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ASSUNTOS DE HISTÓRIA ::::: Escravismo no Brasil: REBELIÕES E RESISTÊNCIAS (ESCRAVIDÃO (SER ESCRAVO NO BRASIL) - A característica mais marcante da escravidão é o fato do escravo ser propriedade de outro ser humano. - O escravo é uma “propriedade viva”, uma coisa, um objeto, uma mercadoria sujeita ao senhor a quem pertence. - Pelo direito de propriedade, o senhor podia vender seus escravos, aluga-los, emprestá-los, doá-los, transmiti-los por herança, exercendo, enfim, todos os direitos legítimos de dono e proprietário. - Assim, o senhor tinha o direito de utilizar a força de trabalho do escravo pelo modo que lhe conviesse, de modo a conseguir dele o maior proveito possível, assegurando em troca a subsistência necessária para sua manutenção. - o escravo não era cidadão, sendo privado de quaisquer direitos civis. DIREITOS CIVIS - Baseado na liberdade de escolha dos rumos de sua própria vida. - Referem-se às liberdades individuais, como o direito de ir e vir, de dispor do próprio corpo, o direito à vida, à liberdade de expressão, à propriedade, à igualdade perante a lei, etc. Entre os séculos XVI e XIX, milhares de africanos foram feitos prisioneiros em suas terras natais e levados para servir como mão de obra escrava em diversas regiões do mundo, principalmente nas Américas. Tratados como uma mercadoria, negociados de feira em feira, aprisionados em barracões e em porões de navios negreiros, esses indivíduos sofriam com a fome, com a sede e com as inúmeras doenças que contraíam, devido à subnutrição e às péssimas condições de higiene nas quais eram obrigados a viver. Os escravos africanos no Brasil Por meio do tráfico negreiro, chegaram ao Brasil indivíduos de diversas regiões da África. Entre os principais grupos africanos trazidos para o Brasil, destacaram-se: • Os BANTOS – Originários da África central, geralmente de Angola e do Congo; foram levados principalmente para Pernambuco, Rio de Janeiro e Minas Gerais. • Os SUDANESES – Provinham das regiões africanas de Daomé (Benin), Nigéria e Guiné, na África ocidental; foram levados principalmente para a Bahia. Distinções entre escravos Chegando ao Brasil, os africanos que sobreviviam à viagem nos navios negreiros eram vendidos, geralmente no próprio porto, em leilões. Pouco tempo depois, já estavam trabalhando nos engenhos de açúcar, nas plantações de algodão, na mineração, nos serviços domésticos, no artesanato ou ainda nas cidades. Os escravos costumavam ser diferenciados pelos colonos de acordo com o trabalho que desempenhavam e o tempo de vida na colônia, além de critérios principalmente relacionados à origem cultural e linguística. Os compradores de escravos evitavam adquirir indivíduos do mesmo grupo linguístico, para que, assim, fossem obrigados a se comunicar em português. Vejamos algumas distinções: • ESCRAVO DE GANHO – Eram aqueles que viviam nas cidades e realizavam trabalhos temporários em troca de pagamento, que era revertido, parcial ou totalmente, para seus proprietários. Entre os escravos de ganho predominava o comércio ambulante. Devido às maiores possibilidades de circulação e de ganho, os escravos podiam juntar algum dinheiro com suas tarefas e, eventualmente, conseguir comprar a sua liberdade. • NEGROS DO EITO – Os escravos que trabalhavam nas lavouras eram chamados de negros do eito (roça ou plantação). Assim como os que lidavam com a mineração, viviam sob a fiscalização do feitor e trabalhavam até 15 horas por dia. Quando desobedeciam às ordens, podiam sofrer vários tipos de castigos. • ESCRAVOS DOMÉSTICOS – Escolhidos entre aqueles que os senhores consideravam mais bonitos, dóceis e confiáveis. Muitas vezes recebiam roupas melhores, alimentação mais adequada e alguns cuidados. Um problema que os escravos recém-chegados encontravam era saber se comunicar, principalmente para entender as ordens que recebiam. Os escravos que ainda não sabiam falar o português eram chamados de boçais. Os que já tinham algum conhecimento da língua eram chamados de ladinos. Existiam também os crioulos, que eram os escravos nascidos no Brasil e, portanto já estavam integrados à cultura local. Assim que chegavam aqui, os escravos perdiam o direito de usar o seu nome africano e de praticar as suas antigas tradições. Eram batizados segundo a fé católica e recebiam nomes portugueses, como João, Joaquim, Maria. Por isso suas origens acabaram sendo apagadas dos registros históricos. Castigos e violência Uma das características do regime escravocrata é o que confere ao senhor o direito privado de castigar fisicamente o escravo. A exploração da força de trabalho escrava requeria necessariamente mecanismos de coerção que garantissem a continuidade do trabalho. A relação entre senhor e escravo era, assim, marcada pela violência. Do ponto de vista da escravidão, o castigo do escravo era necessário e justo. O sistema escravocrata possuía os mais bárbaros instrumentos de tortura como forma de manter, pelo terror, a dominação sobre os negros. A palmatória foi instrumento de castigo aplicado nas casas-grandes e senzalas, em escravos, assim como nas crianças, sendo um método pedagógico utilizado para moldar comportamentos e hábitos. Palmatória (Debret) O açoite era a pena aplicada ao escravo, usava-se para isso do “bacalhau”, chicote feito com cabo de madeira e de cinco tiras de couro retorcidos ou com nós. Nas fazendas era utilizado para punir pequenas faltas ou acelerar o ritmo de trabalho, com algumas lambadas. Nos casos de delitos graves, o castigo era exemplar, sendo assistidos pelos demais escravos Jean Baptiste Debret (1768-1848): "Execução do Castigo de Açoite" O tronco foi outro instrumento e tortura, consistia num grande retângulo de madeira dividido em duas partes entre as quais havia buracos destinados a prender a cabeça, os pulsos e os tornozelos do escravo. Preso, o escravo permanecia imóvel, indefeso aos ataques de insetos e ratos, em contato com sua urina e fezes, isolado num barracão, até o seu senhor resolver soltá-lo. O tronco. Acervo do Museu Imperial, Rio de Janeiro. A mascara de flandres era usada para punição de furto de alimentos, alcoolismo, ingestão de terra, e, na mineração de diamantes, para impedir que os negros extraviassem as pedras, engolindo-as. A mascara podia cobrir todo o rosto ou apenas a boca, sendo fechada a cadeados por trás da cabeça. Escravo com mascara de flandres. Debret, 1835. Usados para prender, transportar, maltratar ou sujeitar os escravos, os instrumentos de ferro faziam parte do patrimônio das fazendas e das casas. Eram correntes, algemas, cadeados, grilhões, colares, tudo para garantir a submissão dos negros escravos pela tortura e degradação. Os instrumentos de ferro de “castigos e penitências” usados para punir e submeter os escravos: algemas, palmatórias, gargalheiras (espécie de coleira presa ao pescoço do cativo), etc. Acervo do Museu Histórico Nacional, Rio de Janeiro. A resistência dos escravos Muitos escravos não aceitavam a vida que lhes era imposta e resistiam de diversas formas: suicidavam-se, não cumpriam as ordens que recebiam, assassinavam seus senhores, fugiam, rebelavam-se. Alguns africanos sofriam uma depressão profunda, chamada de banzo, o que podia levar a morte por inanição. Alguns escravos fugiam por um tempo, mas retornavam ao seu senhor em troca de melhores condições de vida. Havia também escravos que fugiam e tentavam a sorte em outra região, dizendo ser um liberto. Muitos escravos fugitivos se organizaram em quilombos. Na África, o quilombo era um acampamento militar dos jagas (guerreiros imbangala), e aqui no Brasil se tornou uma comunidade que se organizava para resistir à sociedade escravista. O mais famoso quilombo foi o dos Palmares, fundado na Serra da Barriga, na então capitania de Pernambuco (hoje Alagoas), mas existiram centenas de quilombos por todo território brasileiro. Os senhores de escravos tinham horror a qualquer tipo de resistência, pois além de temerem por suas vidas, temiam perder todo o dinheiro investido na compra do seu escravo Durante os quatro séculos em que a escravidão existiu no Brasil, muitas rebeliões ocorreram, mas pouco se conhece sobre elas, já que nessa época as autoridades máximas eram os próprios senhores de escravos, e poucos deles registraram esses episódios. A rebelião de escravos que mais teve repercussões foi a Revolta dos Malês, em 1835 na Bahia. A Revolta dos Malês (O termo “malê”, é de origem africana e significa “o muçulmano”) De todas as revoltas que ocorreram no Brasil imperial, a dos malês é talvez a mais desafiadora e surreal, sob várias particularidades: foi organizada por escravos muçulmanos que estavam insatisfeitos com a imposição do culto católico sofrida aqui nas terras brasileiras, além de desejar a implantação de um governo muçulmano na Bahia. Em janeiro de 1835, cerca de 1500 escravos estavam preparados para tentar tomar o governo e promover o que seria uma verdadeira revolução no meio do período regencial. Mas para entender por que a revolta ocorreu, nós precisamos entender o que estava acontecendo na região naquela época. Escravidão e imposição: Além de escravizado, o negro era proibido de professar sua fé. Em janeiro de 1835 a situação da cidade de Salvador era a seguinte: metade da população era composta de escravos, e muitos deles eram os chamados escravos de ganho, que realizavam trabalhos remunerados para outras pessoas, em uma espécie de aluguel – o senhor “alugava” o escravo para alguém que precisava de uma mão-de-obra e o escravo acabava ficando com uma porcentagem do dinheiro pago ao senhor pelo serviço. Desta forma muitos escravos juntavam dinheiro e compravam sua alforria, sua liberdade, e assim continuavam prestando serviços para outras pessoas, juntando mais um dinheirinho e até mesmo – não se assustem – chegavam a comprar escravos. Mesmo assim estes escravos de ganho – e muitos negros alforriados – não eram bem tratados pela população “branca”, e eram constantes os episódios de violência contra os negros. E mesmo separados de sua terra natal, na medida do possível os negros mantinham seus costumes. Só que, assim como a capoeira, reprimida pelas autoridades, os costumes religiosos dos negros sempre causaram um certo comichão na Igreja Católica e seus representantes aqui no Brasil pois, óbvio, a grande maioria dos negros – para não dizer “todos” – trazidos da África para cá não eram católicos. Alguns, temendo o chicote, até aceitavam o catolicismo, eram batizados na Igreja Católica mas, secretamente, continuavam a venerar seus orixás. Dúvidas se isto era verdade? Vai na Bahia ver como existe o que a gente chama de sincretismo religioso. Hoje em dia está tudo meio mesclado, já que ritos católicos com o tempo acabaram misturados com elementos do candomblé. É aquela velha máxima do “se não pode vencê-los, junte-se a eles”. Um dia a gente escreve um texto discutindo este sincretismo tupiniquim, o tema é bem interessante. Mas agora vamos voltar ao assunto do texto. Como eu disse, alguns negros aceitavam o catolicismo, mas a Igreja Católica encontrou muita resistência com os malês(1), os escravos que professavam a fé islâmica antes de serem trazidos para o Brasil. Eles não aceitavam a imposição do batismo católico, muito menos desejavam seguir os ritos impostos pela Santa Sé. Para piorar as coisas, o governo em Salvador proibiu qualquer manifestação religiosa que não fosse católica, e a mesquita do bairro Vitória, reduto dos muçulmanos da região, foi destruída. Um dia “alguém” resolveu dar um basta nesta imposição. Pai Inácio, Manuel Calafate, Ahuma e Aprício: alguns dos organizadores da revolta. A ideia dos revoltosos, liderados pelos negros Pai Inácio, Ahuma, Manuel Calafate, Luís Sandim, Elesbão do Carmo, Pacífico Licutan, Luiza Mahin, Aprício, Nicoti e Dissalu era a seguinte: no dia 25 de janeiro, por conta de uma festa católica na cidade de Bonfim, os negros aproveitariam o esvaziamento de Salvador para libertar todos os escravos muçulmanos que ainda não estavam alforriados – principalmente os que ainda estavam presos nas fazendas -, matariam ou escravizariam todos os brancos e mulatos católicos ou contrários ao islamismo, tomariam posse dos quartéis da cidade e dos engenhos e fundariam uma monarquia islâmica na região. Para alcançar este objetivo, arrecadariam dinheiro e comprariam armas e munições. Muitos destes negros muçulmanos trazidos nesta época para o Brasil já tinham experiência de combate com armas, o que deixava os revoltosos confiantes. No dia 25, os negros deveriam se juntar na região do bairro de Vitória e de lá investiriam inicialmente contra os quartéis de Salvador, além de iniciar a tomada da cidade. Só que eles foram delatados por uma negra a um juiz de paz de Salvador, o que frustrou os planos – que originalmente foram escritos em árabe. Uma segunda versão conta que dois negros libertos teriam delatados os malês.. Na noite do dia 24 de janeiro, a polícia invadiu a casa de Manuel Calafate, mas os negros que estavam ali reunidos resistiram aos policiais e seguiram para a cadeia, que ficava em baixo da Câmara Municipal, com o objetivo de libertar Pacífico Licutan.. No desenrolar da revolta eles até chegaram a tomar um dos quartéis da cidade, mas também foram cercados por forças imperiais. Incapazes de poder lutar contra uma força bem maior e mais bem armada, os malês ainda resistiram até o dia 27, mas acabaram subjugados. Tropas imperiais, reforçadas pela polícia de Salvador e por “civis” que não desejavam uma revolta de escravos na região, cerca de 500 negros foram cercados próximos ao quartel da cavalaria em Água de Meninos, onde ocorreu a derradeira batalha. A rebelião acabou com 7 mortos do lado das tropas imperiais e cerca de 70 do lado dos malês(2). Todos os negros capturados – 281 ao todo – foram levados à julgamento. Os líderes foram condenados à morte, enquanto outros receberam penas que variavam de açoites, trabalhos forçados ou o degredo, sendo mandados de volta para a África. Muitos negros, mesmo não identificados “oficialmente” pela justiça sofreram açoites, alguns até a morte, ou foram expulsos do Brasil. As autoridades de Salvador mantiveram o veto do culto islâmico e ainda por cima proibiram a circulação de negros muçulmanos à noite. Mesmo com a revolta dos malês esmagada pelas forças imperiais, o movimento serviu para demonstrar que havia força entre os negros. Na época muitos senhores de engenho e outros proprietários de escravos temiam uma grande revolta negra no Brasil – que acabou não acontecendo – já que o número de escravos era muito grande no país. O medo provocado nas elites pela rebelião foi tão grande que a corte imperial proibiu a transferência de qualquer escravo baiano para qualquer outra região do país. RESISTÊNCIA QUILOMBOLA - Quilombo (Palavra de origem africana, que significa população, união) - Foi frequente, no continente americano, a formação de grupos de escravos fugidos como forma de resistência à escravidão. - No Brasil, esses grupos recebiam o nome de QUILOMBOS ou MOCAMBOS, e seus membros eram chamados de quilombolas ou mocambeiros. A VIDA NOS QUILOMBOS - Embora a população dos quilombos fosse composta principalmente de africanos e seus descendentes, havia também entre eles indígenas ameaçados pelo avanço europeu, soldados desertores, gente perseguida pela justiça ou simples aventureiros e comerciantes. - A vida nos quilombos estava ligada a uma série de atividades: agricultura, caça, criação de animais, coleta, mineração e comércio. - Seus integrantes sustentavam-se por meio de alianças “clandestinas” com escravos de ganho ou libertos e homens livres, principalmente comerciantes. QUILOMBO DOS PALMARES - Considerado o quilombo mais importante, recebeu este nome porque ocupava um extensa região de palmeiras, situada no atual estado de Alagoas e que, na época, fazia parte da capitania de Pernambuco. - Chegou a atingir uma área de 27 mil quilômetros quadrados. Apesar das várias expedições militares organizadas para destruí-lo, o quilombo resistiu por 65 anos (1629-1694). - Em Palmares, os quilombolas criavam gado e cultivavam milho, feijão, cana de açúcar e mandioca, além de realizarem um razoável comércio com os povoados próximos. - Para os senhores de engenho, Palmares representava um desafio permanente, pois era um sinal concreto de que a vida em liberdade era possível para o escravo fugitivo. - O primeiro a líder a se destacar em Palmares foi Ganga Zumba, "grande senhor", entre 1656 e 1678. Pressionado pelos ataques, Zumba aceitou o acordo do governador de Pernambuco, garantindo a liberdade dos negros nascidos em Palmares com a condição de serem devolvidos os negros recém-chegados ao quilombo. - Zumbi (Sobrinho de Ganga Zumba), não aceitou este acordo, passando assim a liderar Palmares e enfrentar vários ataques dos brancos, Zumba acabou destituído e assassinado. - Em 1687, o bandeirante Domingos Jorge Velho e seu grupo foram contratados para destruir Palmares. Entre os ataques, milhares de pessoas morreram pela luta da liberdade. - Zumbi conseguiu escapar, mas foi morto dois anos depois, em 1695, tendo sua cabeça cortada e exposta em praça pública, na cidade de Recife. - A memória de Zumbi permaneceu viva como símbolo da resistência negra à violência da escravidão. O dia de sua morte, 20 de novembro, é lembrado atualmente como DIA DA CONSCIÊNCIA NEGRA - Do passado ao presente a luta continua com algumas conquistas, entre elas, o reconhecimento pela atual Constituição brasileira do direito dos descendentes de quilombolas às terras dos quilombos. - Outra conquista obtida, e que consta da Constituição, foi a definição do racismo como crime inafiançável (Não permite o pagamento de fiança) e imprescritível (Sendo passível de processo judicial e punição penal, independente do tempo passado). - No entanto, algumas perguntas precisam de repostas. Por meio do tráfico negreiro, vieram para o Brasil cerca de 4 milhões de africanos, durante mais de três séculos de escravidão. O Brasil tem a maior população de afro-descendendentes do mundo. * Quais são os projetos reais que valorizam a cultura negra nas Secretarias de Educação e Cultura de nosso país? * Os projetos realizados atendem o número de afro-descendentes do Brasil, estatisticamente falando? * Como ocorre a valorização e respeito da cultura negra em nossas escolas, considerando dados qualitativos e quantitativos? Está na hora do Brasil acordar, verdadeiramente respeitando o valor e a cor de nossa cultura. Bibliografia • novahistorianet.blogspot.br/2009/01/escravido-e-resistncia-no-brasil.html • educacao.uol.br/disciplinas/historia-brasil/revolta-dos-males-rebeliao-de-escravos-muculmanos-em-salvador.htm • historiazine/2011/07/a-revolta-dos-males.html EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO 01.(FUVEST 2009) Trabalho escravo ou escravidão por dívida é uma forma de escravidão que consiste na privação da liberdade de uma pessoa (ou grupo), que fica obrigada a trabalhar para pagar uma dívida que o empregador alega ter sido contraída no momento da contratação. Essa forma de escravidão já existia no Brasil, quando era preponderante a escravidão de negros africanos que os transformava legalmente em propriedade dos seus senhores. As leis abolicionistas não se referiram à escravidão por dívida. Na atualidade, pelo artigo 149 do Código Penal Brasileiro, o conceito de redução de pessoas à condição de escravos foi ampliado de modo a incluir também os casos de situação degradante e de jornadas de trabalho excessivas. (Adaptado de Neide Estergi. A luta contra o trabalho escravo, 2007.) Com base no texto, considere as afirmações abaixo: I. O escravo africano era propriedade de seus senhores no período anterior à Abolição. II. O trabalho escravo foi extinto, em todas as suas formas, com a Lei Áurea. III. A escravidão de negros africanos não é a única modalidade de trabalho escravo na história do Brasil. IV. A privação da liberdade de uma pessoa, sob a alegação de dívida contraída no momento do contrato de trabalho, não é uma modalidade de escravidão. V. As jornadas excessivas e a situação degradante de trabalho são consideradas formas de escravidão pela legislação brasileira atual. São corretas apenas as afirmações: A) I, II e IV B) I, III e V C) I, IV e V D) II, III e IV E) III, IV e V 02 (UDESC 2009) Em 17 de março de 1872 pelo menos duas dezenas de escravos liderados pelo escravo chamado Bonifácio avançaram sobre José Moreira Veludo, proprietário da Casa de Comissões (lojas de venda e compra de escravos) em que se encontravam, e lhe meteram a lenha . Em depoimento à polícia, o escravo Gonçalo assim justificou o ataque: Tendo ido anteontem para a casa de Veludo para ser vendido foi convidado por Filomeno e outros para se associar com eles para matarem Veludo para não irem para a fazenda de café para onde tinham sido vendidos. (Apud: CHALHOUB, Sidney, 1990, p. 30 31) Com base no caso citado acima e considerando o fato e a historiografia recente sobre os escravos e a escravidão no Brasil, é possível entender os escravos e a forma como se relacionavam com a escravidão da seguinte forma: I – O escravo era uma coisa, ou seja, estava sujeito ao poder e ao domínio de seu proprietário. Privado de todo e qualquer direito, incapaz de agir com autonomia, o escravo era politicamente inexpressivo, expressando passivamente os significados sociais impostos pelo seu senhor. II – Nem passivos e nem rebeldes valorosos e indomáveis, estudos recentes informam que os escravos eram capazes de se organizar e se contrapor por meio de brigas ou desordens àquilo que não consideravam justo , mesmo dentro do sistema escravista. III – Incidentes, como no texto acima, denotam rebeldia e violência por parte dos escravos. O ataque ao Senhor Veludo, além de relevar o banditismo e a delinqüência dos escravos, só permite uma única interpretação: barbárie social. IV – O tráfico interno no Brasil deslocava milhares de escravos de um lugar para outro. Na iminência de serem subitamente arrancados de seus locais de origem, da companhia de seus familiares e do trabalho com o qual estavam acostumados, muitos reagiram agredindo seus novos senhores, atacando os donos de Casas de Comissões, etc. V – Pesquisas recentes sobre os escravos no Brasil trazem uma série de exemplos, como o texto citado acima, que se contrapõem e desconstroem mitos célebres da historiografia tradicional: que os escravos eram apenas peças econômicas, sem vontades que orientassem suas próprias ações. Assinale a alternativa correta. A) Somente as afirmativas III e IV são verdadeiras. B) Somente as afirmativas I e III são verdadeiras. C) Somente as afirmativas I, II, IV e V são verdadeiras. D) Somente as afirmativas II, IV e V são verdadeiras. E) Todas as afirmativas são verdadeiras. 03. UFPB 2008) O texto, a seguir, retrata uma das mais tristes páginas da história do Brasil: a escravidão. “O bojo dos navios da danação e da morte era o ventre da besta mercantilista: uma má¬quina de moer carne humana, funcionando incessantemente para alimentar as plantações e os engenhos, as minas e as mesas, a casa e a cama dos senhores – e, mais do que tudo, os cofres dos traficantes de homens.” (Fonte: BUENO, Eduardo. Brasil: uma história: a in¬crível saga de um país. São Paulo: Ática, 2003. p. 112). Sobre a escravidão como atividade econômica no Brasil Colônia, é correto afirmar: A) As pressões inglesas, para que o tráfico de escravos continuasse, aumentaram após 1850. Porém, no Brasil, com a Lei Eusébio de Queiróz, ocorreu o fim do tráfico inter¬continental e, praticamente, desapareceu o tráfico interno entre as regiões. B) A mão-de-obra escrava no Brasil, diferente de outros lugares, não era permitida em atividades econômicas complementares. Por isso, destinaram-se escravos exclusivamente às plantações de cana-de-açúcar, às minas e à produção do café. C) A compra e posse de escravos, durante todo o período em que perdurou a escravidão, só foi permitida para quem pudesse manter um número de, pelo menos, 30 cativos. Essa proibição justificava-se, devido aos altos custos para se ter escravos. D) Muitos cativos, no início da escravidão, conseguiam a liberdade, após adquirirem a carta de alforria. Isso explica o grande número de ex-escravos que, na Paraíba, conseguiram tornar-se grandes proprietários de terras. E) Os escravos, amontoados e em condições desumanas, eram transportados da África para o Brasil, nos porões dos navios negreiros, como forma de diminuição de custos. Com isso, muitos cativos morriam antes de chegarem ao destino. 04. (CESGRANRIO/RJ) No Brasil, o quilombo foi uma das formas de resistência da população escrava. Sobre os quilombos no Brasil, é correto afirmar que a(o): A) existência de poucos quilombos na região norte pode ser explicada pela administração diferenciada, já que, no Estado do Grão-Pará e Maranhão, a Coroa Portuguesa havia proibido a escravidão negra; B) quase inexistência de quilombos no sul do Brasil se relaciona à pequena porcentagem de negros na região, e que também permitiu que lá não ocorressem questões ligadas à segregação racial; C) população dos quilombos também era formada por indígenas ameaçados pelos europeus, brancos pobres e outros aventureiros e desertores, embora predominassem africanos e seus descendentes; D) maior dos quilombos brasileiros, Palmares, foi extinto a partir de um acordo entre Zumbi e o governador de Pernambuco, que se comprometeu a não punir os escravos que desejassem retornar às fazendas; E) maior número de quilombos se concentrou na região nordeste do Brasil, em função da decadência da lavoura cafeeira, já que os fazendeiros, impossibilitados de sustentar os escravos, incentivavam-lhes a fuga 05. (Cesgranrio) No Brasil, o quilombo foi uma das formas de resistência da população escrava. Sobre os quilombos no Brasil, é correto afirmar que o (a): a) maior número de quilombos se concentrou na região nordeste do Brasil, em função da decadência da lavoura cafeeira, já que os fazendeiros, impossibilitados de sustentar os escravos, incentivavam-lhes a fuga. b) maior dos quilombos brasileiros, Palmares, foi extinto a partir de um acordo entre Zumbi e o governador de Pernambuco, que se comprometeu a não punir os escravos que desejassem retornar às fazendas. c) existência de poucos quilombos na região norte pode ser explicada pela administração diferenciada, já que, no Estado do Grão-Pará e Maranhão, a Coroa Portuguesa havia proibido a escravidão negra. d) quase inexistência de quilombos no sul do Brasil se relaciona à pequena porcentagem de negros na região, o que também permitiu que lá não ocorressem questões ligadas à segregação racial. e) população dos quilombos também era formada por indígenas ameaçados pelos europeus, brancos pobres e outros aventureiros e desertores, embora predominassem africanos e seus descendentes. 06. (FUVEST) "...algumas escravas procuram de propósito aborto, só para que não cheguem os filhos de suas entranhas a padecer o que elas padecem". (André João Antonil, CULTURA E OPULÊNCIA DO BRASIL, 1711) Relacione outras formas de resistência do escravo africano, além do mencionado no texto. resposta da questão 16: Algumas formas de resistência negra contra a escravidão eram as fugas, assassinatos de feitores e senhores, banzo, formação de quilombos, feitiçaria, revoltas, destruição das plantações, infanticídio, suicídio, automutilação, etc. 06. (Cesgranrio) No Brasil, o quilombo foi uma das formas de resistência da população escrava. Sobre os quilombos no Brasil, é correto afirmar que o(a): a) maior número de quilombos se concentrou na região nordeste do Brasil, em função da decadência da lavoura cafeeira, já que os fazendeiros, impossibilitados de sustentar os escravos, incentivavam-lhes a fuga. b) maior dos quilombos brasileiros, Palmares, foi extinto a partir de um acordo entre Zumbi e o governador de Pernambuco, que se comprometeu a não punir os escravos que desejassem retornar às fazendas. c) existência de poucos quilombos na região norte pode ser explicada pela administração diferenciada, já que, no Estado do Grão-Pará e Maranhão, a Coroa Portuguesa havia proibido a escravidão negra. d) quase inexistência de quilombos no sul do Brasil se relaciona à pequena porcentagem de negros na região, o que também permitiu que lá não ocorressem questões ligadas à segregação racial. e) população dos quilombos também era formada por indígenas ameaçados pelos europeus, brancos pobres e outros aventureiros e desertores, embora predominassem africanos e seus descendentes. 07 - (UDESC SC/2010) O dia 20 de novembro foi escolhido em 1995 – no contexto das comemorações do tricentenário da morte de Zumbi dos Palmares – como data importante a ser incorporada ao calendário de comemorações. Para o historiador Marco Antonio de Oliveira (2007), porém, este dia não deve servir a ações comemorativas laudatórias com fundo mítico. Assinale a alternativa correta a partir do ponto de vista do historiador. a) No dia 20 de novembro comemora-se a morte de Zumbi dos Palmares, herói negro, que resistiu a escravidão. Como todos os heróis da Nação, Zumbi também tem um dia que deve ser lembrado com festa e alegria na perspectiva do historiador Marco Antonio. b) O dia 20 de novembro é o Dia da Consciência Negra, que marca um tempo de reflexão e de ação na medida em que traduz as lutas dos movimentos negros e a promoção de ações afirmativas de valorização da população afro-descendente brasileira. c) No dia 20 de novembro comemora-se a abolição da escravatura no Brasil. d) Zumbi dos Palmares é um mito heróico da resistência negra; o dia 20 de novembro deve servir para lembrar as ações heróicas empreendidas por ele. e) O Brasil é único Estado a dedicar um feriado nacional a um herói negro, o que demonstra sua benevolência para com as populações afro-descendentes brasileiras, bem como a valorização destas. 08. (CESGRANRIO/RJ) No Brasil, o quilombo foi uma das formas de resistência da população escrava. Sobre os quilombos no Brasil, é correto afirmar que a(o): A) existência de poucos quilombos na região norte pode ser explicada pela administração diferenciada, já que, no Estado do Grão-Pará e Maranhão, a Coroa Portuguesa havia proibido a escravidão negra; B) quase inexistência de quilombos no sul do Brasil se relaciona à pequena porcentagem de negros na região, e que também permitiu que lá não ocorressem questões ligadas à segregação racial; C) população dos quilombos também era formada por indígenas ameaçados pelos europeus, brancos pobres e outros aventureiros e desertores, embora predominassem africanos e seus descendentes; D) maior dos quilombos brasileiros, Palmares, foi extinto a partir de um acordo entre Zumbi e o governador de Pernambuco, que se comprometeu a não punir os escravos que desejassem retornar às fazendas; E) maior número de quilombos se concentrou na região nordeste do Brasil, em função da decadência da lavoura cafeeira, já que os fazendeiros, impossibilitados de sustentar os escravos, incentivavam-lhes a fuga.
Posted on: Thu, 05 Sep 2013 22:06:48 +0000

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