A preservação e a tradução da Bíblia Este capítulo - TopicsExpress



          

A preservação e a tradução da Bíblia Este capítulo abrange os seguintes pontos: línguas originais da Bíblia; os manuscritos mais importantes; as primeiras e principais versões e traduções; certas particularidades do texto bíblico. Em todos esses fatos podemos ver a mão poderosa de Deus agindo para que este Livro chegasse às nossas mãos, para nossa felicidade eterna. I. AS LÍNGUAS ORIGINAIS DA BÍBLIA O hebraico e o aramaico para o Antigo Testamento, e o grego para o Novo Testamento, são as línguas originais da Bíblia. a. O hebraico. Todo o Antigo Testamento foi escrito em hebraico, o idioma oficial da nação israelita, exceto algumas passagens de Esdras, Jeremias e Daniel, que foram escritas em aramaico. A mais extensa é em Daniel, que vai de 2.4 a 7.28. O hebraico faz parte das línguas semíticas, que eram faladas na Ásia (mediterrânea), exceto em bem poucas regiões. As línguas semíticas formavam um ramo dividido em grupos, sendo o hebraico integrante do grupo cananeu. Este compreendia o litoral oriental do Mediterrâneo, incluindo a Síria, a Palestina e o território que constitui hoje a Jordânia. Integrava também o grupo cananeu de línguas, o ugarítico, o fenício e o moabítico. O fenício tem muita semelhança com o hebraico. 0 primitivo alfabeto hebraico é oriundo do fenício, segundo a opinião dos versados na matéria. Tudo leva a crer que Abraão encontrou este idioma em Canaã, ao chegar ali, em vez de trazê-lo da Caldéia. Em Gênesis 31.47, vê-se que Labão, o sobrinho de Abraão, vivendo em sua terra, a Caldéia, falava aramaico; ao passo que Jacó, recém-chegado de Canaã, falava o hebraico. A língua hebraica é chamada no AT Língua de Canaã (Is 19.18) e língua judaica ou judaico (2 Rs 18.26,28; Is 36.13). Como a maior parte das línguas do ramo semítico, o hebraico lê-se da direita para a esquerda. O alfabeto compõe-se de 22 letras, todas consoantes. Há sinais vocálicos, sim, mas não podemos chamá-los de letras. Sabe-se agora que a forma primitiva dos caracteres hebraicos estava em uso na Palestina 1.800 anos antes de Cristo. Exemplos mais recentes das letras hebraicas há no Calendário de Gézer (950-920 a.C), na Pedra Moabita (850 a.C); na inscrição de Siloé (702 a.C); nas moedas do tempo dos irmãos Macabeus (175-100 a.C), e nalguns fragmentos dos escritos achados junto ao mar Morto, a partir de 1947. Esta forma primitiva do hebraico passou por modificações com o correr do tempo. Após o exílio, teve início a chamada escrita quadrada, que, por fim, foi pelos massoretas convertida na atual forma do alfabeto hebraico - uma forma quadrada modificada. A escrita hebraica dos tempos antigos só empregava consoantes sem qualquer sinal de vocalização. Os sons vocálicos eram supridos pelo leitor durante a leitura, o que dava origem a constantes enganos, uma vez que havia palavras com as mesmas consoantes, mas com acepções diferentes. Quer dizer, a pronúncia exata dependia da habilidade do leitor, levando em conta o contexto e a tradição. É por causa disso que se perdeu a pronúncia de muitas palavras bíblicas. Após o século VI, os eruditos judeus residentes em Tiberíades, passaram a colocar na escrita sinais vocálicos, perpetuando, assim, a pronúncia tradicional. Esses sinais são pontos colocados em cima, em baixo e dentro das consoantes. Os autores desse sistema de vocalização chamavam-se massoretas - palavra derivada de massorah, que quer dizer tradição, isto porque os massoretas, por meio desse sistema, fixaram a pronúncia tradicional do hebraico. Qualquer texto bíblico posterior ao século VI é chamado massorético, porque contém sinais vocálicos. Os mais famosos eruditos massoretas foram os judeus Moses ben Asher; e seus filhos Arão e Naftali, que viveram e trabalharam em Tiberíades, na Galiléia. Além do texto massorético, há outro texto hebraico das Escrituras, o do Pentateuco Samaritano, que emprega, os antigos caracteres hebraicos. É do tempo pré-cristão. São, portanto, dois tipos de textos que temos em hebraico: o Massorético e o Pentateuco Samaritano. b. O Aramaico é um idioma semítico falado desde 2.000 a.C, em Arã ou Síria, que é a mesma região. {Arã é hebreu; Síria é grego.) Nas Escrituras, o território da Síria não é o mesmo de hoje, o que acontece também com outras terras bíblicas. O primitivo território estendia-se das montanhas do Líbano até além do Eufrates, incluindo Babilônia, Mesopotâmia Superior (conhecida na Bíblia por Arã-Naaraim; e Padã-Arã - Gn 25.20), e outros distritos. Era ainda falado numa grande área da Arábia Pétrea. Os trechos escritos em aramaico são: o Esdras 4.8 a 6.18; 7.12-26. o Daniel 2.4 a 7.28. o Jeremias 10.11. A influência do aramaico foi profunda sobre o hebraico, começando no cativeiro do reino de Israel, em 722 a.C. na Assíria, e continuando através do cativeiro do reino de Judá, em 587, em Babilônia. Em 536, quando Israel começou a regressar do exílio, falava o aramaico como língua vernácula. É por essa razão que, no tempo de Esdras, as Escrituras, ao serem lidas em hebraico, em público, era preciso interpretá-las, para compreenderem o seu significado (Ne 8.5,8). No tempo de Cristo, o aramaico tornara-se a língua popular dos judeus e nações vizinhas; estas foram influenciadas pelo aramaico devido às transações comerciais dos arameus na Ásia Menor e litoral do Mediterrâneo. Em 1.000 a.C, o aramaico já era língua internacional do comércio nas regiões situadas ao longo das rotas comerciais do Oriente. O aramaico é também chamado siríaco, no Norte (2 Rs 18.26; Ed 4.7; Dn 2.4 ARC), e também caldaico, no Sul (Dn 1.4). Tinha o mesmo alfabeto que o hebraico, diferia nos sons e na estrutura de certas partes gramaticais. Do mesmo modo que o hebraico, não tinha vogais; a partir de 800 d.C, é que os sinais vocálicos lhe foram introduzidos. É muito parecido com o hebraico. O aramaico foi a língua do Senhor Jesus, seus discípulos e da igreja primitiva, em Jerusalém. Em Mateus 5.18, quando Jesus diz que a menor letra é o jota (aramaico iode), ele tinha em mente o alfabeto aramaico, pois somente neste é que se verifica isto. (A letra iode originou o nosso i). Nos dias de Jesus, o aramaico já se modificara um pouco na Palestina, resultando no aramaico palestinense, como o chamam os eruditos. Também em Marcos 14.36, o uso da palavra aramaica abba, por Jesus, é outra evidência de que Ele falava aquela língua. Que Ele também falava o hebraico é evidente em Lucas 4.16-20, uma vez que os rolos sagrados eram escritos em hebraico.. O hebraico foi de fato absorvido pelo aramaico, mas continuou sendo a língua oficial do culto divino no templo e nas sinagogas, dos rolos sagrados, e dos rabinos e eruditos. Havia escolas de rabinos, inicialmente em Jerusalém, e, depois da queda da cidade, em Tiberíades. Havia escolas semelhantes noutros centros judaicos. As conquistas árabes e a propagação do islamismo em largas áreas da Ásia, África e Europa, reduziu e por fim destruiu a influência do aramaico. Por sua vez, o hebraico, sendo língua morta, começou a ressurgir. Para que se cumprissem as profecias referentes a Israel, era necessário que a língua revivesse e assumisse a posição que hoje desfruta na família das nações modernas. O aramaico ainda sobrevive numa remota e pequena vila da Síria, chamada Malloula, com a população de 4.000 habitantes. Devido aos hebreus terem adotado o aramaico como uma língua, este passou a chamar-se hebraico, conforme se vê em Lucas 23.38; João 5.2; 19.13,17,20; Atos 21.40;26.14; 72 Apocalipse 9.11. Portanto, quando o NT menciona o hebraico, trata-se, na realidade, do aramaico. Marcos, escrevendo para os romanos, põe em aramaico 5.41 e 15.34 do seu livro; já Mateus, que escreveu para os judeus, escreve a mesma passagem em hebraico (Mt 27.46). O AT contém, além do hebraico e aramaico, algumas palavras persas, como tirsata (Ed 2.63 FIG) e sátrapa (Dn 3.2). c. O Grego. Esta é a língua em que foi originalmente escrito o Novo Testamento. A única dúvida paira sobre o livro de Mateus, que muitos eruditos afirmam ter sido escrito em aramaico. O grego faz parte do grupo das línguas arianas. Vem da fusão dos dialetos dórico e ático. Os dóricos e os áticos foram duas das principais tribos que povoaram a Grécia. É língua de expressão muito precisa, e, das línguas bíblicas, é a que mais se conhece, devido a ser mais próxima da nossa. O grego do Novo Testamento não é o grego clássico dos filósofos, mas o dialeto popular do homem da rua, dos comerciantes, dos estudantes, que todos podiam entender: era o Koiné. Este dialeto formou-se a partir das conquistas de Alexandre, em 336 a.C. Nesse ano, Alexandre subiu ao trono e, no curto espaço de 13 anos, alterou o curso da história do mundo. A Grécia tornou-se um império mundial, e toda a terra conhecida recebeu influência da língua grega. Deus preparou, deste modo, um veículo lingüístico para disseminar as novas do Evangelho até os confins do mundo, no tempo oportuno. Até no Egito o grego se impôs, pois aí foi a Bíblia traduzida do hebraico para o grego a chamada Septuaginta, cerca de 285 a.C. Nos dias de Jesus, os judeus entendiam quase tão bem o grego como o aramaico, haja vista que a Septuaginta em grego era popular entre os judeus. Nos primórdios do cristianismo, o Evangelho pregado ou escrito em grego podia ser compreendido pelo mundo todo. Só Deus podia fazer isso! Ele não enviaria o seu Filho ao mundo enquanto este não estivesse preparado, e esse preparo incluía uma língua conhecida por todos. (Ver Marcos 1.15 e Gálatas 4.4.) A língua grega tem 24 letras; a primeira é alfa e a última ômega. Quando, em Apocalipse 1.8, Jesus diz que é o Alfa e o ômega, está afirmando que é o primeiro e o último. Os gregos receberam seu alfabeto através dos fenícios, conforme mostram estudos a respeito.Ninguém vá supor que por não conhecer essas línguas originais das Escrituras, não compreenderá a revelação divina. Sim, o conhecimento e a compreensão dos originais auxiliará muito, mas não é o essencial. Na Bíblia, como já dissemos, vêem-se duas coisas principais: o texto e a mensagem. O principal é a mensagem contida no texto. É especialmente a mensagem que o Espírito Santo vitaliza, revela e maneja como sua espada (Ef 6.17). II. OS MANUSCRITOS DA BÍBLIA A história da Bíblia e como chegou até nós, é encontrada em seus manuscritos. Manuscritos são rolos ou livros da antiga literatura, escritos à mão. O texto da Bíblia foi preservado e transmitido mediante os seus manuscritos. Nos tratados sobre a Bíblia, a palavra manuscritos é sempre indicada pela abreviatura MS, no plural MSS ou MSs. Há, em nossos dias, cerca de 4.000 MSS da Bíblia, preparados entre os séculos II e XV. a. Material gráfico dos MSS bíblicos. Há dois materiais principais: papiro e pergaminho. (Consulte o Cap. II da presente matéria.) O linho era usado também, mas não tanto como os dois citados. O centro da indústria de papiro era o Egito, onde teve início o seu emprego, cerca de 3.000 a.C. O papiro é um tipo de junco de grandes proporções. Tem caule tríquetro de 3 a 5 metros de altura, com 5 a 7 centímetros de diâmetro, tendo sua fronde em forma de guarda-chuva. As dimensões da folha de papiro preparada para a escrita eram normalmente 30 cm a 3 m de comprimento por 30 cm de largura. Essas folhas eram formadas por tiras cortadas da planta, sobrepostas cruzadas, coladas, prensadas e depois polidas. Eram escritas de um lado, apenas. Tinham cor amarelada. À folha do papiro assim preparada, os gregos chamavam biblos. Pergaminho é a pele de animais curtida e preparada para a escrita; seu uso generalizado vem dos primórdios do cristianismo, mas já era conhecido em tempos remotos, pois já é mencionado em Isaías 34.4. O pergaminho preparado de modo especial chamava se velo. Este tornou-se comum a partir do século IV. É mais durável. Foi muito usado nos códices. Tudo indica que o vocábulo pergaminho derivou seu nome da cidade de Pérgamo, capital de um riquíssimo reino que ocupou grande parte da Ásia Menor, sendo Eumenes II (197-159 d.C), seu maior rei. Esse rei projetou formar para si uma biblioteca maior que a de Alexandria, Egito. O rei do Egito, por inveja, proibiu a exportação do papiro, obrigando Eumenes a recorrer a outro material gráfico. Tal fato motivou o surgimento de um novo método de preparar peles, muito aperfeiçoado, que resultou no pergaminho. Vindo o domínio romano, Pérgamo veio a ser a primeira capital da província da Ásia, situada ao oeste da Ásia Menor; sua segunda capital foi Éfeso. O Novo Testamento menciona esse material gráfico em 2 Timóteo 4.13 e Apocalipse 6.14. Outros materiais foram usados para a escrita nos tempos antigos, mas de menor importância, como: • Linho. Tem sido encontrado nas descobertas arqueológicas. • Ostraco, fragmento de cerâmica. É mencionado em Jó 38.14; Ezequiel 4.1. Foi muito usado em Babilônia. • Madeira. • Pedra (Êx 24.12; Js 8.30-32). • Tábuas recobertas de cera (Is 8.1; Lc 1.63). Um exemplo do emprego desses materiais é o livro escrito em pedra, conhecido como Código Hamurabi. Trata-se de um rei de Babilônia coevo de Abraão. É identificado pelos cientistas como o Anrafel de Gênesis 14.1. É um código de leis descoberto em Susa, em 1902, lindamente trabalhado em pedra, com 2 m de altura. Esse livro é testemunha de que aquele tempo o homem atingira uma capacidade literária notável. O código trata do culto nos templos (pagãos, é claro), administração da justiça e leis em geral. Vimos esse código no Museu do Louvre, Paris. A tinta usada pelos escribas era uma mistura de carvão em pó com uma substância líquida semelhante a goma arábica. (Ver Jeremias 36.18; Ezequiel 9.2; 2 Coríntios 3.3; 2 João 12; 3 João 13.) 0 carvão é um elemento que se conserva admiravelmente através dos séculos, não sendo afetado por substâncias químicas. Para a escrita em papiro ou pergaminho, usavam penas de aves, pincéis finos e um tipo de caneta feita de madeira porosa e absorvente. Para a cera usavam um estilete de metal (Is 30.8). Cuidado redobrado havia com a escrita dos livros sagrados. Devemos ser sumamente agradecidos aos judeus por seu cuidado extremo na preparação e preservação dos manuscritos do Antigo Testamento. Aqui estão algumas regras que eles exigiam de cada escriba. O pergaminho tinha de ser preparado de peles de animais limpos, preparado somente por judeus, sendo as folhas unidas por fios feitos de peles de animais limpos. A tinta era especialmente preparada. O escriba não podia escrever uma só palavra de memória. Tinha de pronunciar bem alto cada palavra antes de escrevê-la. Tinha de limpar a pena com muita reverência antes de escrever o nome de Deus. As letras e palavras eram contadas. Um erro numa folha, inutilizava-a. Três erros numa folha, inutilizavam todo o rolo. b. O formato dos MSS Quanto ao formato, os MSS podem ser códices ou rolos. Códice é um MS em formato de livro, feito de pergaminho. As folhas têm normalmente 65 cm de altura por 55 de largura. Este tipo de MS começou a ser usado no Século II. O rolo podia ser de papiro ou pergaminho. Era preso a dois cabos de madeira, para facilitar o manuseio durante a leitura. Era enrolado da direita para a esquerda. Sua extensão dependia da escrita a ser feita. Portanto, antigamente não era fácil conduzir pessoalmente os 66 livros como fazemos hoje c. A caligrafia dos MSS. Há dois tipos de caligrafia ou forma gráfica nos MSS bíblicos, o que os divide em unciais e cursivos. Uncial é o MS de letras maiúsculas e sem separação entre as palavras. Cursivo é o de letras minúsculas, tendo espaço entre as palavras. Tal diferença na forma gráfica deu-se no século X. Palimpsesto é um MS reescrito, isto é, a escrita primitiva era raspada e novo texto escrito por cima. Isso ocorria devido ao alto preço do pergaminho. Inutilizava-se assim uma escrita para se usar o mesmo material. Os manuscritos originais também não tinham sinais de pontuação. Estes foram introduzidos na arte de escrever em época recente. É claro, pois, que a pontuação moderna não é inspirada, e por isso não dá, às vezes, sentido às palavras do original. d. MSS originais da Bíblia. MSS originais saídos das mãos dos escritores não há nenhum conhecido. É provável que se houvesse algum, os homens o adorassem mais do que ao seu divino Autor. Lembremos a adoração da serpente de metal pelos israelitas (2 Rs 18.4) e da cruz de Cristo e da virgem Maria, pelos católico romanos; e o caso de João querer adorar o mensageiro celestial (Ap 22.8,9). A falta de MSS originais provém do seguinte: 1) O costume dos judeus de enterrar todos os MSS estragados pelo uso ou qualquer outra coisa; isto para evitar mutilação ou interpolação espúria. 2) Os reis idolatras e ímpios de Israel podem ter destruído muitos, ou contribuído para isso. (Veja o episódio de Jeremias 36.20-26.) 3) O monstro Antíoco Epifânio, rei da Síria (175-164 a.C), dominou sobre a Palestina durante seu reinado. Foi extremamente cruel, sádico; tinha prazer em aplicar torturas. Decidiu exterminar a religião judaica. Assolou Jerusalém em 168, profanou o templo e destruiu todas as cópias que achou das Sagradas Escrituras. 4) Nos dias do feroz imperador Diocleciano (284-305 d.C), os perseguidores dos cristãos destruíram quantas cópias acharam das Escrituras. Durante dez anos, Diocleciano mandou vasculhar o Império para destruir todos os escritos sagrados. Ele chegou a julgar que tivesse destruído tudo, pois mandou cunhar uma moeda comemorando tal vitória. A literatura judaica diz que a missão da Grande Sinagoga, presidida por Esdras, foi reunir e preservar os MSS originais do AT, e que os MSS de que se serviram os setenta, foram esses preservados pela Grande Sinagoga, que encerrou o cânon do AT. e. MSS existentes mais antigos e mais importantes 1) MSS do AT em hebraico. Até a descoberta dos MSS do mar Morto, em 1947, os mais antigos MSS do AT hebraico eram: • Códice dos primeiros e últimos profetas. Está na Sinagoga Caraíta, do Cairo. Foi escrito em Tiberíades, em 895 d.C, por Moses Ben Asher, erudito judeu de renome. (Caraítas são os judeus que rejeitam a doutrina ortodoxa dos rabinos e reclamam liberdade na interpretação da Bíblia.) Contém os primeiros profetas, segundo a organização do cânon hebraico do AT: Josué, Juizes, 1 e 2 Samuel, 1 e 2 Reis. Contém também os últimos profetas: Isaías, Jeremias, Ezequiel, e os Doze. • Códice do Pentateuco. Escrito cerca de 900 d.C, está no Museu Britânico, sob número 4445. Foi escrito por um filho de Moses Ben Asher: Arão. • Códice Petrogradiano. Escrito em 916 d.C. Contém apenas os últimos Profetas. Veio da Criméia. Está na biblioteca de Leningrado (a antiga Petrogrado), donde o nome. • Códice Aleppo. Contém todo o texto do Antigo Testamento. Copiado por Shelomo Ben Bayaa. Seus sinais vocálicos foram colocados por Moses Ben Asher, cerca de 930 d.C. Foi contrabandeado em anos recentes da Síria para Israel. Será utilizado como base da nova Bíblia Hebraica, em preparo pela Universidade Hebraica, de Jerusalém. • Códice 19 A. Está na biblioteca de Leningrado (Rússia). Data: 1008 d.C. O original foi escrito por Moses Ben Asher, cerca de 1000 d.C. Foi copiado no ano 1008, no Cairo, por Samuel Ben Jacob. Quando a Rússia o adquiriu, o comunismo ainda não dominava ali. Este é o mais antigo MS completo do AT em hebraico. (Isto é, mais antigo datado.) • O rolo de Isaías, mar Morto, 1947. Nos rolos descobertos, nas proximidades do mar Morto, em 1947, foi encontrado um MS de Isaías, em hebraico, do ano 100 a.C, isto é, 1.000 anos mais velho que o mais antigo MS até então existente. Uma vez que o texto de tal rolo concorda com o das nossas Bíblias atuais, temos nisso uma prova singular da autenticidade das Escrituras, considerando-se que esse rolo de Isaías tem agora mais de 2.000 anos de existência! 2) MSS do Antigo e Novo Testamento em grego. É digno de nota que os MSS mais antigos da Bíblia estão em grego. Esses manuscritos não são originais, são cópias. Os originais saídos das mãos dos escritores, perderam-se. Pela ordem cronológica, vamos citar os mais antigos MSS existentes da Bíblia em grego: • Códice Vaticano ou B. Pertence à biblioteca do Vaticano. Data: 325 d.C. O AT é cópia da Septuaginta. Contém os apócrifos em separado. Essa biblioteca foi fundada em 1488, e no seu primeiro catálogo, publicado em 1475, aparece esse MS. Ê uncial. • O Códice Sinaítico ou Álefe. Pertence ao Museu Britânico. Data: 340 d.C. Foi descoberto pelo erudito cristão Tischendorf, em 1844, no Mosteiro de Santa Catarina, no sopé do Monte Sinai. A história de sua aquisição é muito impressionante. Foi o Czar da Rússia que o adquiriu, em 1899. O Governo inglês comprou-o dos russos, em 1933, por 100.000 libras esterlinas, equivalentes então a 510.000 dólares. Um dos livros mais caros do mundo. É uncial. • Códice Alexandrino ou A. Pertence ao Museu Britânico. Data: 425 d.C. Tem este nome porque foi escrito em Alexandria e também pertenceu à sua biblioteca. Em 1621, foi levado a Constantinopla por Cirilo Lúcar, patriarca de Alexandria. Em 1624, Cirilo presenteou-o ao rei Tiago I da Inglaterra, o mesmo rei que autorizou a famosa versão inglesa de 1611. Em 1757, o rei Jorge II doou a biblioteca da família real à nação, e assim o famoso MS chegou ao Museu Britânico. É um MS uncial. • O Códice Efráemi ou C. Pertence ao Museu do Louvre, Paris. Data: 345 d.C. É um palimpsesto. Ao ser restaurada a primeira escrita, constatou-se serem ambos os Testamentos incompletos. O doutor Tischendorf publicou-o em 1845. É bilingüe: grego e latim. • Códice Bezae ou D. Pertence à biblioteca da Universidade de Cambridge, Inglaterra. Data: Século VI. Contém os Evangelhos, Atos e parte das Epístolas. • O Códice Claromontanus ou D2. Pertence ao Museu do Louvre, Paris. Data: Século VI. Contém as epístolas paulinas. Estes três últimos são também unciais. f. As Bíblias impressas mais antigas. 1) 0 Antigo Testamento Impresso em Hebraico. • O primeiro texto impresso em hebraico do AT foi publicado em 1488, em Soncino, Itália. Contém os sinais vocálicos. • O segundo texto mais antigo impresso em hebraico do AT é o constante da Bíblia chamada Complutensiana Poliglota, preparada pelo cardeal Ximenes, de Cisneros, na Universidade de Alcalá, próximo a Madri, Espanha. Foi impressa em 1514 - 1517, mas somente distribuída em 1522. A Poliglota traz além do AT em hebraico, o NT em grego, a Septuaginta em latim, e a Vulgata, em latim (AT e NT). Abrange seis volumes. • A primeira Bíblia Rabínica. Foi preparada por Felix Pratensis e publicada por Daniel Bomberg, em Veneza, em 1516-1517. • O texto preparado por Jacob Ben Chayin e impresso por Daniel Bomberg em Veneza, em 1524-1525, tornou-se um texto padrão para estudo. Foi a segunda Bíblia Rabínica impressa. • O texto de Amsterdam, publicado entre 1661-1667. É uma combinação dos textos de Chayim e o de Ximenes. • 0 texto de Van der Hooght, publicado em 1705. É uma revisão do texto de Amsterdam. • O texto de Kennicott, editado em 1776-1780. Este texto segue o de Van der Hooght de 1705. • O texto de Letteris, publicado em 1852. É uma revisão do texto de Van der Hooght. Este é o texto padrão adotado em nossos dias pelas Sociedades Bíblicas em todo o mundo. • O texto de Rudolph Kittel, de 1906, originado do texto de Chayim. A terceira edição de Kittel, em 1937, abandonou o texto de Chayim, publicando o do MSS 19A. 2) O Novo Testamento impresso em grego • O primeiro texto impresso em grego do NT é o da Complutensiana Poliglota, de que já falamos quando nos ocupamos do texto impresso em hebraico. • O texto de Erasmo (teólogo holandês), publicado e distribuído em 1516. Este foi o primeiro texto impresso distribuído, do Novo Testamento. A poliglota do Cardeal Xi-menes só veio a público em 1522, mas fora impressa em 1514-1517. • O texto de Robert Stephanus, publicado em 1546, em Paris. É baseado no de Erasmo e na Poliglota. • O texto de Theodoro Beza, publicado em 1565 e 1664. Base: Stephanus. • 0 texto dos irmãos Elzevirs, holandeses, de 1624-1678. Base: Stephanus e Beza. É conhecido como o Textus Receptus devido a uma expressão que contém no prefácio. • 0 texto de Westcott e Hort, dois eminentes eruditos ingleses. Data: 1881-1882. Suplantou o Textus Receptus. • Há, por fim, os mais recentes textos impressos do NT em grego, que são os de Herman Von Soden, Scrivener, e Eberhard Nestle. Este último é muito utilizado no preparo de versões modernas. g. Os MSS do mar Morto. Num dia de verão, em 1947, o pastor beduíno árabe, Muhammad ad Dib, da tribo dos Taamireh, que se acampa entre Belém e o mar Morto, saiu a procura de uma cabra desgarrada nas ravinas rochosas da costa noroeste do referido mar, e encontrou um inestimável tesouro bíblico. Estava o pastor junto à encosta rochosa do uádi Qüm-ram. Ao atirar uma pedra numa das cavernas ouviu um barulho de cacos se quebrando. Entrou na caverna e encontrou uma preciosa coleção de MSS bíblicos: 12 rolos de pergaminho e fragmentos de outros. Um dos rolos era um MS de Isaías do ano 100 a.C, isto é, mil anos mais antigo que os exemplares até então conhecidos. Os rolos estão escritos em papiro e pergaminho e envolvidos em panos de linho. Outras cavernas foram vasculhadas e novos MSS foram encontrados. Novas luzes estão surgindo na interpretação de passagens difíceis do AT. Exemplos: Em Êxodo 1.5, o total de pessoas é 75, concordando assim com Atos 7.14. (O hebraico não tem algarismos para os números e sim letras; daí, para um erro não custa muito...) Em Isaías 49.12, o novo MS de Isaías diz Siene e não Sinin. Ora, Siene era uma importante cidade fronteiriça do Egito, às margens do Nilo, junto à Etiópia. É hoje a moderna Assuam, com sua extraordinária represa. Ezequiel 29.10 e 30.6 referem-se a essa cidade; a versão ARC grafa Sevené. Muitos eruditos pensavam até agora que o termo Sinin de Isaías 49.12 fosse uma alusão à China. É muito confortante saber que os textos desses MSS encontrados concordam com os das nossas Bíblias. Pesquisas revelam que os MSS do mar Morto foram escondidos pelos essênios - seita ascética judaica - durante a segunda revolução dos judeus contra os romanos em 132-135 d.C. Os responsáveis por um grande mosteiro agora descoberto, ao verem aproximar-se as tropas romanas, esconderam ali sua biblioteca! Nas 267 cavernas examinadas, foram encontrados fragmentos de 332 obras, ao todo. Encontraram, inclusive, cartas do líder dessa revolta: Bar Kochba, em perfeito estado, estando sua assinatura bem nítida. Nos MSS encontrados há trechos de todos os livros do AT, exceto Ester. h. Cálculo da data de um MS Calcula-se a data de um MS: 1) Pela forma das letras. Cada forma representa uma época, tanto no grego como no hebraico. 2) Pelo modo como estão escritas as palavras no texto. Se ligadas ou separadas. Isto também indica época. 3) Pelas letras iniciais de títulos, parágrafos, etc. Se adornadas ou singelas. Isto também indica o tempo. 4) Pelo carbono-14. Este é um método científico e revolucionário. Trata-se do seguinte: Todo ser vivo absorve C-14. Cada 5.600 anos o C-14 perde metade de sua radioatividade primitiva. Assim cen
Posted on: Wed, 20 Nov 2013 12:08:44 +0000

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