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Através da analise da letra, ficam evidentes muitas alusões ao período correspondente à ditadura militar. Tais „indiretas super diretas‟ apontam as restrições à liberdade de expressão, a intolerância cruel e vingativa em relação aos desmandos etc. O próprio nome “cálice” - palavra que se equipara em termos sonoros à ordem “cale-se”, ou seja, a ambiguidade cálice/cale-se – esclarece que reclamações não são bem vindas. Já na parte “em vinho tinto de sangue” pode-se entender uma menção ao sangue vertido das pessoas que sofreram, estão ou poderão sofrer com o maquiavelismo do sistema. A canção segue, então, dizendo o quanto é penoso estar subjugado a algo que de muitas maneiras violenta a dignidade humana; e o quanto é amargo ter que se calar, engolir a seco tais amputações morais. “De muito gorda a porca já não anda” expressa, opinião minha, o quanto a ambição sem freios tende a fazer com que uma parcela de pessoas se alimente de todos os maus sentimentos e desejos em detrimento de um avanço moral. Nesse trecho usa-se a “porca” no sentido de imunda a qual pode ser entendida como a própria violação da liberdade de expressão, a recorrência à castração moral, a anulação do direito de ir e vir, enfim: o espírito de porco da ditadura. Em “Como é difícil, Pai, abrir a porta (Cálice!)”, por exemplo, é possível vislumbrar uma reclamação em relação às dificuldades em se conseguir encontrar os meios - em tempos de dura crise e degradações de dignidades - através dos quais se chegará ao fim desejado, ou seja, vida decente. Vale apontar, ainda, que a letra esclarece que mesmo que ao sujeito-refém não seja autorizado gritar, mesmo , também, que ele mantenha calado o peito, resta-lhe a mente com seu contéudo o qual não pode ser surrupiado mesmo num período sombrio em que o mundo parece estar sob o efeito de um “pileque homérico”. JD
Posted on: Sat, 15 Jun 2013 00:26:17 +0000

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