Aldir Blac Com suas letras, muitas vezes beirando o - TopicsExpress



          

Aldir Blac Com suas letras, muitas vezes beirando o escatológico, outras de um lirismo deliciosamente suburbano, Aldir Blanc é um admirável cronista carioca. Com assinatura pessoal e reconhecível já a partir da primeira frase, ele renova e mantém viva uma tradição que tem entre seus primeiros mestres na música popular Noel Rosa, mas que também se encontra no teatro e nas crônicas de Nelson Rodrigues, nos livros de um João Antônio, nas telas de um Rubens Gerchman, nos filmes dos anos 50 de um Nelson Pereira dos Santos. Ou, voltando à MPB, faz um inventário dos tipos e das ruas cariocas em canções como “De frente pro crime”, “Encontros cariocas”, “Kid Cavaquinho”, “Catavento e girassol”, “Mico-preto”, “Cachaça, árvore e bandeira”, “Delírio carioca”, “Dobra a língua”, “Dois pra lá, dois pra cá’, “Miss Suéter”, “Só dói quando eu rio”, “Prêt-à-porter de tafetá” e “Incompatibilidade de gênios”, que é comparável às fotografias da paisagem da cidade na obra de Tom Jobim (“Samba do avião”, “Corcovado” etc.). Tais retratos do Rio, e do Brasil, botam Aldir entre os cinco maiores letristas da música popular brasileira. Letrista-compositor que mostra saber a diferença que existe entre os textos que escreve para as canções com a poesia e que também muito contribui para a música de seus parceiros. Prova maior disso é que o estilo sincopado ou embolerado dos sambas que fez com João Bosco prosseguiu em muitas das parcerias com Guinga, Edu Lobo, Moacyr Luz e Cristóvão Bastos. No disco solo “50 anos”, que gravou com convidados em 1996 para comemorar o meio século de vida que completava, Aldir reafirmou suas principais características. Nas 20 faixas, a maioria eram composições inéditas – entre os grandes sucessos apenas foram incluídos “O bêbado e a equilibrista” (com João Bosco) e o pot-pourri com “Nação” (parceria com João Bosco e Paulo Emílio), “Querelas do Brasil” (com Maurício Tapajós) e “Saudades da Guanabara” (com Moacyr Luz e Paulo César Pinheiro). Nas restantes, Aldir alternou parcerias que iam de Guinga a Ed Motta, passando por Edu Lobo, Cláudio Jorge, Raphael Rabello, João de Aquino, Ivan Lins, mostrando uma exuberante criatividade e variado leque de temas. Texto de Antonio Carlos Miguel Selecionei " Dois pra lá, dois pra cá", na linda interpretação de Elis Regina. Vamos curtir?
Posted on: Thu, 08 Aug 2013 14:30:03 +0000

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