A gênese da vida humana na Terra é uma complexa história - TopicsExpress



          

A gênese da vida humana na Terra é uma complexa história evolutiva devido ao excepcional desenvolvimento mental que nossa espécie alcançou, possibilitando a povoação gradual de todos os continentes, a partir da África, há cerca de 200 mil anos. Stringler e Gambler (1993) propuseram quatro graus na evolução dos Hominidae até o Homo sapiens sapiens, iniciando com os Australopitecinos há 4 milhões de anos, que adotaram uma posição ereta mas cujo crânio era reduzido a cerca de 1/3 do tamanho do crânio do homem atual. Os primeiros Homo habilis são reconhecidos cerca de 2 milhões de anos atrás como primitivos do gênero Homo, que inclui o Homo erectus da Ásia há pouco mais de 1 milhão de anos, que derivou do primitivo H. erectus da África há 2 milhões de anos. No estágio de Homo erectus, o cérebro dobrou de tamanho, mas não está claro quais as forças seletivas que levaram nosso cérebro a aumentar de tamanho nessa época. A maior parte dos utensílios permaneceu sem melhorias por milhões de anos; inovações maiores só ocorreram há 40 mil anos. Esse aumento da capacidade craniana em quase três vezes não parece ser devido somente ao aumento das habilidades técnicas: devemos acrescentar-lhe o aumento da complexidade da linguagem e do tamanho das tribos, ou grupos sociais segundo Dumbar (1992). Esse aumento de tamanho das tribos exigiu aumento das interações sociais e, conseqüentemente, da linguagem. Cerca de meio milhão de anos atrás, o Homo erectus estava vivendo nas regiões temperadas e tropicais da Europa, fato que suscitou uma disputa entre os que acreditavam que o H. sapiens se teria originado localmente nas diversas regiões e os que acreditavam na origem única, na África, subseqüentemente se expandindo pelo mundo, substituindo as populações locais do H. erectus. Essa última hipótese foi reforçada pela análise de DNA mitocondrial (mitDNA) por Cann et al. (1987). Sendo o mitDNA transmitido somente pela linha materna, seu grau de variação pode ser determinado. Cann e os demais autores estimaram que a mulher ancestral comum viveu há uns 200 mil anos atrás na África em uma pequena tribo. Essa conclusão é coerente com os dados sobre fósseis e arqueológicos. Há cerca de 40 mil anos, as populações da Europa e de outras regiões produziram grande variedade de artefatos, começaram a enterrar seus mortos, a pintar as paredes de suas cavernas e a negociar seus produtos, desenvolvimento esse que foi acompanhado pelo aprimoramento da linguagem.
Posted on: Wed, 02 Oct 2013 20:52:34 +0000

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