Artigo que escrevi sobre os atos em SP Calar-se não é - TopicsExpress



          

Artigo que escrevi sobre os atos em SP Calar-se não é natural Sabe aquele desabafo feito meio que sem notar ao vermos nossos impostos subirem e a qualidade dos serviços públicos decaírem? Ou quando vemos as empresas públicas indo para as mãos de empresas privadas, que acabam cobrando preços exorbitantes por serviços que já pagamos com nosso impostos? Ou então quando vemos setores como a educação e a saúde sofrendo com falta de recursos, enquanto a copa recebe milhões que surgem do “nada” para fazer obras faraônicas? Ou então quando vemos os inúmeros casos de corrupção que aparecem todo o dia e que nós nos esperançamos pela punição dos responsáveis, mas acaba tudo dando em pizza? Pois bem, cada fato desse, nos impele a sentirmos uma raiva profunda. Não é por menos, nenhum animal seja racional ou não, apanha sem reagir. Ao contrário de muitos animais irracionais nós, geralmente não reagimos fisicamente. Em quase todos os casos acima citado, tenho certeza, que você, leitor (salve raras exceções) apenas esbravejou contra o atendente da concessionária de serviço, ou contra a empresa ou governante. No final de muita reclamação, recorrentemente vinha a frase: “No Brasil é assim”, ou então, “Brasileiro é um povo acomodado”, ou mesmo “Fazer o que? eles sempre fazem isso”. Creio que fora do meu círculo de militância, nunca ouvi um: “temos que fazer algo a respeito”, se ouvi, foi só como desencargo de consciência, como se fosse apenas mais um desabafo sem a real intenção de concretude na ação. Nas aulas de sociologia que nós cientistas sociais ministramos para os alunos do ensino médio, a primeira coisa que ensinamos, é que as relações sociais, não são naturais, ou seja, são construídas socialmente. Se não são naturais, e se são construídas socialmente, elas não são imutáveis. Essa simples constatação nos leva a nos responsabilizarmos pela atual situação das coisas. O muito reclamar e nada fazer é que nos torna aquilo que tanto reclamamos, ou seja, acomodados. Para provar de vez, que nossas relações sociais são construídas socialmente, temos como exemplo os levantes populares contra o aumento da tarifa de ônibus que estão ocorrendo em boa parte do país. Aqueles mais de 12 mil manifestantes que tomaram as ruas em um dos maiores protestos dos últimos tempos em São Paulo, não tem nada de diferente de nós, que moramos em Mato Grosso. Não foi pela criação que eles tiveram, nem pela revolta natural que o paulistano possa ter, ou pelo ar da cidade, ou clima da região que colocou essa multidão nas ruas. Provavelmente, até semana passada, muitas das pessoas que participaram dos atos dessa semana, sofriam e falavam as mesmas coisas que nós. O aumento da tarifa de ônibus foi apenas o estopim de todos problemas já citados, além de outros não descritos aqui. Agora que eles estão nas ruas, nos servem de exemplo de que a apatia social foi construída ao longo dos anos e só nós podemos quebrá-la. Até mesmo o passe livre, só existe até hoje em Cuiabá, por que milhares de manifestantes tomaram às ruas da capital desde os primeiros ataques a ele em 2005. A maioria das majorações das tarifas do transporte público em Cuiabá e Várzea Grande também não foram apenas assistidas pela população. Quase todo anúncio de aumento gerou uma onda de protestos, uns mais massivos e outros nem tanto. Um dos mais massivos movimentos em Cuiabá, em 2005 pressionou a câmara municipal a instaurar uma Comissão de Inquérito Parlamentar para apurar as planilhas das empresas de transporte público. Na época, foi constatado que a tarifa deveria custar 0,81 centavos (na época a tarifa estava 1,20 e estava sendo reajustada para 1,60). Apesar de conseguirmos, na época, barrar o aumento por alguns meses, acabaram sumindo com o relatório da CPI e conseguiram aumentar a tarifa. Conforme foi passando o tempo, a luta pelo transporte público foi se enfraquecendo, não só aqui como em todo o país. Começamos a deixar de ir às ruas e passamos apenas a reclamar e lembrar com nostalgia dos tempos de manifestação. Quando enfim voltarmos a reagir e não só esbravejar, assim como esta ocorrendo em boa parte do país, podem esperar, que incomodaremos muito aqueles que estão no poder, e esses, farão aqui, assim como estão fazendo lá, ou seja: tentar nos desqualificar e nos reprimir. Eles tentarão a todo custo retomar a tão sonhada democracia que eles vivem atualmente, ou seja, eles “pintando e bordando” e o povo, apenas esbravejando. Depende de nós nos mobilizarmos e mudarmos nossas frases fatalísticas, para adiante podermos dizer: “eles não se atreveriam, pois nós não deixaremos”. Jelder Pompeo de Cerqueira Bacharel e Licenciado em Cientista Social pela UFMT Técnico Administrativo Escolar Ex- Militante do Comitê em Defesa do Transporte Público CLTP Militante da INTERSINDICAL
Posted on: Sun, 16 Jun 2013 00:52:19 +0000

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