Análise econômica dos efeitos das manifestações no Brasil. A - TopicsExpress



          

Análise econômica dos efeitos das manifestações no Brasil. A liberdade de expressão, um dos preceitos básicos dos países democráticos, está assegurada no artigo 19 da Declaração Universal dos Direitos Humanos, de 1948. Esta liberdade de expressão assegura à população o direito de manifestar sua opinião, em favor ou contrária a quaisquer assuntos, ou seja, torna legítimo o protesto contra as atitudes irresponsáveis e corruptas de seus governantes. As manifestações, em sua maioria, têm a intenção de chamar a atenção para determinados assuntos, para que, assim, o agente manifestante, que no caso específico do Brasil é a população, seja ouvido. Da forma que se percebe a situação, este grupo já alcançou esta posição, onde é ouvido. Entretanto, o que ocorre hoje, em Brasília, Vitória, Rio de Janeiro e tantas outras capitais, foge dos princípios básicos das manifestações, no que diz respeito à forma como são realizadas. Percebe-se a ação de grupos que confrontam policiais não na intenção de exigir direitos, mas de destruir patrimônio e causar confusão. O exemplo que se segue, no âmbito econômico, pode parecer simples, único, regional, mas é real. Talvez seja algo que a população demore um pouco para perceber, mas deve ser tratado com muita seriedade e imediatamente: A cidade de Nova Serrana, localizada na região centro oeste do estado de Minas Gerais, é predominantemente industrial, voltada à produção e comercialização de calçados, bem como atividades inerentes ao processo. Segundo dados da ABICalçados (Agência Brasileira das Indústrias de Calçados), nos cinco primeiros meses do ano de 2013 a exportação de calçados caiu 9,17% ao passo que a importação subiu em torno, não se assustem, de 250%. Não é um segredo o que isso causa à indústria. A falta de austeridade do governo em sua administração e a inexistência de um política protecionista à indústria nacional é algo irresponsável, anti nacionalista e predatório, que dificulta a competitividade dos produtos brasileiros. Com a onda de depredações, saques e vandalismo que ocorre hoje à noite, dia 20 de junho de 2013, o comércio pára. Quer goste, quer não goste, o sistema econômico predominante mundial é o capitalismo, movido justamente à base do comércio. Este clima de tensão no país, de insegurança e de "oba oba" é arriscado. A lógica é simples: Pessoas não saem para comprar em dias de protestos, que já são muitos (e já alcançaram o objetivo de mostrar a insatisfação da população, ou seja, pode passar à fase de negociação), além disso, as lojas, comércios e serviços em geral têm fechado mais cedo. Com isso o consumo interno diminui e consequentemente a demanda por produtos. Eis que aí surge o quadro atual da cidade supracitada: Queda brusca nos negócios e incapacidade para reverter a situação. Ainda nesta mesma lógica, esta queda de demanda pode causar (e já causou) a demissão de grandes números de funcionários (aumento de desemprego). Há fábricas que chegaram a demitir 300 funcionários neste mês (junho de 2013). Para os governantes isto pode representar pouco, para alguns grupos pode representar pouco, para os manifestantes de outras cidades pode representar pouco, mas e para aqueles que não tem mais o emprego? Não é que se defenda nesta análise uma posição comodista, conformista ou contrária à realização dos protestos. Contudo, o método de realização é essencial para o sucesso da operação. O momento que o país vive é único e será lembrado para sempre, mas é necessário que haja responsabilidade por parte de seus realizadores. O que querem? Querem quebrar prédios, queimar pneus, jogar bombas em policiais, foguetes, bombas de fabricação caseira ou mesmo pedras? Não é por aí. Agora que a população já foi ouvida pode-se fazer a negociação com o governo e acompanhar melhor a ação de seus governantes. O risco de caos econômico, guerra civil e intervenção militar pode soar como algo distante, mas não é. Finger prints / 2013.
Posted on: Fri, 21 Jun 2013 01:13:51 +0000

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