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ABIKU Na incessante busca de esclarecer o nosso povo sobre os costumes da nossa religião, vamos falar hoje sobre Àbíkú. Àbíkú é como chamamos as crianças que nascem para morrer. No Candomblé, acreditamos que quando uma mãe dá à luz a uma criança morta, ou quando uma criança morre precocemente ela é chamada de Àbíkú. Cremos que no Òrun, exista uma comunidade chamada "Egbé Òrun Àbíkú" (comunidade das crianças que nascem para morrer). O Egbé Òrun Àbíkú é liderado por Ìyájanjàsá e por Oloiko. Ìyájanjàsá é responsável pelo grupo de meninos que vivem no Egbé Òrun e Oloiko é responsável pelas meninas. Acreditamos que essas crianças antes de virem ao aiyé (mundo) passam no Òrun pelo "Onibodé Òrun", que pode ser traduzido como "o porteiro do céu". Diante do Onibodé, elas fazem uma espécie de convenção, acordando quanto tempo elas passarão no aiyé até que voltem para o Òrun. Algumas dizem que voltarão ao Egbé logo que nascerem, outras assim que completarem sete anos de vida, outras logo após serem amamentadas e assim por diante. Em função desse pacto, é fundamental que o sacerdote realize através da consulta à Ifá, oferendas que visem "quebrar" esse acordo que fora feito no Egbé Òrun junto ao Onibodé. É necessário, que ainda grávida, a mãe inicie os cuidados com a criança que está por vir ao mundo, os preceitos a serem realizados são determinados por Ifá. Durante toda a vida, o Àbíkú deverá realizar sacrifícios intentando intervir sua partida ao Egbé Òrun. A escolha do nome dessas crianças é realizada de modo que o significado "prenda-a" no aiyé. Em suma, são nomes que enaltecem a criança e que ilustram a importância da sua permanência no aiyé, tais como "Aiyélagbe" (não parta), "Dúrójaiyé" (fique para "gozar a vida"), "Dúrósomo" (fique para ter filhos), "Kòkúmó" (não morra mais) etc. Os Itans de Ifá nos ensina que, devemos pendurar nos tornozelos das crianças pequenos guizos chamados "saworo" para afastar as crianças que estão no aiyé, daquelas que ficaram no Egbé Òrun. Também são confeccionados òndè (espécie de patuá) que são carregados pelas crianças, a fim de afastar a morte. As mães também devem realizar sacrifícios de modo que não voltem a ter novos "Egbé". Para o Candomblé, uma mãe que tem filhos Àbíkú, foi estigmatizada por Eleriko e por isso também deve realizar oferendas específicas, objetivando "romper" esse carma. Não devemos confundir "Àbíkú" (as crianças que nascem para morrer) com "Àbíasè". No candomblé, quando uma grávida está iniciando-se no culto aos Deuses Africanos, a sua criança quando nascer, será chamada de Àbíasè, ou seja, "a criança que nasceu no asè". Não se trata de uma criança "feita no Òrìsà" ou "Àbíkú", mas sim, uma criança que nasceu no culto e que num dado momento de sua vida, passará por rituais específicos de iniciação. Na próxima abordagem sobre Àbíkú, vamos falar sobre a importância das oferendas para que os Àbíkú permaneçam no Aiye, prolongando ao máximo a sua partida para o Òrun.
Posted on: Sat, 05 Oct 2013 03:15:36 +0000

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