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Assim como o viajante só tem uma visão completa dos caminhos que seguiu, com seus rodeios e sinuosidades, quando chega ao topo da colina, apenas no fim de um período de nossa existência, e às vezes da vida inteira, reconhecemos a verdadeira conexão entre nossas ações, conquistas e obras, sua exata consistência, sua concatenação e seu valor. Com efeito, enquanto estamos absortos em nossa atividade, trabalhamos somente de acordo com as propriedades fixas de nosso caráter, sob a influência dos motivos e dentro dos limites de nossas faculdades, isto é, por uma necessidade absoluta, visto que não fazemos, em um dado momento, senão o que naquele momento nos parece correto e conveniente. Somente o porvir nos permite vislumbrar o resultado; e apenas quando lançamos um olhar retrospectivo ao todo do curso da vida que nos é revelado o como e o porquê desta. Assim, no momento em que estamos realizando os maiores feitos ou criando obras imortais, não temos consciência disso como tal. Pelo contrário, as consideramos como algo adequado aos nossos objetivos atuais, que corresponde às nossas intenções do momento e, portanto, temos a impressão de que fizemos exatamente o que deveria ser feito. Apenas posteriormente, a partir de nossa vida como um todo, nosso caráter e nossas habilidades emergem em sua verdadeira luz. Então vemos como, num caso particular, guiados pelo gênio, seguimos, como que por inspiração, o único caminho verdadeiro entre outros mil caminhos tortuosos. Tudo isso se aplica tanto à teoria quanto à prática e, igualmente, no sentido oposto, aos feitos inúteis e mal-sucedidos. A importância do momento presente é raramente reconhecida no próprio momento; apenas muito depois.A~S
Posted on: Sun, 08 Sep 2013 04:10:52 +0000

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