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AMIGOS LIBERAIS, SOCIALISTAS, LEITORES E AMANTES DESTA PÁGINA – SÉRIE MINHAS REFLEXÕES. ADEMÁRIO ALVES POR ADEMÁRIO ALVES DA PROMISCUIDADE DE PODERES RELIGIOSOS AO OPORTUNISMO POLÍTICO: POLÍTICOS QUE SE VALEM DE TUDO. INCLUSIVE DA PROMISCUIDADE RELIGIOSA. Ademário Alves É comum, na tradição política brasileira, haver uma histórica e certa aproximação com os limites contraproducentes dos poderes religiosos constituídos. Deva-se notar que ainda é comum também, histórica e politicamente, a conquista e a manutenção de um vínculo entre a autoridade politica e a autoridade religiosa. Neste sentido, não se leva muito em consideração a confissão de algumas autoridades. Estas tais autoridades religiosas são, presumivelmente, católicas, majoritárias; e evangélicas, minorias, mas visíveis. Na tensão destes limites, o que vale e o que reina mesmo são os oportunismos, tanto de um lado quando do outro. Claro, daqueles grupos dentre estes grupos mais hediondos possíveis. É neste reino que se fundamenta a promiscuidade. Daí, tudo é legitimo para eles, até mesmo o proselitismo politico e midiático. Discutem-se muito tanto pelas demandas populares vigiadas pelo tal Estado laico e vinculados, majoritariamente, à tradição católica e não católica. Assim, as autoridades revestidas de um poder legal, ou não, apresentam condições para representar uma massa de milhões de homens e mulheres, que não obstante a confissão religiosa, que nutem, são cidadãos e eleitores ávidos para também votarem neles. Para alguns evangélicos, mais fanáticos e também insanos, não adianta você pedir que eles não votem no pastor indicado pelos pastores deles. Eles vão odiar você. São os indícios do comportamento teocrático do voto. É muito perigoso isso. É o movimento rasteiro em direção à idade das trevas. Temos que permanecermos vigilantes. Atentos e despertos. As massas, cercadas de um lado pelo estribilho dos discursos moralistas, e, do outro, aviltadas pelo aprofundamento da secularidade das questões politico-religiosas do século XXI, proclamam que precisam destas autoridades e concebem a elas os poderes que elas precisam para atuar em seus nomes, benefícios e interesses. Pelos menos na intimidade dos sacrários e dos cultos, nas mais variadas casas de espetáculos religiosos, tudo parece estar tranquilo. A igreja, no termo e na essência, permanece calada no silêncio do justo. Ele não concorda com as aberrações. Fora da missa e dos cultos, o clima é tenso. O caso de uma aproximação com o novo mundo dos evangélicos é emblemático porque este mundo é, sorrateiramente, tribulado de divisões que se revestem e se refletem no surgimento de um novo contexto politico não evoluído. É este contexto bastante perigoso. Porque senão é ainda teocrático é pelo menos perspicaz de uma rigidez moralista ultrapassada. Essa estrada por onde percorre esta rigidez tende a desaguar nas mais brutais formas de alienação. Porque neste quesito, o código de ética do moralista vai sempre desembocar numa forma autoritária repressivamente abominável. É esperar para ver. É melhor lutarmos antes para impedirmos isto. O politico funde-se no religioso e forma-se um monstro com a mesma cara, mas dois corpos distintos. Enquanto um se volta para atacar o reino da democracia, das ideias, que sustentam a liberdade e os princípios republicanos; o outro tende a contra-atacar tudo aquilo que luta e vela pela sutileza do tal Estado laico. Um dorme de dia, para deixar passar a banda de frevo; o outro adormece a noite para destruir os sons dos instrumentos da banda de frevo. É assim, enquanto um está preocupado em obter dividendos políticos do poder religioso, o outro está preocupado em conseguir resultados religiosos do poder político. A república e o Estado laico são soterrados nas ideias medievais dos evangelhos, que eles dizem tratar-se de toda a verdade suprema do universo. Dane-se que pensar ao contrário. O caso católico merece maiores cuidados por conta da longa tradição católica brasileira, por conta também do perfil e da estatística majoritária dos contingentes religiosos, com e em formação católica, presentes na arena politica dos cargos, partidos e mandatos eletivos. Em linguagem mais religiosa: os católicos são a maioria em todos os setores e isto é fato. Por detrás deste cenário, revela-se outra realidade bastante complexa: na medida em que os cenários se refazem e se desfazem conforme os rumos dos acontecimentos no plano das estatísticas, o mundo eletivo católico se ajusta um pouco mais a dureza daqueles que professam ser amantes do Estado laico. Ainda que alguns fatos desmintam essas palavras, o mundo católico moderno pode impedir o avanço das trevas que se proliferam nos discursos medievais de algumas denominações evangélicas. É preciso dizer que no plano das orientações das igrejas (igrejas católicas espalhadas por todo o território nacional ) aqueles que zelam pelos rebanhos cumprem a tarefa também de aproximar a autoridade religiosa da autoridade política. O salão paroquial pode ser o quartel general das ações e decisões politicas sem que a cúpula da igreja fique, necessariamente, sabendo do que se passa nos bastidores. Calma, Socialistas, não é que a cúpula esteja desinformada. É que os assuntos paroquias, às vezes, não interessam a cúpula. Neste quesito, há um dinamismo surpreendente nos bastidores da igreja de São Thomaz de Aquino. É preciso ainda reforçar a sentença de que pouca coisa pode ser acrescida, pois o que nos interessa é a relação entre a autoridade política e á autoridade religiosa. Em que momento um pode ser o espião do outro. E por que, caso sejam máfias, uma esconde a outra no parlamento? Note-se que no plano das concepções e dos formatos estéticos da fé, tanto faz aquele fiel, que entra em transe, quanto àquele que foge do êxtase religioso porque não foi cultivada a fé como fundamento tão ensinado por um de seus orientadores espirituais, Santo Agostinho. O contexto induz observar outro fato interessante: o poder religioso é dirigido e adequado àquelas demandas mais recentes e afastadas também dos universos católicos mais plurais possíveis. É assim: nos parlamentos, as bancadas cristãs católicas sabem como dialogar para fazer frente a um projeto ou iniciativa que não lhes interessam. Os católicos ditam as regras, os outros cumprem. Na prática é dessa forma que funciona. É assim ainda: no plano da moral, os políticos religiosos, que emergem destas demandas religiosas, ficam com uma boa imagem diante de seus superiores e de sua comunidade cristã. Eles ficam ainda satisfeitos por terem e verem suas influências, em conjunto, barrarem qualquer iniciativa contrária aos interesses de suas igrejas e agregados. No meio evangélico, isso é exatamente a mesma coisa que se eleger com a estrutura de uma igreja subsidiada pelo apelo clemente de seus fiéis. Uma prática em contrário, eles podem ser até expulsos da assembleia. Experimente um deputado evangélico não seguir as orientações de sua igreja? O poder é exercido e praticado com uma áurea teocrática. Daqui a pouco, podemos ser uma espécie de Irã no plano politico - religioso. O caso católico, revestido na ação politica católica e na aceitação desta ação por parte do contingente católico, é ainda importante, pois se registra que essas demandas recentes têm nas bases de seu funcionamento, o poder da negociação e do diálogo intermediado pela autoridade religiosa. Este poder é, em especial, na arena política, dissolvido por um tripé assentado sobre as lacunas politicas de um manifesto religioso que contemple as intenções das autoridades politicas locais. É uma espécie de retorno à ideia de paróquia, a qual se alicerça e se vincula aos princípios de uma fé não corrosiva pelo germe da separação. Um católico politico, dificilmente, abandona sua fé. É uma fé aos princípios da prática política católica fundamentada em Santo Agostinho. Como a igreja católica brasileira é a extensão do que ordena a Igreja em Roma, nada passa ao gosto do religioso local sem que não haja o consentimento da igreja romana. Ainda que as práticas politicas paroquiais sobrevivam com as suas próprias temáticas. E o tempo não as envelhece. Na ação política coordenada, isto faz toda a diferença, uma vez que o que diz aquele padre ou bispo naquele local ermo, abandonado, sombrio, vazio paroquial, senão houver a sintonia com a matriarca romana, não terá valor de absolutamente nada. Todavia, isto não anula a atuação política de ambos porque na essência é o padre que sabe e conhece os “problemas” do povo. Pensam os fieis mais radicais. E eles detestam algumas ideias dos evangélicos mais politiqueiros e hediondos. Aqueles que juram que Jesus é a única porta que existe entre o Céu e a terra. Com eles, é difícil qualquer diálogo. Aliás, é impossível qualquer diálogo. No catolicismo tradicional, o tripé então compõe a seguinte característica, que se materializa, nos termos da doutrina, da tradição e do magistério. Sem a junção desses três caminhos, não é legítimo qualquer pastor (Padre) de qualquer rebanho em suas paróquias e cúrias pregar uma suposta palavra autônoma. Isso é significativo porque a atuação dos bispos católicos, no campo estritamente politico, segue exatamente este mecanismo. Daí vem a uniformidade da ação e esta, por muitas vezes, não é muito compreensível. É por isso que os conteudos programáticos dos políticos cristão-católicos nem sempre estão nas cartilhas do que professa a madre igreja romana de todos eles. É justo observar que, qualquer que seja o desvio de conduta, ou é jogado para a responsabilidade dos líderes locais resolverem, ou é tratado com uma certa rigorosidade aquém das possibilidades de defesa dos injúrias. A excomunhão é quase certa. Entretanto, é possível ponderar que em tantas circunstâncias, é o padre que está lá, na base junto ao povo e é esse mesmo padre que, às vezes, a realidade leva-o a adotar uma medida mais dissociada da ideia central, tendo em Roma sua coluna nuclear. Isto significa dizer que se a Igreja das catedrais é bastante burocrática e formal, a igreja dos padres é vívida e animada porque ela está ali junto ao povo e, claro, próxima das elites locais também. Tudo é profundamente deplorável quando uma determinada relação promíscua, em especial nos interiores, pode ser percebida e apreendida. É esta apreensão baseada nos programas divididos em duas fases: na primeira fase, há o combate de todas aquelas temáticas que se desaguam nos valores morais mais conservadores possíveis. A segunda, mais estratégica, tem como pano de fundo a primeira, que é exatamente o discurso expansionista das profissões religiosas oriundas da Reforma e da contrarreforma. É neste segundo ponto, que o ódio sai das igrejas e ganha às ruas. Aí vale também para todas as demandas evangélicas. Neste quesito, ninguém é pior que os alguns evangélicos mais insanos. É necessário ponderar que este discurso é contraditório no plano das articulações politicas porque, se de um lado ele é uníssono e precisa de seu divisor para mantê-los fortes e hegemônicos, do outro, eles carregam uma carga histórica de despeito, ranço e desavenças por conta de questões internas às próprias profissões religiosas. No plano das disputas dos colégios eleitorais locais, eles também se opõem justamente pelo antagonismo da expansão. Ela pode vir de uma ação coordenada e controlada nas igrejas, quanto pode emergir da atitude nefasta dos fieis em transe pelas ruas a conversar e a falar bobagens sobre tudo: Jesus, Deus e fé. Nesse aspecto particular, os cristãos se entendem e se dialogam quando algumas temáticas, essenciais aos programas político-partidários, podem refletir a defesa conjunta de intenções que, apenas dentro dos templos, igrejas, assembleias, congregações, não são possíveis. A depender da ocasião, qualquer pastor desses, que você encontrar com uma bíblia na mão, pode querer transformar-se em Buda, se, claro, alguns votos estivem na jogada. É preciso refletir outro aspecto que se vislumbra no reino da repartição de poderes religiosos. Como é sabido que o catolicismo tem sido reduzido, sobretudo naquelas classes sociais paupérrimas e semianalfabetas, os poderes religiosos enfrentam aquela ganância que os partidos também enfrentam. Se tudo isto ficasse e permanecessem no plano religioso não haveria o porquê das profissões de fé ficar preocupadas. Mas o fato é que estas subdivisões e estes reagrupamentos de cristãos paupérrimos e analfabetos causam uma euforia entre os cristãos não católicos e também católicos mais exaltados. Eles veem a possibilidade de terem seus capitais cristãos ampliados, e, isto para eles, é uma boa noticia na medida em que a possibilidade de manipulá-los, politicamente captando votos para os candidatos de suas igrejas, acaba por ser uma oportunidade sem igual. Sem falar da manutenção e preservação de um discurso da prosperidade, que acaba por fazer uma lavagem cerebral na mente daquele cristão anticatólico pobre, que vê na igreja evangélica a chance de superar e vencer a miséria. O curioso é que é bem nítido o discurso da hierarquia da pobreza. Para cada um miserável, dois estão na espreita. Continuo. É assim: primeiro ele passa a ser gente porque antes ele era algo qualquer – uma criatura, por exemplo. Ele passa a ser gente em cristo. Depois de ter passado a ser gente em Cristo, ele vira uma espécie de pobre, ainda que miserável, mas pobre em Cristo. Nesta sequência, ele vai emergindo na hierarquia da prosperidade. A fase seguinte já é mais promissora. Ele, depois de ter sido promovido a pobre em Cristo, e com Cristo, passa a ser um pobre especial. Nesta altura, ele já possuirá sua casa e seu carro. E sua vida vai de vento em polpa. Para ser sincero, acho isto muito interessante. Restaura o homem e o devolve á dignidade. Mas, e quando se retira o Cristo da história? Aí mercenários e espertalhões dominam a cena. A concepção da prosperidade, numa volta vertiginosa a si mesma, alcança alguns pastores que enriquecem na hierarquia dos pobres sem Cristo. Porque, para eles, só estão com Cristo os ricos. Os pobres não. As igrejas do grupo que disputa fieis, cristãos e não cristãos a tapas, fazem acusações gratuitas, através de esporros e apelações midiáticas e apelativos sentimentalismos de rejeição. No núcleo dessas acusações, podem estar referências quanto àqueles tópicos centrais que recaem sobre a conduta de religiosos e até mesmo de um conjunto de acusações, que se incide sobre determinadas questões, que tocam em temáticas internas bastante caras, por exemplo, aos católicos. Estas temáticas comumente recaem sobre a problemática dos dogmas, da veneração às imagens, do dizimo, das riquezas, e da opulência. Os assuntos mais diversificados são tomados nas discussões como se fossem os discursos do fim da Arca da Aliança. Neste nível de acusação, salve-se quem puder. É bem provável que Noé não os pusesse na barca. Eles afundariam a barca de Noé. É necessário e justo relatar as singularidades de católicos pobres, analfabetos e semianalfabetos que se refletem numa possiblidade de enxergar a pobreza como uma condição humana. A naturalização da pobreza e a sua sacralização no plano da moral são um dos empecilhos históricos, que atormentam aquela ala mais radical da Igreja de Roma, a qual prega uma ruptura com os padrões clássicos de passagem da mensagem de Cristo. Parte desta ala acredita que Cristo foi o primeiro subversivo da história. Não se assuste se você perceber que a sua igreja pode estar parecendo uma barricada com piquetes e coquetel Molotov. E aquele Padre, com cabelos encaracolados e barba por fazer, estiver com uma boina a la Guevara e falar de revolução o tempo todo. para ele Karl Marx pode ser um exímio Cristão. O campo evangélico é mais estarrecedor. O cordão umbilical que politica e religiosamente vincula os pastores aos fieis mais extremistas é, nesses tempos, enrijecidos por uma conduta ultraconservadora e irremovível. No semblante destes fieis, o que se percebe mesmo é uma atitude comportamental medieval. Opõem-se a tudo e tudo para eles é uma leitura ancestral do evangelho e dos livros do antigo testamento. Aliás, essas confissões religiosas nutrem-se muito dos ensinamentos dos livros antigos e neles buscam todo o fundamento de uma fé amarrada às lacunas históricas do tempo. É como se a mente de um indivíduo desses estivesse lá naquelas cavernas onde os primeiros cristãos se isolavam de tudo e todos. Não se assuste se eles não consideraram gente quem não siga os ensinamentos de Israel. É um comportamento uníssono essa postura, essencialmente, manifesta naquelas igrejas que se baseiam numa espécie de preservação de uma falsa interpretação dos textos clássicos ou mais antigos possíveis. Essa falsa interpretação advém de imigrantes semianalfabetos, com um linguajar limitado, que fundaram as bases de um cristianismo rural na Europa. Foi sempre parte daquela igreja que se nutria de tudo aquilo que era subversivo à Roma. Foi com essa turma que Lutero se digladiou contra todos. E perdeu. É oportuno observar que é com essa turma, não necessariamente culta e clássica, que ainda hoje se alimenta o meio de alguns evangélicos com uma dose amarga de despeito e ódio (com nobres e honoras exceções). Essa turma apresenta seus ensinamentos difundidos por uma ala radical quanto á moral e ao ultra conservadorismo politico. Todavia, em relação à prática politica, são verdadeiros extremistas da fé. Note-se que essa preservação não está refinada ao estilo de uma erudição que se aproxime aos mais ríspidos elementos de uma cultura clássica ou neoclássica. Nada disso! A aproximação é no campo de uma fé remota que anula qualquer indício de que haja e viva ali um homem moderno e civilizado, mas um indivíduo antigo vivendo entre nós como alguém fora de seu tempo. Com um medieval na essência e também na prática. Se a sociedade não os vigiar eles são capazes de defenderem o apedrejamento como punição máxima daqueles que infringem os princípios de suas profissões religiosas, mais antigos possíveis. O gosto pela violência e o fascínio pelo deboche compõem parte das pregações. O medo e o ódio gratuito podem ser a outra parte que esconde uma leitura tendenciosa e errada dos acontecimentos e dos fatos históricos. Tudo é praticado no sentido de condenar toda e qualquer manifestação politica de seus quadros, que não seja aquela atrelada a um projeto politico ou de direita ou de extrema direita. Há uma plateia diversificada exatamente pela pobreza de suas demandas quanto ao mundo das letras. O que interessa mesmo é a letra ao pé da bíblia. Não importa muito se a tradução merecer estudos mais sofisticados. Parte deste pessoal quer mesmo é a vulgarização dos textos sagrados. Há uma rivalidade também religiosa entre as demandas evangélicas. O poder é disputado no grito dos cultos, nas canções de música gospel, nas marchas para Jesus, na condenação dos cultos e ritos afros, na condenação das práticas católicas, no discurso da moral medieval, que se revigora no não letramento de seus fieis mais exaltados. São justamente estes que condenam tudo e todos. Há uma estética não pensada, mas presente indistintamente nas indumentárias: roupas compridas para as mulheres, o cabelo comprido, o olhar ereto e meio sereno, a voz mansa, mas debochada. Há ainda um autoflagelo que esculpe um corpo em decomposição. É como se as obras do mal de fato pudessem amedrontá-los, mas em Jesus eles já estão salvos e isto não importa muito. Impuros são os adversários. As palavras, que deságuam ao vento dizem muito sobre as obras do demônio e do satanás. Ora esses fatos são uma coisa e outra a depender do culto, do local e de quem esteja a escutá-los. Pregam em nome do sangue de Jesus em tudo. As pragas, que atormentam a vida dos opositores, também compõem uma estética evangélica disfarçada de uma restauração homens nos limites finais dos tempos remotos. Emerge uma fé bruta e pagã às bases de paus e pedras e á margem de tudo que a civilização construiu. O homem regride. Nestes campos, a autoridade politica precisa ter cuidado senão pode ser engolida pelo monstro do apocalipse que apenas as igrejas evangélicas, com práticas medievais, pregam demasiadamente. Uma tragédia moral! A voz alta e bruta expressa uma raiva do outro inimaginável. No plano simplório dessa estética, há uma diferença crucial: enquanto no mundo dos católicos a estética prende a autoridade eclesiástica constituída, padres, bispos, cardeais, seminaristas diáconos etc. são revestidos através de um materialismo simbólico e espiritual. De intérpretes traduzidos pelas palavras de uma língua também medieval, mas com um pé na cultura clássica porque foi dela resultado, lá no passado remoto, das fusões ocorridas nos tempos pós-helenismo. Essa montagem e esse revestimento são para os católicos eruditos uma obrigação e eles devem interpretá-los coerentemente. Também podem esconder uma ideia exata: pela linguagem se exerce o controle e a completa alienação daqueles que se exaltam e entram em transe. Como diria Jean-Paul Sartre, é uma loucura. (1939). No mundo católico, mais fanático, não se vê muita distância do mundo de algumas igrejas evangélicas promíscuas, que entram em transe aos domingos. Para eles, católicos e principalmente evangélicos, a oração compõe um cenário que simboliza lugares onde divindades e homens se digladiam como se fossem parar nas proximidades do juízo final. Nestes termos, a autoridade politica funde-se na corrupção da autoridade religiosa. A moral passa a ser apenas o que interessa aos dois latifúndios religiosos e políticos. A farsa da retidão desmoraliza aqueles que revivem as profundezas ferozes do escárnio. É uma loucura dos dois lados. Uma para a moral e a outra para a ética. O poder permanece divinamente articulado e vinculado então à autoridade eclesiástica. É terrível. Assim, cada indumentária tem sua simbologia e sua representação. Ambas obedecem às estreitas interpretações das ordenações divinas. Sobressaem-se através de um lateralíssimo presente nos interstícios da onipresença e da onipotência de deus entre os homens. No mundo evangélico, é o oposto que prevalece em tudo: fé, razão, noite, dia, treva, luz, poder, fraqueza, presença ausência. Deus é o capricho exato das autoridades religiosas. O politico nutre-se muito disto. O povo fica nas mãos dos homens e jamais de deus. Neste reino de aberrações, um ensinamento é fundamental: o inferno são sempre os outros. Enfatize-se que cabe ao fiel demonstrar isto na prática. Há uma intenção clássica nos dois casos de demonstrar a repartição do poder entre as autoridades e aqueles que professam a fé de forma avessa aos preceitos da verdade pregada pelo próprio Cristo. Estes, pelo poder, abandonam o próprio Cristo e se aliam a Barrabás, se considerá-lo alguém estratégico. É bem claro: a autoridade religiosa não se mistura com o povo. No evangelismo dessas práticas pagãs, a estética é tecnicamente muito antiga. É originária lá de uma Grécia ainda muito arcaica e rural quando os primeiros cristãos gregos e não gregos, que falavam a língua dos proclamadores do evangelho, ainda de forma oral e rudimentar, sobreviviam nas cavernas e eram seres muitos estranhos. É socialistas e liberais. Tudo era estranho: costumes estranhos, hábitos estranhos, não falavam, não comiam com frequência, se comunicavam com gestos porque tudo era excessivamente estranho. As roupas eram inacreditavelmente identificáveis com eles próprios. Ninguém mais conseguiria vestir aquelas roupas. Eles eram desprezados por todos. Despojados, eles falavam e cheiravam mal. Poderia dizer que o enclausuramento, em algumas denominações religiosas, poderia ter começado nestes tempos. Eles, sem sombra de dúvida, detestavam a luz do Sol. No fundo, eles eram ainda os velhos homens de fé. Não era nada do que representam aqueles que agora detestam que o povo vá para as praças e saia dos templos. O poder de alguns pastores é compreendido nesta dimensão: um controle excessivo sobre a vida do fiel e de outros evangélicos, com o segundo grau, ainda incompleto. Eles também sobrevivem atormentados por terem ficado pobres ao darem tudo para a igreja. Depois desses eventos, eles permaneceram desiludidos com a riqueza de alguns pastores. O pastor dele, empobrecido, não tem muito o que dizer. Afinal é um servo em Cristo, sendo um pobre em Cristo, ele e eles poderiam ascender a uma classe média evangélica consumidora ávida de música gospel e livros de autoajuda. É muita contradição. Essa ascensão é prometida até que as ruínas dos discursos velhos sejam superadas ao atingirem à prosperidade plena. Se esta prosperidade não for atingida, eles começam a entrar em colapso consigo mesmo. Não comem, não dormem e tudo que tem e dão para a Igreja na esperança de que as coisas mudem. Às vezes, até mudam. Para pior. É preciso observar quais são aquelas dimensões que se acentuam estatisticamente nos resultados obtidos, a partir de suas peregrinações pela busca de novos adeptos. Neste itinerário, no mundo particular de algumas aglomerações religiosas dos evangélicos, começam a existir verdadeiras disputas entre eles próprios. Um fala mal do outro porque, falando mal de todos, a autoridade política percebe a estratégia tomada. As palavras podem virar votos. Assim tudo pode ser ainda perceptível a partir daquela busca, quase irracional, pela prosperidade a qualquer preço. Perde-se de vez a compostura. Tudo é motivo para conseguir o status: desde a filiação ao partido de extrema direita ao aperfeiçoamento das técnicas da ganância. Estas técnicas, segundo eles, estão presentes no espirito e justificadas pela busca das riquezas em consequência ao ofício da fé que cada um possui. Neste sentido, eles pregam o óbvio. É presumivelmente narrável o desespero de suas pregações. O pedir sem compaixão, o choro, o exagero dos apelos, os jeitos e trejeitos, são partes de uma realidade simulada, porém aceita indistintamente porque, ante eticamente, eles falam em riqueza o tempo todo. Mas, cuidado, você pode entrar rico e sair pobre. A autoridade religiosa, agora empobrecida, passa a não querer em seus circuitos simbólicos a presença da autoridade politica, pois esta lhes gera gastos e apoios que devem ser custeados. A promiscuidade, nesses extremos, apresenta um futuro bastante promissor. As ruínas também da palavra velha desaparecem e atingem o ápice quando percebem suas casas lotadas de tudo. Nessa fase, o discurso é agressivo e não há espaço para os amadores, só os mais experientes e espertalhões ditam as regras. Os desafetos da primeira instância, alguns pastores, que não conseguiriam àquela boquinha, aquela oportunidade máxima entre as divindades do poder politico, agora juram amor eterno á igreja rival. Porque alguns e outros descobriram que ficaram mais pobres. E o que é pior: sem igrejas e sem fieis. Todavia, eles juram que estão com deus e, misteriosamente, eles dão a volta por cima. É razoável que se defina teoricamente duas coisas: a concepção de riqueza e a realização pessoal da palavra do cristo na vida deles. O fato é que nada pode acontecer sem a essência singular destas duas questões caras às facções politicas, revestidas de partidos, e, às máfias religiosas mais hediondas possíveis. Investigando mais um pouco, percebe-se que eles são indivíduos espertos. Todas as igrejas os querem porque eles têm algum valor agregado no mercado das igrejas mais lucrativas. São ainda exímios arrecadadores de doações e de votos. Não se pode jogar fora indivíduos com essas habilidades. Dizem alguns pastores-políticos mais experientes. No plano da politica e com a mesma moral, a autoridade politica e religiosa revivem seus dias de glória. Para estes religiosos, o povo é uma exceção. Os fieis, o lucro. É necessário dizer, todavia, que não se perde o lado moralista da tradição, que é manter-se fiel aos princípios religiosos, ter uma vida casta, obediente ao senhor, pagar o dizimo e, senão pagar, todos podem sofrer punições severas e queimarem-se nas profundezas do fogo do inferno. No lado da moral, o cristão evangélico (e, em alguns casos, católico também) renovado na fé está com tudo certo. No lado politico, ele é um provável potencial para que os planos das igrejas continuem a dar certo. Ele pode ser um candidato, para isto toda a estrutura pode ser repensada para ele a partir também da própria estética. Desde que, claro, ele tenha potenciais para ser um pastor senão rico pelo menos aparentemente bonito. Pastor feio não ganha eleições! Outra contradição é em relação ao conteúdo dos discursos políticos e das palavras pronunciadas nos arredores das igrejas lotadas de fieis, leitores e eleitores de votos pelas expressões denunciantes dos obreiros. São eles que captam os possíveis traidores dentro dos templos e denunciam os infelizes à cúpula. Lá suas vidas pregressas são investigadas e, senão tiverem em dia com a Igreja, podem ser expulsos ou condenados, moralmente, no domingo pela manhã, com a assembleia lotada de fieis em dias com as contas da igreja. Claro, e em transe também. Note-se que em algumas igrejas, no domingo pela manhã, é hora de entrar em transe. As igrejas cheias de gente em transe, com a última sessão, podem eleger rapidamente um deputado, um prefeito, um vereador. Isto pode ser positivo, depende do ponto de vista. A ideia de entrar em transe não é por acaso. Assim, aquele pastor feio, mas candidato tem o voto uniforme do eleitor. Ele vota nele de tal maneira que chega a acreditar e a prometer para si mesmo que votaria quantas vezes fosse possível, então ele acredita ter votado também em uma espécie de Alan Delon dos templos bíblicos, ou um Davi de Michelangelo. Vota pensando que seu pastor é uma verdadeira obra de Rodam. - Aí é demais. Dizem os críticos mais severos. Neste reino de obviedades, nem sempre visualizadas nos sacrários da política partidária, outra abordagem interessante é a aproximação com os teores dos discursos no campo parlamentar. As consolidações são ameaçadas se aquele, que se diz pensar sobre o comando de uma ou outra igreja, não seguir á risca o receituário da fé. No caso católico, os líderes leigos de alguma representação devem professar-se sobre os conteúdos discutidos nas paroquias. Isto serve de parâmetro para a execução dos discursos em sintonia com o que pensa a Igreja. Não se objetiva afastar-se da prática política religiosa, o ato ativo dos rebeldes de batina, não é isto. É vigiá-los na medida do possível. O contrário, o isolamento é a sentença abissal. A derrota se avizinha. No caso do mundo evangélico, isso é sentido como o apocalipse. Se pastor ficará sem igreja, se fiel ficará sem credibilidade. No extremo católico é ainda assim: o representante, digamos, de uma comunidade de base, caso entre na política, não pode mudar de forma alguma a plataforma aconselhada pelas autoridades clericais. Se o fizer, estará fora do jogo e do processo, mas não fora da igreja como acontece com algumas denominações evangélicas. É neste prisma e neste espectro que as mesmas falas de parlamentares religiosos são auferidas no parlamento como prova de que os poderes religiosos não são assim tão distantes uns dos outros e também não refletem quaisquer divisões. Muito pelo contrário, eles se articulam para barrar tudo que os ameace e ameace as unidades dos cristãos. Não em Cristo, mas na manutenção do poder religioso, que se manifesta no poder politico antirrepublicano. É necessário observar que, quando eles entram demais no que diz a Bíblia, podem virar sectários. Quando se afastam muito dos ensinamentos e do que pensam os evangelhos, eles se transformam em fascistas da fé. O núcleo religioso no centro politico é o ideal, porém dificílimo. Não é a fé que os desagrada. É o outro, o oposto, o diferente, o que não pensa como eles. A autoridade politica alveja a autoridade religiosa e são ameaçadas por aqueles que não concordam com a atuação de seus representantes. As profissões religiosas não oficiais em expansão nas áreas da periferia, sobretudo das grandes cidades, vivem o inferno de um e de outro. É ponderável dizer que estas áreas são excelentes focos de capitais políticos, em reserva, por conta do ferrenho discurso anticatólico e apartidário, pois, o partido mesmo é a igreja vista em sentido amplo. De forma que seja o cristo que abraça todos. O curioso é que todos tem esse discurso, só não tem a mesma ética e a mesma honestidade. Neste reino, é o caos que se aproveita das instâncias provocadas pelo vácuo religioso para retirar e extrair dividendos políticos mais bizarros possíveis. Dito de outra forma, no espectro deixado pela larga tradição cristã católica, parte dos cristãos não católicos se aproveita do vazio politico e religioso para fazer brotar as suas anomalias mais deploráveis. É o vale tudo da fé e do politico. E pela fé e pelo politico (ou melhor, pelos votos do político) o vale tudo da fé se nutre como um vírus que se alimenta e se reproduz em um corpo indefeso sem anticorpos que o enfrente. A desintegração do corpo politico produz a desintegração do corpo das ideias. É como se alma e corpo permanecessem nas trevas para sempre. E isto eles adoram porque prolonga os anos de seus discursos. A vida é sempre pecaminosa e Satanás se apodera de tudo. O caos não é o ordenamento da matéria, mas a incerteza em ás trevas. O interessante é que esses grupos de religiosos articulam-se de forma tal que diante da congregação, igrejas e assembleias, que eles representam, a moral está impecável. Tem uma atuação entre a moral e a politica. No plano da moral, eles podem não estar nas alturas da realização plena da igreja. Eles podem ainda, no vale tudo, ser constituídos e restituídos pela ampliação dos contingentes religiosos e eleitorais de cristãos católicos e, não necessariamente, católicos. É o palco onde a promiscuidade é maior, reinante e soberana. É compreensível na medida em que nada demais aconteça nos circunscritos limites destes vínculos históricos. As autoridades religiosas se comunicam com as autoridades politicas na medida do possível, desde que as coisas sejam eticamente postas nos seus devidos lugares. Como o governador não celebra a missa, os bispos e padres, etc. não inauguram obras. Acredito que seja assim. Ou não? - Acho que não. É ponderável também na não comunicação oficial entre as autoridades religiosas e políticas. As autoridades políticas sejam a mera guardiã do poder civil estabelecido pela vontade livre dos contingentes eleitorais, não importando a fé que estes contingentes venham a professar. Embora, sabidamente, cristãos de origem católica sejam a sua maioria. Isto é normal e é bastante compreensível. É bom e nada demais se observa no reino destas sensatezes. Desde que a promiscuidade das campanhas não atue nos limites estabelecidos pelo bom senso e respeito à laicidade do Estado laico. Todavia, o Estado laico deve obedecer aos limites também da prudência quando à religião, expressar as vontades do povo, culturalmente, inserido e politicamente encravado no reino de uma fé, historicamente, consolidada. Nada demais um crucifixo nas paredes de uma repartição pública. Estado laico não obriga o povo a abandonar a fé nem a afastar das instâncias politicas, jurídicas, sociais e históricas do Estado. O povo é o estado laico politicamente separado das vontades subjetivas. Acontece que nos mesmos limites, que historicamente os fazem aproximar-se as autoridades políticas das autoridades religiosas, uma série de promiscuidades pode ser presumivelmente descrita. É naquele entreposto intencional de subdivisões dos interesses de todas as demandas possíveis. É quando nem a autoridade religiosa nem a autoridade política comportam-se, nas suas circunferências, estabelecidas pela soberania politica do Estado laico, como deveriam e poderiam seguir a tradição dos princípios republicanos. Logo, é oportuno notar que se a sociedade não se fizer representada pluralmente, estas facções politicas e estes partidos teocráticos medievais podem dominar a cena. A partir deste ponto, você pode esperar tudo. Inclusive ser impedido de exercer sua fé ou o seu direito de ir votar. Mesmo que seu voto seja um voto vil em um desses religiosos meio fascistas. Acredito ainda que não. ADEMÁRIO ALVES 31. AGOSTO. 2103 DA PROMISCUIDADE DE PODERES RELIGIOSOS AO OPORTUNISMO POLITICO: POLÍTICOS QUE SE VALEM DE TUDO. INCLUSIVE DA PROMISCUIDADE RELIGIOSA
Posted on: Sun, 01 Sep 2013 03:32:21 +0000

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