Amigo do Facebook, Ok, você está puto. Pessimista. Começou a lutar pela revogação da passagem. Gritou "Se a tarifa não baixar, a cidade vai parar". Tomou bomba da polícia. Foi surpreendido por um ato nacional enorme na segunda - e ali já começou a achar ruim o que acontecia, porque parecia que tava virando caminhada pela paz. Terça você foi pro centro. Achou tudo mais estranho, desorganizado. Cheio de gente querendo fazer social. Hoje, você tá aí preocupado com um golpe e fica falando mal da massa despolitizada que tomou as ruas. É, eu passei por isso. Bom, você deveria estar CANSADO de saber, a esta altura do campeonato, que a maior arma do PODER OPRESSOR é o MEDO. É através dele que a opressão opera. E ele faz você ficar cego, e só enxergar a ameaça - e deixar de lado os sinais de luz. Vamos lá: quando você gritou "a cidade vai parar", você não sabia com quem estava mexendo? Sabia, vai. Não era com o Alckmin, nem com o Haddad. E você sabia disso. E deveria saber que era ÓBVIO que eles partiriam pra cima. E achava que quem viesse pro movimento fosse ser politizado? Ah, faça-me o favor. Bom, vamos aos fatos, que você nesse afã de pessimismo deve estar esquecendo. 1-) O Alckmin proibiu helicópteros na segunda. Maquiou os números. 2-) A população está conversando sobre política. Tipo assim, muito. E está querendo conversar. E isso elucida algumas questões - e deixa de perna bamba quem detém o poder. O encontro e a troca de informações entre as pessoas é, sabidamente, o maior instrumento de revolução. Não é à toa que é aí que opera o fascismo. 3-) Não há uma liderança clara no movimento que tá rolando. Tampouco é muito clara a liderança que poderia ganhar a massa num golpe. 4-) Os olhos da mídia do exterior estão aqui. 5-) A FIFA mandou o Pelé dar aquele discurso. Entendam, este discurso do Pelé é típico de quem está acuado. E muito acuado. E não falo da direita brasileira - falo do conservadorismo mundial, representado aqui pela FIFA. O mundo mudou desde 64. Está em colapso, a utopia capitalista (sim, utopia capitalista) já não convence mais. Não há uma hegemonia lá fora pra reconhecer um governo claramente golpista a esta altura do campeonato - o Brasil é a menina dos olhos do mundo. Um país que tem crescido muito e que tem olhos para o social (porque o mundo atual tem esse olho para o social). Agora, você mexeu com quem não devia e agora fica com medo de golpe? Pára. Por favor. O risco é iminente. E é por isso que você precisa AGIR - e não ficar lamentando os coxinhas. Se você não agir, estará sendo omisso e pagaremos muito caro por omissão de quem pensa. São mais de 500 anos de opressão. Não é pouco. É muita coisa guardada, muito tabu não trabalhado. O povo está órfão, doente - e não sabe exatamente a causa. Sente os sintomas, grita por eles, mas a verdadeira causa não é nem de longe percebida, porque o Poder agiu muito bem pra tirar isso de seu estreito horizonte. O povo brasileiro tá enfurecido porque sente que tem, pela primeira vez na História, a chance de construir uma nação sem ficar de rabo preso com uma superpotência. Independente, at least. E o movimento é anárquico. Não tem liderança, age em muitas frentes e parece saber onde bater - em São Luís, por exemplo, os Sarneys não devem estar dormindo. Bom, como agir? A internet já provou a força de um movimento "viral". Assim, se infiltre no povo - dentro e fora dos protestos. Puxe assunto. Converse. Converse. Converse. Debata. Não fuja de embates. Faça as perguntas certas, não permita evasivas, tente dar xeque-mate. No facebook e também pessoalmente. Não se isentar de emitir opinião quando ver qualquer resquício de discurso conservador (como um que vi por aqui que dizia "Ronaldo, sabemos que Copa se faz com estádios, não com hospitais - e suruba se faz com mulheres, não com travestis"). Não fugir de questões polêmicas, mas ser obviamente gentil. Tentem levar a pessoa a entender que o PODER não é o nosso governo. Que o governo é subordinado a ele, e sempre foi assim. Isto é importante pra tirar das costas da Dilma, que é o alvo principal. Não precisa defender ela - é só não deixar ela ser vista como "a responsável". Quem sabe, distribuir panfletos com o editorial dO Globo de 64 - pragmatismopolitico.br/2013/03/editorial-globo-celebra-golpe-militar-de-1964.html Mas, pra isso, acho que o vermelho não é a cor. Sabemos o ranço que ele tem. Melhor mesmo deixá-lo de lado. Não é necessário. É difícil, dá trabalho. Muito. Os discursos são fracos, claramente manipulados. Mas não podemos nos permitir voltar atrás. Já não é possível. Quem partiu pro tudo-ou-nada fomos nós. Agora, chega de medo e vamos pro tudo-ou-nada. texto de https://facebook/ivanmontanarilima
Posted on: Fri, 21 Jun 2013 16:20:06 +0000
Trending Topics
Recently Viewed Topics
© 2015