Alguém aí já parou pra prestar atenção na Homer - TopicsExpress



          

Alguém aí já parou pra prestar atenção na Homer Simpsonização dos personagens das obras de ficção Capitão James Tiberius Kirk, personagem digno de ser levado a sério na primeira temporada da série clássica de Star Trek, foi se tornando gradativamente um clown canastrão e mulherengo, culminando naquela participação ridícula e canastrona que pôs fim ao personagem em Generations. Em Matrix, Neo era um visionário predestinado com poderes que nem ele conhecia, Morpheus um homem que acreditava no fio de esperança e Trinity uma obstinada. No último filme, Neo tinha virado um Supermouse, Morpheus um Afro-Beato Salú e Trinity uma Amélia. Na nova Battlestar Gallatica, só não conto o fim da Starbucks porque sei que teve gente que não assistiu ainda na minha timeline, mas admitamos que a coisa descambou para o ridículo. Na maioria das séries de longa duração, um pequeno demônio chamado pesquisa de mercado e também os produtores agem de modo a exagerar características empáticas dos personagens das obras de ficção no ponto em que elas se tornam caricaturas forçadas do que eram a princípio. Por que cito Homer Simpson? Porque é o caso clássico de um personagem cujas características foram radicalmente modificadas e exageradas. Pegue um episódio da primeira temporada de Os Simpsons e reparem: Homer surge como um homem de inteligência mediana, um bronco do interior americano, com propensão ao alcoolismo e um filho chato pra cacete. Tinha alguns rompantes de sabedoria, dentro das suas limitações, e era moderadamente articulado. O protagonista era o Bart. Agora vejamos o que aconteceu: Homer Simpson hoje é um completo doente mental sem noção, sem limites, e sem noção nenhuma do que faz. Bart, seu filho, ganhou uma consciência mínima das peças que pregava e foi rebaixado a coadjuvante do pai inconseqüente. Vejo isso nos Simpsons, mas vejo também em uma série de outros sitcoms, franquias cinematográficas e literárias. Uma conformação da criação a gostos e preferências de mercado em um ponto no qual a obra se subverte e se torna escrava do espectador/leitor. Seria como transformar o Lord Henry Wotton de The Picture of Dorian Grayem um sujeito boa praça no final por conta de um eventual sucesso com o público feminino.
Posted on: Fri, 01 Nov 2013 15:27:10 +0000

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