A história da União Europeia – artigo II Os primeiros 10 - TopicsExpress



          

A história da União Europeia – artigo II Os primeiros 10 anos do MCE foram muito prósperos, como vimos anteriormente, com 60 % de crescimento (1957-1966), tais resultados chamaram a atenção de vários países europeus, inclusive do próprio Reino Unido, que solenemente, recusou-se a participar, alegando, inclusive, cinismo, por parte dos membros, para isso criou uma organização paralela a Associação Europeia de Livre Comércio (AELC ou EFTA), presumivelmente, mais liberal, mais capitalista, formada pelo Reino Unido, Finlândia, Suécia, Suíça, Islândia, Áustria, Dinamarca e Liechtenstein. Os interesses ingleses, no entanto, não criaram raízes e começa um longo processo de negociação e aceitação do país como futuro membro do MCE, o que ocorre em 1973, depois de muita resistência da França, sobretudo de Charles de Gaulle (1890-1970). No ano de 1973, aderem ao MCE, Reino Unido, Irlanda e Dinamarca, e o antigo apelido de “Europa dos 6” é substituído por “Europa dos 9”, na verdade um décimo país foi aceito como membro, mas sua população recusou a participação em plebiscito. A Noruega esteve perto da organização em duas oportunidades, mas nas duas a população não quis saber de tornar-se, ainda, mais capitalista. Esse país nórdico, hoje com uma das maiores qualidades de vida do planeta, e com a maior renda per capita, US$ 97.000, quase dez vezes a brasileira, não vê sentido em um crescimento acelerado, sem lastro, como ocorreu com a Islândia, recentemente, possui, apenas, 14 áreas industriais, preserva o meio ambiente, tem pleno emprego, um dos países menos corruptos do planeta, e com renda bem distribuída, suas grandes fontes de recursos são o ferro da Lapônia, o bacalhau e o arenque do Mar do Norte e, claro, o petróleo, do mesmo, Mar do Norte e, do Mar da Noruega. 1973 foi um ano de crise para o capitalismo, a Guerra do Yom Kippur (Dia do Perdão), entre Israel e os vizinhos, teve interferência norte-americana e a OPEP (Organização dos Países Produtores de Petróleo) reagiu, como consequência o barril de petróleo (159 litros) saltou de US$ 1,80 para US$ 11,20. As consequências foram as mais nefastas possíveis, por exemplo, o Brasil, dependente do capital externo, verá sua dívida externa disparar, passando os próximos dez anos (1973-1982) a remendar sua política econômica, mas os remendos não resolvem os problemas e mergulhamos na ‘década perdida’ (1982-1991). 1973, no entanto, assinala para um Mercado Europeu, mais democrático, mais humanizado, pois ao incluir a Irlanda, como seu membro, aponta para esse caminho, já que a época tratava-se de um país muito carente – subdesenvolvido em padrões europeus – se comparado aos seus pares, isso ocorre entre tantos fatores pelo mercado consumidor, em potencial, e pela produção de matérias-primas, sobretudo, agropecuárias, recursos que o bloco era bastante dependente de mercados mais distantes, dessa forma aponta para uma Europa mais fechada, mais autônoma e mais autossuficiente, tentando voltar a ser protagonista no tabuleiro internacional. Nos anos seguintes essa política será ampliada com a adesão da Grécia, em 1981, e de Portugal e Espanha em 1986, quando o bloco passa a ser conhecido como “Europa dos 12”, é nesse momento, com o mundo próximo do fim da Guerra Fria, que a região dará o passo seguinte, através do Acordo de Schengen, ao adotar a bandeira europeia e assinar o Ato Único Europeu, o que originará a União Europeia, porém comentaremos essas transformações com mais vagar no artigo seguinte. Até lá.
Posted on: Mon, 23 Sep 2013 04:44:04 +0000

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