Assembleias são uma forma de permitir àqueles que foram calados - TopicsExpress



          

Assembleias são uma forma de permitir àqueles que foram calados por anos a finalmente se erguerem em dignidade e falarem e serem ouvidos. É sobre recuperar nosso sentimento coletivo de humanidade das garras vorazes e não representativas do estado capitalista. Este é um movimento não apenas de protestos locais ou nacionais, mas parte de uma luta global contra a natureza subvertida da democracia capitalista representativa e por uma democracia real e total libertação. O que, então, é democracia real? É bem fácil, no entanto, identificar o que ela não é. Democracia quer dizer o governo do povo. Como um resultado, quando interesses de corporações e ilusões religiosas começam a dominar o governo, isto não é democracia. Na verdade, quando a uma pequena elite de políticos eleitos é delegado o direito de falar em nome do resto, isto não é o governo do povo, mas de seus representantes. Os experimentos mundiais com democracia direta na forma de auto organização horizontal através de assembleias populares, redes de ajuda mútua descentralizadas, trabalho temático de grupos, e por aí vai oferecem um vislumbre do que outro mundo pode parecer. É lógico, isto não quer dizer que os manifestantes têm um esquema em mão para a sociedade revolucionaria ideal; mas eles estão ativamente testando e tentando diferentes modelos para verem como grandes grupos de pessoas podem efetivamente organizarem a si mesmos sem liderança hierárquica e centralizada. Então e quanto às assembleias populares na Praça Syntagma, Puerta del Sol e o Parque Zuccotti? Aquilo era democracia real? R = Manolis Glezos: Não! Isto não é democracia. Como algumas poucos milhares de pessoas em assembléia em uma praça reivindicam falar em nome de milhões que vivem na região? Isto não é democracia é uma lição de democracia. Se este movimento quiser sobreviver, seus modelos de democracia direta terão que se espalharem para as vizinhanças e para os locais de trabalho. Apenas então nós começaremos a ver a emergência de uma genuína sociedade democrática.” O que Glezos está dizendo, em outras palavras, é que para a democracia direta funcionar, as assembleias precisam ser radicalizadas e estendidas para os locais de trabalho na forma de auto-gerenciamento pelos trabalhadores, como no caso inspirador da fábrica Vio.Me na Grécia. Obviamente, nada disso será o suficiente para derrubar o estado capitalista como tal; mas é um ponto de inicio para ajudar a engajar as pessoas em formas diferentes de tomada de decisões, formas diferentes de produção, e maneiras diferentes de ser, pensar e interagir. Em uma palavra, é sobre construir as fundações sociais da auto organização que irá nos permitir substituir as instituições opressivas do estado capitalistas quando o tempo vier. Mas há algo mais. A democracia direta das praças também é sobre dizer que nós não podemos esperar por alguma revolução distante que derrube o sistema capitalista. Nós estamos atualmente encarando uma tragédia humanitária global, um desastre ecológico e uma profunda crise política e social. Nós temos que agir agora. Nós não podemos confiar que representantes políticos tomem este processo à diante. Os únicos em quem nós podemos confiar são em nós mesmos. Nós, as pessoas, teremos que levar esta revolução à frente. Começando agora. A assembléia é um fenômeno bem simples: é sobre pessoas comuns desejando serem ouvidas e terem um dizer em suas vidas. Como tais, as assembleias são formas lindas e cruciais de engajamento social e participação política. Mas mesmo nestes momentos de exaltação, quando nós vemos pessoas tomando as questões em suas próprias mãos e decretando a democracia real em lugares onde elas vivem e trabalham, nós devemos continuar realistas: este é apenas o começo. O estado capitalista sobrevive, e criar nossa própria sociedade paralela não é o suficiente. Nós devemos nos auto organizarmos, e então empurrarmos nossa busca por autonomia ao exterior para eventualmente encapsular toda a sociedade. Felizmente, há esperança que tais aspirações radicais possam não apenas serem um sonho vazio. Em um sinal de que este movimento sem líderes já está desregulando o violento fluxo de autoridade liberado pelo estado, o governo crescentemente desesperado está duplicando a repressão, prendendo pessoas aleatórias que foram vistas nas manifestações ou que enviaram Tweets “provocativos”, e mesmo ameaçando enviar o exército. Como Oscar coloca, “as autoridades ainda não entendem o que está acontecendo. Elas procuram por líderes, pessoas para corromperem ou eliminarem. Nós não somos uma organização, nós somos uma rede mundial. Nós somos as pessoas no limar de tempos de mudança.”
Posted on: Sat, 20 Jul 2013 04:13:52 +0000

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