Amor pleno não se completa independente da vontade dos envolvidos - TopicsExpress



          

Amor pleno não se completa independente da vontade dos envolvidos no novo filme de Terrence Malick Efrém Ribeiro “Amor pleno”, o filme do cineasta Terrence Malick, é um título irônico. Porque no filme, ele não existe, não se completa , é inacabado, traiçoeiro e incapaz de ir de encontro com a natureza. É uma história de amores. Entre Marina (Olga Kurylenko) e Neill (Ben Affeck), entre o padre Quintana (Javier Bardem) com Deus e sua comunidade. Neill (norte-americano) se encontra com Marina (francesa ou se for igual a atriz é ucraniana) em Paris. O amor e a paixão florescem. Se tem o amor em um cenário da romântica Paris, do clima europeu. A vida faz com que o casal volte para a terra do marido, Oklahoma, nos Estados Unidos. Aparecem as dúvidas, a traição dele, que se reencontra com uma ex, Jane (Rachel McAdams). Começa as brigas, as tentativas de reconciliação, a separação mesmo com a permanência, as brigas, as malas feitas e refeitas, a volta de Marina a Paris, o retorno para Oklahoma, a pressão de uma filha para ficar com o pai, um europeu. Há amor entre Marina e Neill, mas a natureza e os outros atrapalham que seja pleno e se complete. Até um amante de fim de tarde surge para Marina, em cenas de uma secura e solidão sem fim. O amor incondicional do padre Quintana também não se completa. Ele está feliz ajudando sua comunidade., de quem é muito querido. Mas a igreja o transfere neste momento, entra a crise na relação com Deus. A câmera de Terrence Malick, que tem uma fotografia criativa e desconcertante do mexicano Emmanuel Lubezki, não para. Vai dos grandes planos da cidade, dos estacionamentos, dos vitrais, de Oklahoma, de Paris. Imagens às vezes tortas para mostrar tudo, ângulos quase impossíveis. Tudo regido para que a natureza seja grande e os homens pequenos. Tudo para dizer que a natureza determina e mostrar homens sem força ou necessidade de mostrar sua força. As imagens da natureza, como em seu filme anterior, “A árvore da vida”, são quase um culto à divindade. Não se sabe com certeza se é de Deus que Terrence Malick está falando ou do Deus dos pagões, da natureza em si como divina. Há um canto religioso nas imagens e ideias de Terrence Malick. Ele gosta de retratar vitrais de igrejas, de escadas que vão rumo ao céu, mas tudo é tão tumultuado e sem resultado feliz para humanos e para os seres vivos que se imagina que sua religião é mais estética do que louvar a algum Deus. Assistir Terrence Malick e acompanhar o seu cinema é um acontecimento. Demora para filmar, tem os melhores atores e atrizes às disposição. Não pode que os atores falem muito e como os personagem aparecem à toa entre cenários e imagens. É uma experiência religiosa assistir o que o Deus Terrence Malick escolhe para mostrar e fazer refletir, mas ao contrário da natureza e dos homens sua arte de completa e causa uma estranha felicidade.
Posted on: Sat, 27 Jul 2013 17:42:58 +0000

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