Acabo de assistir o filme Xingu, do diretor Cao Hamburguer. Estou - TopicsExpress



          

Acabo de assistir o filme Xingu, do diretor Cao Hamburguer. Estou ainda atordoado e com a vibrante canção - tocada ao final - que não me sai da cabeça. Como pode a “civilização” considerar “menor” tudo o que não é espelho e, então, sob o discurso de “levar o progresso aos confins do Brasil”, cometer genocídios contra civilizações inteiras? Vilas boas, o que estes jovens irmãos encontraram diante de si mesmos, jamais tiveram tempo para filtrar, digerir, discernir. Decisões tomadas ali, tão rápidas que razão alguma poderia medir ou julgar seus atos, alias, razão e emoção misturaram-se o tempo todo. Estes três irmãos, cada com sua individualidade, dotados de traços tão seus, num ímpeto decidiram viver a intensa e pretensiosa aventura de seguir a “marcha para o Oeste” , percorrendo terras nunca antes habitadas pelo “homem branco”, o “civilizado”. Quantas emoções e angústias. O homem e seu tempo. Destino, ele existe? Se sim, o que foi feito dele nesta história? Sinceramente eu não vi. O que vi ali foram escolhas. Estes homens, ao adentrarem por terras desconhecidas, esperaram encontrar o que procuravam: novidades. No entanto, saberiam eles quais as consequências que estas descobertas lhes trariam e o quanto elas “pesariam sobre suas cabeças”? Não, eles não são heróis. São homens grandiosos. Defini-los como heróis é como destituí-los de suas condições de humanos e isto sim seria uma completa injustiça. São humanos tanto como o são também a imensa nação indígena que tiveram contato. Desumanos são os que veem de fora e não fazem o mínimo esforço para entrar, olhar para dentro. Cao Humberto, brilhantemente conseguiu trazer a humanidade para o cinema e mostrar como o seu lado oposto, o desumano. Cao fez do filme pura arte, delicadeza em formato de denúncia a qual me sinto no dever de compartilhá-la. O filme nos mostra que, se existem protagonistas, estes são, também, os guerreiros indígenas. Valeu a pena conhecer esta história que mexe profundamente e constrange, mas, acima de tudo, nos torna mais conscientes de nosso ser e estar no mundo. Um filme excelente. youtube/watch?v=yoSdc4cq5n0#t=22
Posted on: Fri, 13 Sep 2013 07:48:23 +0000

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