ARAGUAÍNA TO, 12 DE SETEMBRO DE 2013. SIMÃO PEDRO X JUDAS ISCARIOTES O que os Evangelhos registram acerca desses dois discípulos são coisas diametralmente opostas. SIMÃO PEDRO Tinha pensado em relatar todos os episódios ocorridos com Pedro durante o curto ministério de Jesus. Mas seria deixar a mensagem um tanto extensa. Decidi então, citar sem descrever os textos. Apesar de voluntarioso e de cometer vários incidentes que lhe valeram duras repreensões, o que se pode dizer, apesar dessas coisas, é que Pedro era um discípulo leal, que amava verdadeiramente Seu Mestre. Para citar apenas um, o mais contundente, Pedro arvora-se acima dos demais discípulos. Jesus havia antecipado que todos naquela noite se escandalizariam com Ele. Pedro assevera: Ainda que venhas a ser um tropeço para todos, nunca o serás para mim. Replicou-lhe Jesus: Em verdade te digo que, nesta noite, antes que o galo cante, tu me negarás três vezes. Disse-lhe Pedro: Ainda que seja necessário morrer contigo, de nenhum modo te negarei. E todos os discípulos disseram o mesmo (Mt 26.33-35; Lc 22.31-34). Você também se lembra do conselho que Pedro quis dar a Jesus e de que dura repreensão recebeu (Mt 16.22,23). Veja ainda o caso do perdão de um irmão (Mt 18.21,22). O que se pode depreender de tudo isso é que Pedro era um discípulo voluntarioso, leal e em muitos momentos ignorante e autoconfiante. De fato, Pedro, como previsto por Jesus, veio a negá-lo três vezes. No relato feito por Mateus se diz que Pedro negou sob juramento e ainda proferindo praguejamentos (Mt 26.69.74). Mas ao ouvir o cantar do galo lembrou-se de que Jesus havia dito e foi chorar amargamente. (v.75). Apesar de todas essas fraquezas, que nós, talvez, jamais perdoaríamos, Pedro era um verdadeiro discípulo, leal, sincero e que muito amava o Seu Mestre. Jesus tratou de restaurá-lo quando depois de ressuscitado. O anjo disse: Mas ide, dizei a seus discípulos e a Pedro que Ele vai adiante de vós para a Galileia; lá o vereis, como Ele vos disse (Mc 16.7). A citação nominal de Pedro foi para dissipar- lhe do coração as dúvidas, pois ele certamente se julgava um renegado. Afinal, negara o Seu Mestre. Não seria mais digno de perdão. Pedro agia compulsivamente, espontaneamente. O que dizia e fazia não era algo premeditado, maquinado. Nunca teve em vista o proveito próprio. E veio a tornar-se, como sabemos, o grande apóstolo que todos admiramos por sua sinceridade e amor JUDAS ISCARIOTES. Durante o ministério de Jesus pouco sabemos das atitudes de Judas Isariotes a não ser que foi escolhido para ser o tesoureiro do grupo. Tem-se ainda a informação de que era ladrão. Leia o incidente que deu ensejo a essa informação (Jo 4-6). Mas era um discípulo muito discreto. Deveria pertencer ao grupo dos zelotes que queriam se livrar pela força do domínio romano na Palestina. Havia no grupo dos doze um zelote – Simão, o Zelote (Mt 10.4) E no grupo de dois em dois Judas Iscariotes faz dupla justamente com Simão, o zelote. Por várias vezes Jesus advertiu aos discípulos que um dos doze o trairia. Chegou a dizer que um deles era diabo (Jo 6.70). Todavia, nunca se gerou qualquer suspeita a respeito de Judas Iscariotes até ao último ato. Na última Páscoa quando se instituiu a Santa Ceia foi o momento mais constrangedor, pois Jesus disse claramente que naquela tarde ou noite seria traído por um dos doze. Cada qual perguntou: Porventura sou eu Senhor? Até o próprio Judas. Sinal de que ninguém jamais suspeitou algo traiçoeiro a respeito dele. E nessa última ocasião não se chegou a descobrir quem era o traidor. Dizem alguns que a intenção de Judas Iscariotes era simplesmente forçar Jesus a tomar atitude política com respeito à liberdade política nacional .ao ver-se preso e oprimido pelas autoridades romanas, manifestando o Seu poder e promovendo a liberdade político-nacional da Palestina. Infelizmente, até hoje grandes multidões só desejam um Cristo que lhes sirva a seus anseios puramente interesseiros. Simplesmente com relação a esta vida.. Diferentemente de Simão Pedro que era voluntarioso o e espontâneo, Judas Iscariotes era calculista e interesseiro. Com muita maquinação arquitetou como venderia e entregaria Jesus com segurança e colocou isso em prática. E teve um sucesso momentâneo. Quando viu, porém, que seu plano fracassara, correu aos que lhe pagaram as trinta moedas de prata e as arrojou ao chão, confessando ter traído sangue inocente. Problema seu, disseram. Tomado de profundo remorso, foi enforcar-se. Está dito que Jesus rogou por Pedro quando Satanás o requisitou para cirandá-lo, para que sua fé não desfalecesse. Mas não se diz que tenha rogado por Judas. Eis a diferença. O por quê? Deus conhece os motivos. Podemos falhar e normalmente falhamos por nossas atitudes, muitas vezes intempestivas. E nos trazem dificuldades. Mas muito diferente daquilo que é maquinado, premeditado ao longo do tempo e colocado em prática na hora que se julga oportuna. Isso chama-se traição. Pode terminar na forca. Pastor Dionísio Beltrame.
Posted on: Thu, 12 Sep 2013 17:32:59 +0000
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