Alguns argumentos que estão sendo usados para combater a vinda - TopicsExpress



          

Alguns argumentos que estão sendo usados para combater a vinda dos médicos cubanos e a postura de alguns médicos brasileiros frente aos últimos episódios. Texto extraído de várias fontes. Sobre o Racismo “Escravos, escravos,.. incompetentes, incompetentes,... voltem para a senzala”. Essa foi a recepção dada aos médicos cubanos em Fortaleza, feita por uma pequenina parcela dos médicos, jovens de uma elite do Brasil que não estão nem um pouco preocupados com a situação do nosso país e nem com infraestrutura. Nas redes sociais também foi dito “Esses médicos cubanos tem uma cara de empregada domestica, será que são médicos mesmo? Coitada da nossa população. Será que eles entendem de dengue? Febre amarela? Deus proteja nosso povo”. Se isso não é racismo ou preconceito, então eu não sei o que é. Lembro-me que na Europa houve uma grande ira contra os imigrantes de países pobres, sendo muitos desses brasileiros. Fiquei revoltado na época com a postura que esses europeus trataram os nossos. E agora fazemos a mesma coisa! Fiquei também revoltado e indignado. Principalmente porque os cubanos não vieram pra cá para tirar emprego de ninguém. Os lugares que eles vão atuar são onde os médicos brasileiros se recusaram ir, no interior do Brasil e lidar com a população pobre e humilde. Por isso podem falar o que for, mais a pura verdade é que esse discurso, feito por uma minoria corporativista, feita pelo CNM, pela oposição e pela a grande mídia, trás em sua essência e camuflada o ódio de classe e o racismo o preconceito. Sobre a Infraestrutura As vagas não foram preenchidas, pois a classe médica se recusa a aderir a tais projetos, alegando falta de estrutura. Ora, muito se pode fazer com uma estrutura básica, se trabalharmos com a atenção primária, preventiva, num sistema efetivo complementado por postos de saúde, UPAs e hospitais de referência regionais. Fico aqui pensando então em países miseráveis que passaram por guerras e ocupações, como Somália, regiões da África, Haiti, etc. Nesses locais existem grandes missões humanitárias inclusive com muitos cubanos lá. Usando o argumento da infraestrutura, nesses locais não tem nenhuma. Mas milhares de vidas vêm sendo salvas. As novas medidas propostas pelos Ministérios da Saúde e da Educação visam ampliar as vagas nas universidades públicas de medicina e de residência médica, além de aumentar para 8 anos o curso de medicina, incluindo um módulo de 2 anos de atendimento no SUS – muito plausível, considerando que seu curso foi custeado por impostos pagos pela população. O Mais Médicos faz parte de um “amplo pacto de melhoria do atendimento aos usuários do SUS”, com objetivo de acelerar os investimentos em infraestrutura e ampliar o número de médicos nas regiões carentes do país, como os municípios do interior e as periferias das grandes cidades. Para melhoria da infraestrutura, o governo federal está ampliando e acelerando investimentos em reformas, ampliação e construção de unidades básicas de saúde, Unidades de Pronto Atendimento (UPA) e hospitais, totalizando R$ 12,9 bilhões até 2014. Deste montante, R$ 7,4 bilhões já estão contratados para obras de 818 hospitais, 877 UPAs e 16 mil unidades básicas e outros R$ 5,5 bilhões serão aportados até 2014. Os municípios participantes do programa terão obrigatoriamente de acessar esses recursos. A oferta de vagas para os cursos de medicina no Brasil cresceu 61,7% em dez anos, passando de 11.243 vagas em 2002 para 18.186 em 2012. Além disso, foram criadas alternativas para financiamento da graduação como o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) e o Programa Universidade para Todos (ProUni). Nos últimos dois anos, dobrou a oferta de bolsas de residência em instituições públicas para ampliar a formação de especialistas em áreas estratégicas para o SUS. O número de vagas abertas com financiamento do Ministério para esses cursos passou de 758, em 2011, para 2.881, em 2013. A expectativa é que sejam criadas mais de 11 mil novas vagas em cursos de medicina até 2017, com foco na melhor distribuição da oferta nas regiões onde há necessidade de ampliar a formação desses profissionais. Está prevista também a ampliação dos cursos de residência, direcionada às especialidades que o SUS mais precisa, como pediatria, medicina da família e comunidade, psiquiatria, neurologia, radiologia e neurocirurgia. A graduação em medicina, aliada à residência, é um importante fator para a fixação do profissional. Sobre o Trabalho Escravo Sobre a questão do trabalho escravo, entenda. Cuba é um país socialista e por isso, gostemos ou não, as coisas não funcionam exatamente como em um país capitalista. Como é um país socialista, há a preocupação de manter baixos os índices de desigualdade econômica e social. Por isso nenhuma empresa ou governo estrangeiro contrata trabalhadores cubanos diretamente, em Cuba ou no exterior (nesse caso quando a contratação é resultado de um acordo entre estados). Todos são contratados por empresas estatais que recebem do contratante estrangeiro e pagam os salários aos trabalhadores, sem grande discrepância em relação ao que recebem os que trabalham em empresas ou organismos cubanos. Os médicos que trabalham no exterior recebem mais do que os que trabalham em Cuba. Mas algo como nem muito que seja um desincentivo aos que ficam, nem tão pouco que não incentive os que saem. Eles estão aqui sabendo da situação e estão de coração. Eles não estão aqui por dinheiro. Coisa que parece estranha em nosso mundo capitalista. Mais é a realidade cubana. O governo dos Estados Unidos tem um programa especial para atrair médicos cubanos que trabalham no exterior. Eles são procurados por funcionários estadunidenses e lhes são oferecidas inúmeras vantagens para “desertar”, como visto de entrada, passagem gratuita, permissão de trabalho e dispensa de formalidades para exercer a atividade. Os que atuam na América Latina são os mais procurados e uma condição para serem aceitos no programa é que critiquem o sistema político cubano e digam que os médicos no exterior são oprimidos e mantidos quase como escravos. Os que aceitam as ofertas dos Estados Unidos, os que emigram para outros países ou ficam no país que os recebe depois de terminado o contrato representam cerca de 3% dos efetivos. No Brasil, mantida essa média, pode-se esperar que até 120 dos quatro mil médicos cubanos “desertem”. O que tá por detrás desse discurso A verdade é que a indústria da doença está em cheque. Os grandes carteis dos laboratórios de remédios, dos grandes Hospitais particulares estão com medo de perder esse lucrativo e bilionário mercado. E para cobrir o real interesse são usados vários argumentos, como por a qualidade da formação dos Médicos Cubanos, falta de infraestrutura, trabalho escravo, etc. Vamos falar um pouco dos médicos brasileiros. Não falo da maioria, mas de uma boa parcela. Pois existem muitos médicos bons e comprometidos em salvar vidas. É corrente assistirmos as centenas de mortes por erros na aplicação de medicamentos; o atendimento desumano, porco e desleixado que ocorrem em muitos hospitais; das centenas de médicos brasileiros pagos pelo SUS que abandonam o atendimento em Pronto Socorros, Unidades de Saúde, sendo que em muitos lugares nem aparecem para atender os pacientes, mesmo remunerados para esse fim. E os subornos de médicos que ao realizar cirurgias pelo SUS cobra acréscimos e subsídios financeiros do paciente como forma de garantir o atendimento. Usam a desculpa que o médico precisa falar bem o português, o que é uma grande falácia, pois a grande maioria dos médicos Brasileiros poucos conversam com o paciente nas consultas, e as vezes nem olha na cara. Estou falando alguma mentira? O Mais Médico busca a interiorização dos profissionais médicos, oferecendo salário que aumentou para R$ 10 mil, especialização em serviço, progressão na carreira, pontuação para uma segunda especialização e residência para médicos que realizarem serviços de atenção primária à população dos municípios do interior e periferias de grandes cidades. Preferencialmente foi dado a possibilidade para os médicos brasileiros que tivessem interesse. A Qualidade da medicina e dos médicos cubanos Indiscutivelmente o modelo de medicina integral, preventivo, comunitário e humanizado fez com que Cuba fosse reconhecida internacionalmente como um dos melhores sistemas universais de saúde do mundo, pela OMS, gozando dos mais altos níveis de indicadores, o que a coloca na posição 51 no relatório de desenvolvimento da ONU, com um alto desenvolvimento humano e social. Desde 1963, com o envio da primeira missão médica à Argélia, Cuba trabalha no atendimento de populações pobres do mundo, atuando exatamente nas regiões mais problemáticas e sem infraestrutura. A grande mídia não fala, mas você sabia, por exemplo, que médicos cubanos já trabalharam no Brasil, atendendo a comunidades pobres e distantes nos estados de Tocantins, Roraima e Amapá? Não houve nenhuma reclamação quanto à qualidade desse atendimento e nenhum problema com o conhecimento restrito da língua portuguesa. Os médicos cubanos tiveram de deixar o Brasil por pressão do corporativismo médico brasileiro – liderado por doutores que gostam de trabalhar em clínicas privadas e nas grandes cidades. A grande imprensa não conta também que há mais de 30 mil médicos cubanos trabalhando em 69 países da América Latina, da África, da Ásia e da Oceania, lidando com pessoas que falam inglês, francês, português e dialetos locais. Só no Haiti, onde a população fala francês e o dialeto creole, há 1.200 médicos cubanos – que sustentam o sistema de saúde daquele país e, como profissionais com alto nível de educação formal, aprendem rapidamente línguas estrangeiras. O professor John Kirk, da Universidade Dalhousie, no Canadá, estudou a participação de equipes de saúde de Cuba em vários países e é dele a frase seguinte: “A contribuição de Cuba, como ocorre agora no Haiti, é o maior segredo do mundo. Eles são pouco mencionados, mesmo fazendo muito do trabalho pesado”. Segredo porque a imprensa internacional – especialmente a estadunidense — não gosta de falar do assunto. Kirk contesta o argumento de que os médicos cubanos que atendem as comunidades pobres em vários países não são eficientes por não dominar as últimas tecnologias médicas: “A abordagem high-tech para as necessidades de saúde em Londres e Toronto é irrelevante para milhões de pessoas no Terceiro Mundo que estão vivendo na pobreza. É fácil ficar de fora e criticar a qualidade, mas se você está vivendo em algum lugar sem médicos, ficaria feliz quando chegasse algum”. O problema dos que contestam a vinda de médicos estrangeiros e, em especial dos cubanos, é que as pessoas que passam anos ou toda a vida sem ver um médico ficarão muito felizes quando receberem a atenção que os corporativistas do Brasil lhes negam e tentam impedir. Um sistema irreal A citação a seguir é do New England Journal of Medicine: “O sistema de saúde cubano parece irreal. Há muitos médicos. Todo mundo tem um médico de família. Tudo é gratuito, totalmente gratuito. Apesar do fato de que Cuba dispõe de recursos limitados, seu sistema de saúde resolveu problemas que o nosso [dos EUA] não conseguiu resolver ainda. Cuba dispõe agora do dobro de médicos por habitante do que os EUA”. Menções elogiosas ao sistema de saúde cubano e a seus profissionais são frequentes em publicações especializadas e ditas por autoridades médicas e organizações internacionais, como a Organização Mundial de Saúde, a Organização Panamericana de Saúde e o Unicef. Mas mesmo assim, querendo negar a realidade, médicos e políticos brasileiros insistem em negar o óbvio, chegando ao absurdo de dizer que nossa população está correndo riscos ao ser atendida pelos cubanos. Para começar, os indicadores de saúde em Cuba são os melhores da América Latina e estão à frente dos de muitos países desenvolvidos. A mortalidade infantil, por exemplo (4,8 por mil), é menor do que a dos Estados Unidos. Aliás, para os que gostam de dizer que Cuba estava melhor antes da revolução de 1959, naquela época era de 60 por mil. A expectativa de vida dos cubanos é também elevada: 78,8 anos. Outro aliás quanto aos saudosistas: em 1959, Cuba tinha seis mil médicos, sendo que três mil correram para os Estados Unidos quando viram que não haveria mais lugar para o sistema privado de saúde e que os doutores elitistas e da elite perderiam seus privilégios. Hoje tem 78 mil médicos, um para cada 150 habitantes, uma das melhores médias do mundo. Isso permite a Cuba manter mais de 30 mil médicos no exterior. Desde 1962, médicos cubanos já estiveram trabalhando em 102 países. Em 2012 formaram-se em Cuba 5.315 médicos cubanos em 25 faculdades públicas e 5.694 estrangeiros, que estudam de graça na Escola Latino-americana de Medicina (Elam). A Elam recebe estudantes de 116 países, inclusive dos Estados Unidos, e já formou 24 mil estrangeiros. Os médicos cubanos se formam após seis anos de graduação, incluindo um de internato, e mais três ou quatro anos de especialização. Os generalistas, que atendem no sistema Médico da Família (um médico e um enfermeiro para 150 a 200 famílias, e que moram na comunidade que atendem) são preparados para atuar em clínica geral, pediatria, ginecologia-obstetrícia e fazer pequenas cirurgias. Dos quatro mil médicos que vêm para o Brasil, todos têm especialização em medicina de família, 42% já trabalharam em pelo menos dois países e 84% têm mais de 16 anos de atividade. Grande parte já atuou em países de língua portuguesa, na África e em Timor-Leste. Foi em Timor, a propósito, que ocorreu o fato seguinte: o embaixador estadunidense exigiu do então presidente Xanana Gusmão que expulsasse os médicos cubanos. Xanana perguntou quantos médicos dos Estados Unidos havia no Timor-Leste e quantos o país mandaria para substituir os mais de duzentos cubanos que estavam lá. Diante da resposta, de que havia apenas um, que atendia os diplomatas norte-americanos, e que não viria mais nenhum, Xanana, simplesmente, disse que os cubanos ficariam. E estão lá até hoje. Falando português. brasil247/pt/247/saudeebemestar/112703/ luizmullerpt.wordpress/2013/08/25/corem-diante-desta-negra-doutores-ela-tem-o-que-os-senhores-perderam/ pragmatismopolitico.br/2013/08/brasileiros-formados-em-cuba-destacam-rompimento-com-a-ditadura-do-dinheiro.html vilamamifera/dadada/a-distancia-cada-vez-maior-entre-os-medicos-brasileiros-e-o-resto-do-mundo/
Posted on: Wed, 28 Aug 2013 19:52:12 +0000

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