICAS Ao responsabilizar a gestão de Luizianne Lins pela insegurança pública de Fortaleza, o secretário Francisco Bezerra acabou jogando uma batata em brasa no colo do prefeito Roberto Cláudio. O raciocínio é simples: se a responsabilidade foi de Luizianne por, segundo ele, não ter feito políticas públicas para os adolescentes pobres, agora é do atual gestor da Capital. Um ponto na famosa entrevista do secretário precisa ser encarado sem medo de patrulhamento: a maioridade penal deveria ser rebaixada para crimes contra vida. Um assassino de 17 anos não pode, aos 18, estar novamente nas ruas. Chega a ser indecente. OS DONOS DOS PORTOS Vejam só a situação de isolamento do PSB cearense em relação à cúpula nacional do artido. A chamada Medida Provisória dos Portos é defendida por Leônidas Cristino, ministro do setor. No entanto, o inimigo público número um da proposta é o presidente nacional do PSB, o governador Eduardo Campos, que quer manter o porto de Suape sob gestão estadual. A MP praticamente federaliza esses portos. Sabe-se que o Porto do Pecém é gerido pelo Governo do Ceará, através da Ceará Portos. Com a MP, o negócio passaria para o âmbito federal. Fica a questão: Cid Gomes concorda com Leônidas ou com Campos? DIA DO FICO Como todos sabem, o governador do Ceará quer apoiar a reeleição de Dilma Rousseff. Na hipótese de Eduardo Campos levar adiante a sua candidatura a presidente da República, como ficará a situação de Cid Gomes? Na mente do presidente da Assembleia, Zezinho Albuquerque, um dos políticos mais próximos dos irmãos Ferreira Gomes, a resposta está na seguinte declaração do governador: “Não sou quinta coluna”. Na tradução de Zezinho, significa que Cid permanecerá no PSB e, mesmo contra a vontade, apoiará Campos caso essa candidatura presidencial se concretize. LABIRINTO É comum a avaliação de que Cid e seu grupo poderiam trocar de partido caso o PSB tenha candidato próprio a presidente em 2014. Problema: o mercado político sabe que não há bons partidos disponíveis para receber o grupo. Outro problema: a lei consagra que os mandatos parlamentares pertencem aos partidos. Ou seja, quem herdar o PSB (Sérgio Novais?), em caso de debandada dos cidistas, poderia pedir os mandatos de volta. Com tantos obstáculos, dificilmente a operação de mudança partidária seria posta em prática. "O ato de se opor é fundamental para a política. O ato de opor não deixa que o gestor público se deleite na zona de conforto" "Um gestor ensimesmado tem na oposição um obstáculo contra seu orgulho. A oposição é a melhor aliada do gestor honesto que é enganado pelo auxiliar corrupto" "Sem opositores, prevalece a pasmaceira e o silêncio medroso. No fim das contas, a inoperância e a falta de respostas se estabelecem" Fonte: Jornal O Povo.
Posted on: Tue, 30 Jul 2013 19:35:16 +0000

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