As causas das guerras são um longa, longuíssima história. Já no Barry Lyndon (do William Makepeace Thackeray) se fala disso e das infinitas complexidades, subtilezas e ramificações do tema. No filme do Kubrick esse assunto também aparece algures, claro. A componenete económica é importante, decerto que sim. Mas ao longo da minha carreira de "marxista", mais ou menos "direita" ou "tortamente" que o tenha sido, ou seja ainda, aprendi (ou julgo que aprendi) a não ser rigorosamente determinista, menos ainda "determinista económico". Nos casos nossos contemporâneos, por exemplo, o aspecto da actuação dos mass media, da estupidificação deliberada da opinião pública, da soberba (no sentido bíblico, ou "hubris") colectiva dos povos neo/imperiais, é absolutamente crucial. Isso não decalca a realidade económica, nem é decalcado por ela. É uma coisa à parte, que interage com o económico, influenciando-o e sendo por ele influenciada, mas permanece ainda assim outra coisa. Todavia, mais importante do que todos estes filosofemas, e do que tudo o resto, é manter a decência mínima e a saúde mental fundamental. As pessoas deviam, por exemplo, lembrar-se de que: a) existe uma longuíssima tradição de "pseudo-factos" fabricados, de "Golfos de Tonkin", de navios ianques "afundados" pelos espanhóis em Cuba, etc., que retira ao paleio do Grão-Império e do putedo satélite seu auxiliar toda e qualquer credibilidade; b) mesmo deixando de lado isso, a Carta da ONU diz que os estados-nação são para ser respeitados, não assume nenhum "R2P", pelo contrário, a chamada "responsability to protect" parte de pressupostos abertamente e grotescamente neocolonialistas. Muito mais haveria para ser dito, decerto. Mas parece-me que isto já chega... ou deveria chegar. Mesmo deixando para mais tarde, e com mais ripanço, as discussões filosóficas.
Posted on: Thu, 29 Aug 2013 00:24:12 +0000
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