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AMIGOS LIBERAIS, SOCIALISTAS E AMANTES DESTA PÁGINA – SÉRIE MINHAS REFLEXÕES – ADEMÁRIO ALVES. ADEMÁRIO ALVES CRISE DO EGITO: O EL BARADEY UM OPORTUNISTA LIBERAL E UM LIBERAL OPORTUNISTA Ademário Alves Liberais! Até esses dias, não compreendia bem porque o povo egípcio não havia muitas manifestações de apresso ao prêmio Nobel Mohammed El Baradey. Derrotado em todas as eleições que disputou, não teria de se curvar realmente aos princípios da polis moderna. Papel que, no espaço da Agora do Cairo, não é muito bem explícito. Baradey envergonha o povo egípcio como as privatizações do governo FHC envergonham o Brasil. El Baradey não merece a atenção dos olhares do Cairo apenas do clube de Paris e da comissão de assuntos para a energia nuclear. El Baradey é um espião dentro do próprio Egito. Um exímio traidor nos limites daquela corrente, genuinamente egípcia, que quer uma aproximação com os países da região do norte da África e do oriente médio. El Baradey ao longo dos anos fez uma carreira internacional de certa forma até interessante. Inspetor das Nações Unidas para os assuntos de energia nuclear e representante fidedigno dos interesses corporativos multinacionais, o mediano intelectual não ousaria recuar em relação às bandeiras mais retrógradas que defende. Para El Baradey, o que importa mesmo é o cultivar de um mundo egípcio que se volte para a Europa, a qual ele entende como uma espécie de nave do mundo moderno. Não vê com bons olhos a emergência de uma tentativa de compor uma aproximação do Egito com a própria Africa continental. Os líderes burgueses e setores neoliberais egípcios sempre deram às costas a toda iniciativa de aproximação com o mundo árabe de origem saariana. Entre eles estaria El Baradey. É por essas razões que nas terras dos Faraós ninguém confia nele. El Baradey, educado numa refinada cultura europeia de inspiração britânica, não consegue olhar além da nascente do rio Nilo. A voz do gigante dos desertos é o que o interessa apenas como uma espécie de meditação não engajada e não comprometida com a transformação do quadro social. Não adiantam as estepes do Serengeti, os lagos do Burundi, as pragas do Congo, as crianças mortas de inanição da Nigéria, Zimbábue e Botsuana. Nada disso. El Baradey não se interessa por uma África, genuinamente, africana. Para ele, o que vale mesmo é a Torre Eiffel, o Coliseu, o Danúbio e a Baviera. A Florença e, no máximo, o naufrágio de Paulo na Ilha de Creta. El Baradey é o mais europeu dos africanos do norte. El Baradey não serve para o Egito. El Baradey também não gosta de estender seus olhares até o Oriente Próximo. Síria, Iraque, Irã, Líbano, Jordânia, os países do mar da Arábia. Nada disso interessa. Ele não consegue enxergar uma parte da Europa pobre. Ele não olha além do sul da Itália, a exemplo da Grécia e dos países do báltico e daquelas ilhas mais ao leste. Ele não olha para o Oriente Médio e se recusa a enxergar algo além das colinas de Golã. Como um homem desses quer governar um dos mais importantes países da África do Norte? O Egito é um dos mais ricos países do mundo em termos de arquitetura e de monumentos históricos. Como entregar um país com essa importância a um entreguista desses? A Irmandade muçulmana não o rejeita por conta disso, mas por ele professar as intenções de uma aproximação exagerada com o Ocidente. Ele é visto como separatista do povo egípcio. El Baradey, sabendo desses limites políticos, não faz o menor esforço para chamar ao diálogo os divergentes. Isto não é uma boa lição de um democrata. Fora! Certamente vai ser a palavra de ordem que ele ouvirá nas ruas do Cairo e de todo o Egito. Convém perceber uma certeza nos limites e nos circuitos políticos internos em relação ao Egito, o físico, talvez, venha a ter alguma razão quanto às atitudes, que professam politicamente o tomar das ações de alguns radicais muçulmanos e, através das ações coordenadas por alguns líderes emergentes, que evitam também o diálogo com outros pensares mais liberais. As medidas e as articulações no plano político, coordenadas pela juventude nas praças do Cairo, no fundo, põem El Baradey numa encruzilhada. Moral e politicamente ética. Moral: como trair a própria pátria? Politica: como dialogar com tantas correntes diferentes? El Baradey será um entrave ao andamento da vida tranquila no Egito. Com El Baradey na frente da vice-presidência, a guerra civil e o aprofundamento da crise são a única certeza que resta pelo horizonte. Os dias vindouros não trazem paz! Faraó, saia do túmulo e venha lutar! É necessário afirmar ainda que o mundo de El Baradey é um mundo liberal ao estilo de Wall Street. Tudo viria a promover uma disputa ferrenha entre egípcios cristãos e egípcios muçulmanos de origem mais radicais. O mundo econômico e politico não é a melhor escolha de El Baradey. Para isso, ele precisa consultar os dois lados. O teórico é visto nos dois mundos radicalmente, diferentes. Os cristãos mais liberais acenariam com a permeância de El Baradey desde que ele não procurasse restringir a expansão cristã no país e garantir a liberdade de culto. Para os radicais não cristãos é justamente esse o problema: El Baradey é uma ameaça também religiosa. O que as autoridades, com formação política europeia e norte-americana temem, é que a tomada do poder por uma facção política de inspiração muçulmana coordene uma aproximação perigosa com radicais do oriente médio e com isso dificulte a aproximação com o Ocidente. Outro ponto importante é que os religiosos não muçulmanos passassem a enfrentar sérios problemas de ordem e natureza política. Isto deve ser evitado, pensa Baradey, mas não diz a ninguém o que pensa. Há em curso uma orientação gestada nos Estados Unidos que não vê com bons olhos um poder repartido por ligas árabes. É notável que estas ligas viessem a mudar a orientação a partir da ruptura dos polos políticos, Washington passaria ao segundo plano. Teerã e Amã seriam os palcos para o forjamento dos novos diálogos desvinculado do ocidente, não o negando, mas contrapondo-o pela inclinação ao oriente. Basta perceber que o Egito é um importante consumidor e exportador para os Estados Unidos. É um entreposto importante para os cargueiros que cruzam o mar mediterrâneo em direção à terra de Lincoln. Ora o Egito é um aliado importante, e, a irmandade muçulmana, teoricamente, representaria um risco. Qual a saída? Um golpe é claro. E que o poder então fique com El Baradey, o traidor do povo Egípcio. O mensageiro de Wall Street. É necessário também ponderar que tudo isso surge devido ao histórico de violência que envolve parte de componentes dos grupos que compõem a chamada irmandade muçulmana. Na verdade, é um conjunto de lideranças que defende uma islamização do Egito frente á cristianização que vem se observando nos últimos anos. Registre-se que seus líderes e clérigos mais exaltados dizem que o Cairo deve estar suplantado nos princípios do Alcorão e no silêncio das sinagogas. Afirmam ainda que a voz politica deve vir dos gritos das ruas e das avenidas do Cairo. Sem ter que se curvar aos subterfúgios da cultura do aleluia. É disso que El Baradey teme. É a postura mais incômoda aos revolucionários das praças egípcias nestes últimos tempos. Note-se que os atos da irmandade muçulmana rechaçam as teses de El Baradey justamente pelo distanciamento político que o grupo dele representa. Todavia, na condição de filho ilustre da terra dos faraós, poderia contribuir mais sem apelar para um estreitíssimo cego e vulnerável em relação Europa e aos Estados Unidos. Com El Baradey, como guardião da politica externa egípcia, o Egito se voltará mais para a Europa do que para a África. O Egito será divido como sempre foi. O resultado imediato: o fracasso da orientação politica independente interna, o fracasso da formação de partidos e a perseguição aos adversários mais previsíveis. Eu e os analistas mais sóbrios argumentamos que as ideias de El Baradey dificultam um entendimento do Egito com os países do oriente médio, que não tenham a interferência direta da Arábia Saudita. Dificulta-se até onde é possível o diálogo com aqueles países que mantem uma linha diplomática afastada dos interesses hegemônicos americanos. Ainda que tenha sido agraciado com um prêmio desta envergadura politica, El Baradey sente-se distante das apreciações mais eloquentes que vem das universidades e das praças. Ele, na verdade, não serve para representar os interesses mais eloquentes do povo egípcio. Representante de uma burguesia aristocrática e centralizadora do poder, a partir do Cairo, não consegue conversar com as lideranças de outras regiões do Egito e estas lideranças pressentem o desprezo politico dos grupos que El Baradey representa. Ele é um desertor de uma terra que precisava de unificadores. Os organismos internacionais, aliados às lideranças oriundas do Cairo, com elementos presentes entre os clérigos, entre as forças armadas e a intelectualidade, que captavam capitais políticos no oriente médio, a fim de convencerem setores da sociedade egípcia para um possível apoio no parlamento, agora não conseguem costurar os acordos necessários que pudessem colocar tantos pensares divergentes nas mesas de negociações. Assim, esses capitais viriam a contribuir com a completa aceitação pública das estratégias pautadas na influência das potências ocidentais no Oriente Médio. El Baradey foi sempre um homem de confiança dos Estados Unidos e da União Europeia, menos, claro, do povo egípcio. Logo, para parcelas destes organismos, ele representaria a saída mais emergente para a crise. Ressalta-se que com alguns devoradores de liberdades e de garantias constitucionais, arvorou-se o intelectual na pressa e na ganância, que o acompanha há anos, para ocupar o lastro de um poder esvaziado pela força das armas. A ganância e a pequenez dele devem custar caro às liberdades individuais do povo egípcio. Com isso, um governo que tenha á frente El Baradey perde definitivamente a legitimidade. Ele perdeu as eleições justamente porque não foi capaz de ofertar e seguir os melhores princípios republicanos ao estilo mais soberano das ruas que não aceitariam Mubarak. Apesar de ser questionável a república egípcia, sem eleições livres e sem a devida manifestação do pensamento religioso ocidental, há indícios de diálogo, mas fora dos palácios e sem as vistorias das armas. Os cristãos fazem, mas correm sérios riscos. É Preciso dizer algumas insanidades politico-históricas: todo povo que se preze tem seu Calabar. El Baradey é o Calabar do povo egípcio e também do Mediterrâneo. Na crise da Tunísia, abriu a boca para falar apenas insultos dentro de um conchavo que envolvia setores da burguesia árabe e que se inclinava para os Estados Unidos. A supressão dos direitos de manifestação pública, conseguidos na recém-revolta do Cairo, não soaram para El Baradey como os sons das trombetas da liberdade. Ele preferiu unir-se àqueles que têm as armas como parlatório antidemocrático. Na questão da energia nuclear, também não lhe faltou o arsenal indispensável aos seus argumentos mais neoliberais e antirrepublicanos. É isso que acomete as conquistas nas ruas do Egito. El Baradey apenas é o guardião das oportunidades de nada mudar. Todavia, se vier a mudar, muda-se para pior. O Egito não conhece o significado da convivência com partidos fortes. A voz que vem para ditar as regras é a mesma que liderou toda a repressão e toda a vanguarda das guerras que o país de Ramsés enfrentaria. Os interesses econômicos e as estratégias militares do Ocidente na região são mais eloquentes para se colocarem em discussão numa possível inspiração contrarrevolucionária, partida do Cairo. O Egito de Alexandria e dos rincões afastados dos centros urbanos, permanece afastado do debate. El Baradey unido às sequelas entreguistas e aqueles traidores da grande pátria egípcia, que se deveria voltar para os sons dos clarins do mediterrâneo, pode ser abafado pelo som estridente dos F-5, e do B-12, que cruzam os céus do norte da África para amedrontarem possíveis alianças que venham fazer florescer uma democracia mais estreita ás demandas históricas dos povos do mediterrâneo. O som das turbinas das aeronaves militares, pertencentes à OTAN, pode dar a El Baradey algum conforto imediato, mas certamente amanhã deve trazer-lhe o inesperado. El Baradey vai pagar caro. Espere, ele não vai cumprir o poder com a necessidade de que se precisa para realizar as tarefas mínimas possíveis. Os traidores de plantão, que governam os egípcios desde os tempos dos faraós, não sabem e não querem porque não conseguem suplantar e sufocar as derrotas que devem vir com as circunstâncias que fazem eclodir um movimento tão antidemocrático como este que ascende El Baradey ao poder. El Baradey é a decepção mais imediata que jamais o mais insensato egípcio poderia professor tamanho oportunismo. El Baradey não trai apenas o povo egípcio, ele trai também os grandes liberais. Aqueles que não compactuariam com as suas artimanhas a fim de ascender ao poder. Ele não tem legitimidade e o governo dele instaurará apenas as reformas que o caos nas ruas quiser eclodir. Portanto, Egito é uma novela longa com cenas que denunciam e revelam amplos retrocessos e avanços. Vamos esperar os próximos capítulos. El Baradey jamais terá a paz que não professa nos discursos ocidentais. ADEMÁRIO ALVES CRISE DO EGITO: O EL BARADEI UM OPORTUNISTA LIBERAL E UM LIBERAL OPORTUNISTA
Posted on: Thu, 18 Jul 2013 18:28:11 +0000

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