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AMIGOS LIBERAIS, SOCIALISTAS E AMANTES DESTA PÁGINA. SÉRIE MINHAS REFLEXÕES – ADEMÁRIO ALVES ADEMÁRIO ALVES TEXTO II SÃO PAULO ENTRE O BEM E O MAL: SINDICALISMO CORRUPTO E A MÁ ESCOLHA QUE RESULTA EM POLÍTICOS RUINS Ademário Alves A complexidade politica, que norteia historicamente espirito do eleitorado das terras de Mário de Andrade, faz de São Paulo uma excelente fonte para aquelas investigações mais subversivas o quanto forem necessárias sê-las. Dizer que São Paulo tem uma larga página de contribuição com os pilares da república federativa do Brasil é apenas uma redundância. Todavia, a partir de sua atuação político-partidária é tão necessário quanto dizer que foi lá que o atraso da politica corporativista também ascendeu com a mesma força dos brutos que espoliavam os trabalhadores das roças e das lavouras de café, de cana-de-açúcar e dos grandes laranjais. Era a mesma força dos brutos da rota – aquela polícia especializada em matar pobres e imigrantes abandonados pelas ruas de São Paulo e de qualquer outra cidade do interior - com o mesmo fascismo que se observa nos arredores de Roma. São Paulo dignamente vai-se tornando mais brasileira. Apesar dos fascistas! É preciso dizer que foi neste clima politico que emergiu também a estratégia geral das lutas sindicais. Sindicatos corruptos e partidos de inspiração colonial ganharam força política em São Paulo. No entanto, nem sempre a terra da garoa foi só garoa, houve, por vezes, o ato de fazer chover canivetes, pistolas e balas de canhão. Esse comportamento violento é presente há muito: vê Carandiru, incêndio criminoso em favelas, onda de violência, comportamento criminoso da mídia. Vê a forma como o capital, reproduzido a partir de São Paulo, estende-se ao resto do país. Vê como os trabalhadores são dispensados e como o Estado os procura e os percorre no encalço dos votos em um sistema antidemocrático. Vê São Paulo para entender o Brasil. O Brasil espelha-se a partir de São Paulo contra outros brasileiros pobres. Vê ainda a repressão policial e este crime do menino Marcelo. Tudo isto é o espectro surreal de uma anomia e anomalia estreita entre Estado, organizado a partir do comportamento politico dos imigrantes europeus, desembarcados no Brasil entre os séculos XIX e XX, que se infiltra na forma pela qual as instituições são geridas e pensadas. O ódio e o racismo são oficiais, mas camuflados. Ás vezes, nem sempre o mimetismo político aparece! Nesse ato politico, e nos limites da 5ª cena, São Paulo é uma espécie de Hamlet perdido entre o discurso autoritário e a restauração da liberdade que, nas últimas décadas, tem sido apenas provisório. São Paulo imita, outra vez, Roma. Agora no período de Mussolini. O desvio de milhões do metrô e outros crimes são partes deste processo. A mídia e a cobertura tendenciosa dos fatos e a defesa dos algozes fazem de São Paulo uma exceção danosa e repetitiva para o país. Os paulistas e paulistanos sérios jamais compactuam com isto. É tão somente a forma reprodutiva do capital, que escolhe áreas, nutre-se do preconceito e utiliza-se da violência para fazer valer as suas iniciativas. Quantas vezes, patrões e sindicatos são as faces de uma mesma moeda? Cada um sabe o peso politico que o outro possui. Faz-se perceber que, desta forma, desde a eclosão dos movimentos patronais e grevistas das últimas três décadas, São Paulo fervilhou nas ruas e nas ruas os sindicatos se venderam ao destino politico da preservação do trabalho ou do emprego precário, dadas as condições históricas do capitalismo neo brasilis. É preciso registrar que um discurso reacionário, corporativo e leiloeiro de direitos trabalhistas, passou, então, a reinar quase que soberano. São Paulo presenciou o caos virá norma. Acordos de reserva, conchavos políticos, alianças partidárias incoerente com o discurso e com os programas ficaram a ressonância dos discursos de bastidores. Ao estado, a manutenção das vantagens corporativas; aos trabalhadores, as garantias tacanhas de que seus trabalhos desestruturados eram e seriam as saídas mais satisfatórias. O traidor sairia pelas portas da frente e o herói fugiria pelas portas dos fundos. Cessavam-se as negociações. E não se negocia nada. No mesmo pátio das fábricas reuniam-se demagogos, depravadores de direitos dos trabalhadores, fascistas de esquerda e de direita, neoliberais, neonazistas, nazistas do sul e do norte, bandoleiros e apenas oportunistas que estavam ali por qualquer coisa. Os trabalhadores penariam por anos. Tudo pôde então ser perceptível: fazer greve para não ter que trabalhar em alguns casos. As instalações e a realidade do trabalho precário ganharam uma força sublime no discurso porque, na prática politica, os sindicatos se corromperiam também a consciência dos trabalhadores. Politicamente um caos. Um caos. O Estado de São Paulo também pode ser exemplo para o país a partir da mobilização das fábricas, através do voto direto para os cargos legislativos e executivos. Os poderes que fundamentam a república e se consolidam num sistema em que o voto é a chave para compor a máquina administrativa, em São Paulo, não são repartidos historicamente como diriam os pensares da democracia participativa moderna. Os trabalhadores constroem espaços importantes, talvez, sem a permanente vigência dos sindicatos como tal. Corruptos, eles aprimoram uma máquina paralela àquela que retira dos trabalhadores direitos. Anteriormente, estes direitos podem ter sido negociados numa sede partidária de um desses partidos da falsa esquerda. Mas, dialeticamente, estes mesmos partidos e sindicatos constroem as bandeiras de lutas que, sem elas, os trabalhadores perdem conquistas históricas forjadas nas mesas de negociações, na véspera da traição dos trabalhadores. Lobos e cordeiros vivem juntos, desunidos e unidos para sempre! Setores mais reacionários de uma falsa esquerda, envolvida com um discurso sindical corporativo, ditam as regras para todo o país a partir de São Paulo. Neste quesito São Paulo é um mal necessário. Continua-se. Sem se esquecer de que o conluio com os partidos de inspiração politica regionalista faz com que as demandas, por espaços nas agendas politicas locais e nacionais, restrinjam-se aos conluios de sindicatos corruptos e partidos com inspiração corporativa. Estes partidos também fazem suas alianças particulares. Estas alianças compreendem colocar os nomes para os caros majoritários. Assim, dos trabalhadores sindicalizados e de partidários comissionados ou com cargos nos governos, forjam-se as mesmas leituras de conquistas, as mesmas bandeiras e as mesmas contestações. Isto até o fim do entardecer porque, no alongar-se da noite, eles já terão se reunido com desafetos e negociado os direitos dos trabalhadores, justamente com seus inimigos públicos. Estes inimigos podem tanto vir do setor patronal quanto dos setores partidários, que não aceitam as suas tramas mais absurdas. São Paulo mais uma vez é exemplo de como não ser exemplo. A direita e a falsa esquerda cumprem funções, que são distintas, para repartirem os poderes conforme às suas áreas de influência, regionalmente, escolhidas. Essa inspiração politica-partidária-sindical e colonial é necessária para a sobrevivência das corporações partidárias e sindicais visto que os quadros se repetem nas eleições para as diretoriais gerias tanto de sindicatos corruptos quanto de partidos de todas as profissões políticas. Notadamente de centro e de direita. A própria máquina sindical é envolvida num processo que, senão é legal, não é eticamente recomendável, nem, moralmente, aconselhada. A falsa esquerda sindical rejeita o discurso também da moral porque, no fundo, este condena suas práticas corporativas e corruptivas, antidemocráticas e danosas ao país e, claro a democracia que eles tendem a chamá-la de burguesa aleatoriamente. Assim, suas categorias, filiados e agregados, elegem os nomes corruptos que tem entre outras missões, jogar e esconder os malfeitos debaixo do tapete. Esta prática politica no sindicalismo brasileiro é, essencialmente, paulista e paulistana. Interior e capital numa mesma moeda inscritos. Os resultados são as greves combinadas, o roubo dos cofres públicos e a delapidação do patrimônio politico com uma instabilidade construída para favorecer determinadas bandeiras partidárias, especialmente aquelas bandeiras vinculadas aos partidos da falsa esquerda. As centrais sindicais atuam então como quarteis generais tanto para os interesses corporativos dos membros sindicais quanto para a manutenção dos quadros nos governos que podem garantir os privilégios e as mordomias das diretorias e daqueles partidos que compõem os núcleos das máfias. No fundo uma máfia esconde a outra. É assim: os partidários escondem os sindicalistas e os sindicalistas escondem os partidários. Em nenhum país do mundo um fato destes acontece, mas no Brasil, a partir de São Paulo, sim. O trabalhador. Bem! O trabalhador vai trabalhar. Estado e fábrica acabam se parecendo nas negociatas gerais. Seja em São Paulo, seja em Detroit. O público é privado e o privado é uma anomalia indiscreta do público. Os sindicalistas dos partidos da falsa esquerda pregam e insinuam que não. É necessário ponderar ainda que São Paulo dá as cartas no jogo das decisões no plano politico sindical nacional. Tudo isto é o resultado das lutas históricas empreendidas, sobretudo no ABC. Os discursos sindicais veem e miram São Paulo como as referências históricas necessárias. Há um poder que é histórico e que, pela tradição, permeia o comportamento dos sindicalistas, mesmo aqueles mais corruptos. Diante disto, outro resultado é perceptível na ação e é visto na completa desmoralização do discurso sindical. Sindicatos sem legitimidade e líderes sindicais sem o respaldo da categoria. Restritos à inspiração política de São Paulo constroem o lócus de toda ação e decisão políticas. Então, o estado mais rico da federação, amplia o fascismo do discurso antirrepublicano através dos sindicatos. Os paulistanos e paulistas não merecem São Paulo. São Paulo veta toda e qualquer participação coletiva. E os sindicatos são coniventes a partir de seu quartel general que é São Paulo. No plano politico e partidário, desagua-se um drama que atormenta as reflexões de sindicalistas menos corruptos: conquistar e seduzir a opinião pública. Registra-se um distanciamento exponencial da população em relação aos pares eleitos. E, ao contrário do que se prega, essa não aproximação, com o universo eletivo direto, é ineficiente no Estado mais rico da federação. É necessário ressaltar que tudo isto se funda, justamente, porque é assim constituída a história politica de São Paulo em consonância ao desenvolvimento das lutas empreendidas pelos trabalhadores e não necessariamente pelos sindicatos. Não existe diálogo, e a intermediação é ao estilo e ao jeitão de jeca tatu. Italiana mesmo! É ainda desleal, burguesa e hiper conservadora no mais estilístico brilho do Pátio São Bento. São Paulo trai São Paulo. A discussão acaba restrita às fábricas com operários e sindicalistas arraigados aos interesses corporativos pelos quais se privam de suas forças espalhadas no espectro politico da federação. Como as centrais sindicais exercem as influências políticas necessárias sobre os sindicatos em todo o país uma enxurrada de chantagens começa a transformar-se e a virar-se na fórmula e na estratégia política sensata de conquistar supostos direitos. Governos e parlamentos estaduais e municipais são acionados para ser contra e para ser a favor de suas bandeiras. Depende de quem dirija as máfias em cada estado da federação. Os sindicatos se articulam para os seus dirigentes não perderem as benesses que possuem. - Geralmente cargos e garantias de privilégios exorbitantes. Transformados em máfias, não admitem de forma alguma a oxigenação politica. Não querem ser derrotados nas disputas internas, diversificadas e legitimas entre seus pares. Afinal, muitos destes diretores, não possuem o aval da própria categoria. Corruptos, não aceitam quaisquer mudanças. Mas em muitas unidades federativas, cargos nos governos eles possuem. Em São Paulo, os trabalhadores são deixados de lado ao primeiro soprar dos ventos da retaliação que tanto podem vir da fábrica quanto das reuniões coordenadas nas imediações do Pátio São Bento. Logo após as lutas direcionadas em São Paulo, o sindicalismo mussoliniano aprimora-se, através dos manuais que descrevem as suas principais reivindicações, nos discursos que não deram certo no pleito anterior e, como toda máfia que se preze, mantem algumas conciliações e alianças com seus principais algozes. É preciso relatar ainda que muitos trabalhadores não sabem do que se trata. É uma alienação completa. Na sequência destas reivindicações, que tanto podem ser democráticas quanto fascistas, emergem as lideranças que acenam com a possibilidade de transformarem-se em lideranças nacionais. Com isso, as próximas decisões tomadas em cúrias partidárias e, destoantes, são sempre em direção ao Palácio do Planalto. É como se o resto do país tivesse que suportar e aturar as suas aberrações mais desnecessárias. Por conta disso, é exatamente em São Paulo que os partidos se acabam e conhecem os fracassos mais inglórios possíveis. O largo São Bento testemunha este retrocesso. Luís Carlos Prestes, a mais extraordinária força brotada das terras de Paulo Vanzolini, é a mais notória imagem desta contradição. É por isso que São Paulo também nos torna mais aptos às leituras históricas. Confinam-se numa só diálogo burgueses e sindicalistas corruptos. Ambos compõem os quadros dramáticos desta cena antirrepublicana no ideário politico de São Paulo. É como se de um lado, os democratas exigirem seus nomes das esteiras mais ríspidas e notórias do sindicalismo das fábricas, e do outro, os fascistas imprimirem seus nomes nas lacunas da devoção ao dinheiro e também ao poder do Estado, é claro. Neste prisma, movidos por um estratégico gosto pelo dinheiro e pelo poder, em São Paulo, sindicalistas e burgueses tornam-se praticamente atores de numa mesma peça em Lukács. São exatamente iguais. Na terra da serena garoa, isto é histórico e as conquistas não surgem com lutas, mas com acordos feitos nas vésperas. Quando o pacto é quebrado, eles inventam uma revolução constitucionalista e celebram um julho como se algo importante viesse desta data redimir o país de seus algozes. É o velho orgulho dos latifundiários e dos oportunistas, que capturaram o Estado à custa de todo o resto da nação e dos que lutaram fora de São Paulo pela recomposição da democracia legitimamente brasileira. Curiosamente, neste espectro politico, uma São Paulo foi duramente reconstituída para que este mesmo processo, que reinventava a vida civil normalizada, pudesse ter êxito. Neste receituário político, São Paulo foi muito pelo Brasil e é absolutamente federativo e republicano. São Paulo nega São Paulo. O que escapa a este tirocínio econômico e politico faz-se mover as composições partidárias com o intuito de chegar ao Planalto. E o resto são os prejuízos gerais para todo o país: articulações com desafetos, negociações formuladas pela mídia, denuncismo gratuito, corrupção e, obviamente caixa dois ou doações estranhas de empresas que lucram por terem apoiado os candidatos desta máquina corporativa. Então, DEM, PT, PDT, PSDB, PMDB, todos os partidos da falsa esquerda, do centro e alguns da esquerda sindicalista são o resultado imediato desta corrupção quase que legítima e politicamente legitimada pelas forças das circunstâncias econômicas. São Paulo é o quartel general para que tudo isto se prolifere e ganhe o resto do país. Se, trechos de um monologo politico me fosse possível, seriam eles assim inspirados: - Irei votar, no ano que vem, em algum candidato. Por quê? - Certamente, alguns destes corruptos irão se beneficiar com o meu voto. Então, eu sou conivente e também sou parte do fascismo politico e sindical de São Paulo. Por quais motivos, pondero? – É assim que as coisas se iniciam em São Paulo. É dessa maneira que se inicia, em São Paulo, este processo de destruição do outro. Nesta trincheira de querermos mudar ou não, somos todos antirrepublicanos. O sistema nos corrompe. - Boa noite. São Paulo não é, neste caso, São Paulo. No extremo de uma manobra sistematicamente capitalista, as teorias do consumo e seus apelos são levados ao extremo. Um implacável apelo ao consumo faz mover a produção. A intenção é fazer na mídia emergirem os empregos, os postos de trabalhos e as oportunidades que não põem ser desprezadas. Você enxerga uma realidade que não é a realidade do dia a dia, mas mesmo assim você não acredita na realidade de seu dia a dia, mas na realidade da mídia. Com isso, outra intenção subscreve-se: emergem os empregos que passam a ser o conteúdo das duas forças politicas. Sindicalistas e burgueses. Logo, fica desta forma desenhada a peça de Lukács, adaptada à realidade politica e sindical brasileira: uma força atrelada à extrema direita, a outra, ao sindicalismo estéril e corrupto. Por que então os sindicatos, em todo o Brasil, perderam de vez a credibilidade? São Paulo: CUT, CGT e outros, expliquem-nos, por favor. A articulação politica é, todavia, negociada pelo perfil menos nocivo a São Paulo. Tudo já permanece definitivamente traçado no quadro suprapartidário. Negociam-se todas as oportunidades para a burguesia nacional, sediada em São Paulo, tracejar as rotas para Brasília. No auge, o cenário nacional é a agenda imediata. Agora é apresentar os nomes para os agentes eleitorais de todo país. Tudo é apenas para emplacar seus nomes aceitos pelas corporações que, em alguns casos se aproximam muito das máfias de origem rural. Como o sindicalismo tem seus candidatos e mantem os discursos de bastidores com a direita reacionária, ambos dividem os poderes como se fossem cotas através de partidos, sejam eles regionais, para garantirem os apoios em cada unidade federativa; sejam eles nacionais, para garantirem uma governabilidade através das concessões e das negociações que resultam em cargos políticos. Negocia-se a república conforme o discurso da manutenção da ordem e da não ruptura do tecido social. Sindicalismo de esquerda e de direita são coniventes. Diante deste processo, outro ator social tem um importante serviço: a mídia. A mídia, a partir de São Paulo, tem um papel fundamental: levar ao país os nomes que os sindicalistas e a burguesia, com raízes fincadas em São Paulo, escolheram para as chaves do Planalto. Então, se você sindicalista do resto do país estiver achando que é algum revolucionário, ou qualquer vir eruditus, cuidado, você pode ser apenas mais uma bucha de canhão sem valor algum no mercado politico de São Paulo e do resto do país. O sindicato, que você é filiado, neste jogo politico, pode ser apenas uma corporação, uma instituição e uma entidade política inspirada nos valores da máfia e jamais da democracia. Você pode ser um fascista e não saber que é. As reivindicações em todo país. Com a chegada e ascensão dos dirigentes políticos com uma leitura francesa de reivindicação sindical, a trajetória politica destes sindicatos incorpora-se e faz emergir um espaço não novo, mas diferenciado pelo estilo do debate. Este espaço revigora-se na exigência pela abertura politica e por outras conquistas pontuais. Aí surge uma falsa impressão de que o sindicalismo, os políticos e os partidos no conluio de São Paulo, deram e dão alguma contribuição à qualidade do debate politico. Nada disso. A mesma roda que gira o lucro exorbitante das empresas, com sede em São Paulo, faz girar as falsas conquistas politicas, que acabam se transformando em obstáculos à democracia nas próprias instâncias sindicais e patronais. Neste jogo sujo, você percebe entidades patronais com dirigentes há cinquenta anos no poder. Você pode encontrar de tudo. Como pode encontrar também dirigentes de sindicatos que se apoderam das agremiações como se fossem propriedades privadas. As eleições são fraudadas e as promessas são elencadas aos estilos dos politiqueiros da Guanabara. Surgem como dividendos políticos. Moeda de troca mesmo! Neste quesito, o espírito politico de São Paulo é antidemocrático por natureza. Precisa-se disto para viver e sobreviver na arena politica nacional. É a sua garantia de liderança no plano econômico. São Paulo, claro, além de ser a terra da garoa é também a arena onde os sindicatos corruptos se articulam para dividir o poder com setores da burguesia latifundiária e urbana industrial. São todos frutos e sementes de um mesmo conluio antirrepublicano. Pensado também no Largo São Francisco e praticado na Praça São Bento. - Ou até mesmo no chão da fábrica do ABC. É importante notar que as marcas impressas das lutas de um sindicalismo oportunista fazem emergir uma liderança que adora uma notinha na mídia. Não perde um programa de auditório, adora um microfone. Está na mídia é seu estilo mais colonial possível. Isto porque as conquistas não são necessárias, mas a veiculação dos nomes a elas, sim, são vitais. Em São Paulo, o sindicalismo resulta politicamente das esteiras de um quadro politicamente trágico quanto aos mais elementares princípios de uma escolha republicana. Então permanece assim: as lutas são forjadas diante da ágora, que pode ser um pátio de uma fábrica repleto de metalúrgicos, pode ser ainda um pátio de uma usina de açúcar prestes a fechar e decretar falência e uma reunião com motoristas de ónibus em uma avenida qualquer. Completando o coro: pode conter ainda funcionários públicos do baixo clero dos setores estatizantes. Ou também ainda uma praça cheia de outros funcionários públicos a lutar pelo direito de não querer trabalhar nas condições que lhes são oferecidas. O que é justíssimo. Forjam-se as lutas e nisto burguesia e sindicalismo corrupção são sinônimos. Resultado: um poder dominado por máfias que transitam entre o universo econômico das corporações e as estratégias de se fazerem presentes no quadro federativo da nação é composto. A mistura disto tudo é a pulverização das lutas e das contendas entre eles próprios. Isto do lado dos trabalhadores. Porque do lado dos burgueses, o isolamento politico, a perda de cargos e as ameaças compõem parte das manifestações não desejáveis. A composição politica em São Paulo reflete o Brasil porque é disto que precisa a máquina republicana, a partir do Palácio dos Bandeirantes. Um Fernando Henrique, um Alckmin e um Serra não teriam êxito noutras praças politicas justamente por serem eles produtos de uma composição politica para os cargos executivos numa composição federativa tal qual é a nossa. Pelo menos em escalas e esferas executivas. Dito de outra forma, o Estado de São Paulo não apresenta uma trajetória confiável na escolha de seus quadros executivos e eletivos tanto para o próprio Estado quanto para o próprio horizonte que faz extrapolar as sutilizas do riacho do Ipiranga. O Palácio dos Bandeirantes é o sonho dourado de quem almeja o planalto. O problema é atravessar as margens do Riacho Ipiranga depois de ter vencido a contenda das fábricas. Portanto, se fora lá onde o Brasil político dos brasileiros desenvolveu-se, é também lá onde começa o vexame de São Paulo quando se depara com a tarefa de escolher os representantes para os cargos do legislativo e do executivo. É por isto que São Paulo é mais São Paulo e mais Brasil. ADEMÁRIO ALVES 10/11 agosto. 2013
Posted on: Sun, 11 Aug 2013 22:10:58 +0000

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