Após uma semana de dores e febre e delírios - por culpa dos - TopicsExpress



          

Após uma semana de dores e febre e delírios - por culpa dos cogumelos (não que tenham muito a ver) - finalmente estou, digamos, curado. Passei muito mal. Muito mesmo. E como estou sem plano de saúde, tive que ir a UPA. Pois é... Cheguei onze e meia; uma vez lá, fiz um registro qualquer, uma classificação de risco cuja a enfermeira (nada) simpática escutou só as três primeiras palavras de um discurso aprontado quando eu ainda estava no carro e saiu pondo uma pulseira escrito "Alergia" em mim, o que no idioma upês significa "Sacrifício pro Canhoto". Preciso dizer, a infra-estrutura é bacana: limpinha, o espaço é pequeno, mas bem dividido e sem ser (muito) claustrofóbico. Já na sala de espera havia duas telas paralelas e bem próximas com a mesma programação... a do hospital (então por que gastar dinheiro com duas telas paralelas? nunca saberemos, crianças). Não eram televisões propriamente ditas, mas apenas o itinerário da urgência, a chamada de pacientes, e o tempo de espera, que quando cheguei estava por volta das 2hrs e 30mins. Por que estou gastando tempo falando das duas telas? Porque foram o meu único entretenimento enquanto lá. Duas horas depois e o tempo de espera já alcançava 6hrs e 07mins. Eu juro. E com o ar-condicionado gradualmente aumentando a potência. Isso já por volta das 2:30, tinha gente que estava lá desde as 9 da manhã e que não tinha sido chamado ainda, uma senhora começou a repetir o nome destas pra tentar acalmar os "ânimos". Um outro rapaz me deu dó, o cara tava lá desde as 9 e bastante puto; uma mulher mostrou pra ele a lista dos que já tinham sido chamados e que não tinham respondido, constava o nome dele lá: que voltou pro final da fila. Um detalhe, o cara tava em pé do lado do banheiro, de frente pras telas, desde que eu tinha chegado sem ter saído de lá um minuto sequer. Deu merda. Deu chilique. Deu em nada. Fiquei preocupado, fui perguntar numa sala onde duas enfermeiras conversavam, uma só tinha cara de sebosa, outra além de ter cara de sebosa era feia e gorda e torta que parecia que Satanás a tinha usado pra palitar o dente ciso cariado. "Como eu posso saber quantas pessoas estão na minha frente na lista?" - Eu perguntei. "Não sabemos disso" - Falou a pudim de merda. "Quem sabe?" - Eu disse. "Só o médico" - A outra enfermeira. "E como eu posso perguntar pra ele?" "Ele na hora escolhe os que acha ser mais urgentes" Desisti. Fui pra fora. Esperei. O ar-condicionado tornando a UPA uma filial do Alasca. Pessoas com febre tremendo de frio, um rapaz com suspeita de pneumonia todo enrolado em casacos e encolhido em duas cadeiras. Se isso não é emergência não sei mais o que é. Fui atendido 18:20. A médica olhou pra minha cara e falou: "Ah você deve estar saindo de uma virose então né" ("Né"?! "NÉ"?!! Como eu vou saber, sua patricinha maconheira?! Você que é a médica nesse puteiro!) Eu juro que ela usou essas palavras. Daí me deu uma dipirona no braço (que eu tinha acabado de falar pra ela que estava tomando desde o primeiro dia), e não satisfeita me deu uma receita pra comprar dipirona... Puta que o pariu! Receita pra comprar dipirona?! Oh, você deve estar tão satisfeita de si mesma pela grande médica que é, sua... Daí coletou o meu sangue: "Quanto tempo demorará pra sair o resultado?" "Por culpa da fila, umas 2 horas. Eu já não vou estar aqui, você mostra pro outro médico. É SÓ esperar ser chamado." Juro que meu impulso foi de esmagar o sorrisinho ipanêmico dela com o bico da minha havaiana comprada no rede economia. Mas estava muito fraco e ela possivelmente me venceria em quase qualquer coisa - exceto purrinha, onde ainda sou o melhor. Desisti. Fui pra casa. Acordei bem! Não pela UPA.
Posted on: Sat, 10 Aug 2013 17:39:03 +0000

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